As Ruas da Zona Oeste

" Sabia, caralho..."

Sabia que tinha algo errado desde o começo e o estouro do último Olho de Boi confirmava sua tese. E então o grito da mulher denunciando a situação lastimável. As fotos do casal, que somente na parte do homem começa a pegar fogo com uma chama verde podre. E para sua sorte, uma luz verde no fundo do corredor onde parecia ser o quarto do casal.

Victor então pega no braço da Viúva e arrasta a mesma para fora deixando somente uma ordem de ver e sair rapidão.

- Sim, senhor!

Respondeu Pantaneiro que espera Victor sair com a mulher para que os dois não tivessem visão. Então rapidamente se transforma em Glabro, ficando maior, mais forte, com mais pelos no corpo e no rosto. Unhas mais longes, dentes alongados, assim como as mãos.

"Se eu for pego por essas chamas eu to fudido..."

Aquela luz verde no fundo do corredor poderia ser chamas igual das fotos e com certeza era fogo da Wyrm. Vai em direção da luz verde no final do corredor até chegar nela. Prosseguia com cautela e atento para não ser pego de surpresa, queria ver o que era antes de agir. Estava se arriscando novamente, mas como sabia, a vida de Ahroun não era fácil. Contava com a ajuda de Gaia apesar de estar confiante que daria conta do recado, independente do que fosse.

Pantaneiro chega no local e se depara com o que previa. Chamas negras já estavam na metade do armário e a cama da mulher com o mesmo fogo. Certifica de que não seria atingidos pelas chamas, mas ao mesmo tempo começa a se sentir muito mal. Quase vomita, mas conseguiu se segurar. As toxinas da Wyrm pareciam ser muito fortes e aquele ambiente estava ruim.

Tinha que tomar uma decisão rápida ou iria se arrepender. Olha no ambiente pra ver se teria algo que pudesse fazer, salvar talvez.

Não demora para começar a se sentir mais mal. Aquelas toxinas da Wyrm realmente estava deixando o Ahroun cada vez pior e pra piorar mais ainda, elas começam a se transformar em um corpo de gel fosforescente verde que borbulhava em tons luminosos que também era grande e estava materializado. Mais uma vez havia tido uma surpresa e o Fianna mal podia acreditar.

"Mais um pra eu chutar o rabo dele..."

Ao pensar nisso, escuta o grito de Victor chamando pelo seu nome. Sem tirar os olhos daquela criatura horrenda, grita também para o Philodox:

- OW, CORRE AQUI CARA!! TEM UM BIXÃO DOIDO DA WYRM FEIO PRA CARAIO QUE SAIU DO FOGO E EU VOU...

Não conseguiu completar a frase. Leva a mão no estômago e vomitou no chão. Aquelas toxinas realmente fortes. Não havia o que fazer à não ser atacar com toda sua força. Sabia que geralmente era bom manter a distância, mas sentia que a cada segundo que passasse, estava fadado a morrer aos poucos.

Não pensa duas vezes, sente sua fúria queimar e vira Crinos de pele avermelhada, corpo mais musculoso, muito mais forte e com garras afiadas. Corre em direção do maldito desferindo um golpe na transversal com toda força que tinha cravando suas garras e partindo-o ao meio. Havia pego impulso suficiente pra acabar em um só golpe e foi exatamente isso que aconteceu.

Não havia dado chance para o azar como havia feito com a Vampira. Aos poucos vê aquela coisa se desmaterializando e recua novamente para onde estava, mas daí sente-se mal novamente. Olha para sua mão direita e quase não pode acreditar. O contato com a pele da criatura havia machucado o Ahroun. As toxinas que além de fazer mal, agora intoxicava sua mão. Estava máculada e com certeza ferida.

O fogo ainda continuava, estava ferido e não sabia exatamente o que fazer, mas se Victor não chegasse logo, abriria o restante do armário para vasculhar e vê o que encontrava, pelo menos no lado que não estivesse pegando fogo. Ou então correria dali e procuraria dar um jeito em sua mão.

Pantaneiro se sentia muito mal por continuar exposto as toxinas da wyrm. Nota então que Victor vem falando que tava escutando passos, que eram possivelmente pessoas e as toxinas foderiam com eles. O ahroun acena positivamente ao passo que volta para a forma humana dizendo para Victor.

Esticou sua mão direita ferida para Victor ver como prova do ocorrida.

Virou as costas e foi até a porta identificar quem era. Ficou parado na porta bloqueando a visão de quem quer que fosse para não atrapalhar Victor e nem o véu. Se fosse preciso, fecharia a porta ou expulsaria todos. Faria o que for preciso para o Senhor das Sombras executar o ritual.

Pantaneiro ainda se sentia muito mal devido às toxinas da Wyrm. Seu braço tinha marcas de queimadura e o ferimento doía. O Ahroun se mantinha firme como podia e parado ao pé da porta barrando a entrada e visão quando nota a aproximação de um homem e ao julgar pelo táxi parado com o pisca ligado, era o taxista. Escutou o comentário do mesmo e então respondeu:

- To bem me amigo, graças a Deus.

Queria ter dito Gaia, mas não podia.

Procurava ser camarada com o taxista e comprava o tempo necessário para Victor agilizar as coisas. O problema seria se a dona da casa voltasse e por quanto tempo ainda barraria as pessoas ali.