Clareira Central

O trio chega ao Caern e finalmente se reúne com a matilha. O grupo, reunido, adentra os limites do Caern pela entrada de Guaratiba, sendo anunciados pelos Galliard. A mata ali era fechada, para dificultar a chegada de indesejáveis, mas logo o grupo chega a clareira central. La, algumas palavras de ordem e glória são dadas. O blá-blá-blá do lua gibosa aquecia os corações daqueles que suaram a camisa por Gaia. A noite havia realmente sido muito boa, apesar dos erros.

*Caralho, a gente matou a cobra e 'amostrou' o pau mesmo!*

O afago no ego é rápido, na dosagem suficiente. Ninguém estava ali para ficar recebendo carinho, estavam para mostrar serviço mesmo. Justiça-do-Predador é rápido em já encaminhar possíveis tarefas para aquele final de noite. O Theurge iria com seus irmão tribal arranjar meios de limpar a cagada dele.

*Os manos da Tribo devem ter meios mais rápidos de resolver isso, é bem verdade...*

"- A gente resolve isso com os outros filhos da Barata, chefia, pode deixar. A gente precisa mesmo bater um lero com a galera."

Estavam prontos para seguirem os caminhos individuais quando uma belíssima mulher se aproxima do grupo.

*Puta-Que-Pariu, caralho! Que porra é essa, cacete de asa! Que mulher gostosa da porra!*

Skull-Head coloca o capuz mais uma vez e fica observando a mulher dos dedos do pé até os últimos fios daqueles longos cabelos. A Senhor das Sombras era um colírio dos olhos de qualquer um e isso era perceptível no olhar dos irmãos, afinal todos eram Garous na idade plena de suas vidas. Felizmente, o Alpha tira aquela criatura das vistas de todos... ou seria infelizmente? O fato era que tinham coisas para resolver. Como o Alpha solicita, o Theurge retira o seu caderno da bolsa e arranca a folha onde havia desenhado. Ele caminha até o Filho de Gaia e estende para ele, já falando:

"- O desenho tá aí, cara... Ele tava em todos os becos e servia para atrair os espíritos. As Fúrias devem entender o que isso significa, talvez..."

Skull-Head já ia embora quando lembra:

"-... Ah, tu tá com meu 'tijolão' né? Tem como me arranjar, preciso mandar uma mensagem! Mas, me diz aí, e a Rita? Como tá a velha?"

A permanência das duas Garous é resolvida, para a satisfação de Grace, que agora poderiam falar do que interessava. As próximas missões da noite. 

Deganawida esclarece sobre a violação do dogma do totem, o que deixa a Fianna embasbacada, mas não era hora para críticas. Jessica já devia ter ouvido o bastante e a situação havia sido parcialmente controlada. 

Porém, havia um preço a pagar, e era caro. Pior seriam as consequências se perdessem o Uirapuru. Ouvindo que tinham um prazo para fazer isso, por excesso de zêlo, achou melhor reforçar o óbvio. 
- Essa missão precisa ser nossa prioridade então. 

O Philodox e a Theurge começam a esboçar um plano de ação. A Galliard tentou se lembrar tudo o que sabia sobre Malditos. 
- Existe um tipo de amuleto chamado Flechas Malditas, que são capazes de perseguir os Malditos e lhes inflingirem muita dor. Para serem feitas é necessária uma flecha com ponta de obsidiana e a presença de um desses três espíritos: Guerra, Orientação ou Dor. Procurarei pelo molde com o Bardo Forjador.  

Notando que as coisas começavam a se acalmar o Presa de Prata respira parcialmente aliviado. Ainda tinham coisas para resolver, como frisava Zvanna e sem dúvida o Totem tinha que ser prioridade.

Decide não entrar muito no assunto da quebra do totem, pois sua fúria a pouco havia quase explodido com Jessica e se voltasse naquele assunto talvez não tivesse tanta sorte dessa vez. O Presa de Prata escuta a explicação de Degan, Zvanna e por fim Grace que diz procurar a ajuda de Bardo Forjador.

O Ahroun fica levemente incomodado, mas não questiona. Não culpava o Fianna, ao menos não em sua totalidade, mas ainda precisava deixar aquele assunto esfriar. Depois que a Galliard termina é a vez do Ahroun falar:

- Sem duvida recuperar a confiança do nosso totem é prioridade. Somos os filhos do Uirapuru e se nosso pai pede que peguemos esse maldito, vamos pegar esse maldito. Zvanna, por favor investigue o lugar. Amanhã as 14 horas vamos nos encontrar pra falar disso e também sobre o vampiro. Provavelmente pegar um maldito desses vai nos consumir bastante, não só em fúria como em condição física, mas vamos manter as buscas sobre informações dos sanguessugas e se estivermos bem depois que terminarmos essa missão vamos ver o que podemos fazer quanto ao vampiro.

- Degan, eu te pediria pra ajudar na investigação, mas eu vou precisar muito de você amanhã cedo. Não só no cumprimento do dogma, mas em algumas conversas.

O Ahroun acaricia a garganta irritada por se estender demais falando com aquela voz irritante e conclui:

- Já deve ta quase na hora da festa. Vamos cumprir as formalidades e conversar com nossos lideres Tribais sobre a minha filha. Degan... Vamos ficar pra conversar com o Thiago. Os demais estão dispensados.

Os três caminham uma boa distancia até que aTheurge lhes entrega um cartão com o contato do líder da tribo na Seita informando, ainda, que haveria um almoço para apresentações. *Será bom entender o que realmente anda acontecendo por estas terras* Victor esboça um sorriso cortes e pega um dos cartões. E então começa o festival de raça pura. O Philodox não era de nenhuma linhagem e não via tal coisa como mérito ou demérito. Para os Senhores das Sombras sangue nobre apenas gera atenção e esta nem sempre é desejada. Observava os dois "nobres" conversarem e acha incrivelmente reveladora a postura de seu alfa. *Ego... sempre o ego. O desejo de esconder revela mais sobre você do que imagina, prezado alfa. Eu corrigirei isso.*

Victor pega um novo maço de sua mochila, acende um cigarro e, com uma expressão plácida e tom amistoso, fala:

"-Ótimo. Meio dia então. Vai ficar para as festividades? Ainda temos algumas coisas para resolver antes da festa, mas seria ótimo conversar mais no resto da noite."

O Philodox termina a frase com um sorriso cordial.

Skull-Head sorri forçadamente para o Filho de Gaia, afinal já imaginava que Rita estaria extremamente desgostosa com o primeiro problema que Camilo lhe arranjou logo em sua chegada.

"- Certo, certo! Valeu por cuidar dela, Pacificador! 'Podexá' que eu vou amansar a fera, ela me ama!"

*Espero que o suficiente para me perdoar!*

Ele, então, vai até o Ragabash, já escrevendo um SMS para o número pessoal da senhora (mensagem no off). Assim que ele termina de escrever, ele olha para o irmão tribal e já fala:

"- Preparado para conhecer os irmãos?"

Ele dá dois tapas no ombro do lua nova e espera uma reação do mesmo para seguir.


OFFGAME:

Conteúdo do SMS:

Deganawida escuta com atenção às sugestões de Olhos-do-Caos, Cordas-Trêmulas e Asa Solitária, que vai contar com ele no outro dia, para muitas conversas. 

O Philodox assente com a cabeça. 

" - Vamos combinar de nos encontrarmos. Mais cedo, talvez seja bom que Olhos-do-Caos apareça no fim da manhã para conversarmos sobre a Umbra com os Ragabash."

Eu ainda preciso me encontrar com o Dançarino da Lua de minha tribo...

" - Eu tenho uma reunião com minha tribo ao meio-dia. Os Wendigo daqui já me disseram que poderão nos ajudar quanto aos vampiros, com um dos seus ritos. Quanto aos malditos, podemos pedir auxílio dos Uktena, depois, caso sobre tempo."

Seria uma chance de encontrar alguém do Irmão Mais Velho e ver como estão os ânimos depois da bomba que eles ouvirão amanhã... Tanto da liderança da Seita, quanto de meu Ancião.

Degan cruza os braços em seguida, aguardando que os demais membros de sua matilha saíssem para conversar com Asa Solitária.

O Presa de Prata concorda com um aceno de cabeça para Zvanna e Sarah e acompanha com o olhar as duas se afastando. Em seguida, o Ahroun respira aliviado, agradecendo mentalmente a Gaia por elas terem esfriado a cabeça, mesmo que parcialmente.

Em seguida é Degan que se manifesta, aceitando o pedido de Kiba para se encontrarem durante a próxima manhã. Ele escuta as sugestões de pedidos de ajuda e diz:

- Se tivermos tempo.... Sem problemas.... Qualquer ajuda é sempre bem vinda. Agora...

Ele faz uma pausa e olha para Thiago que ainda estava desacordado e começa a retornar a forma humana. O Presa de Prata então diz:

- Vamos acordar ele.... Precisamos mesmo conversar....

Ao termino de suas palavras Kiba já encosta em Thiago, sacudindo-o para que despertasse. O Presa de Prata diz enquanto isso:

- Acorda cara....

O Ahroun imaginava que ele estaria com uma forte dor de cabeça, ou com algum tipo de perda de memória, mas só esperava que não tivesse quebrado o Tico do Galliard, porque o Teco ele certamente não tinha.

Com seu tom impassível e sua cara de quarta-feira o Senhor das Sombras indaga:

"-Desafio pela liderança, durante uma festividade, no dia da chegada de novos Garou? Hmm... ou este Caern tem a estabilidade de um castelo de areia ou algo de muito errado aconteceu. O que houve?"

O peregrino ao ser balançado ali caído no chão balbucia inicialmente algumas palavras, que se referiam as últimas que tinha ouvido antes de apagar.
"-  Moral... Prática... Critério... Verdade..."
Um pouco de balanços e o chamado para acordar o peregrino começa a abrir os olhos. Vendo o presa de prata e o Wendingo ainda todo embaçado.
"- Eu morri? Vocês são anjos? Aiii..."
Vai se se levantando de vagar, ficando sentando, massageando a cabeça e nuca.
"- Aiiii..."
Então abre os olhos direto ali, chegando a os arregalar um pouco ao reconhecer Kiba e Degan e arrasta-se ali sentado um pouco para trás por instinto.
Suspira, volta a encarar os dois de forma séria e fala de forma seca.
"- Vai, termina logo o serviço..."
Estica um pouco o pescoço esperando já tomar ali um machadada.

Ao notar que Thiago começava a acordar o Ahroun se levanta e afasta-se um passo para dar espaço ao Garou para respirar e colocar as idéias no lugar. Ele balbuciava algumas palavras sem sentido para Kiba e no fim faz um pedido que apenas faz com que o Ahroun cruze os braços e diga:

- Ninguém aqui vai "terminar serviço" nenhum. Desculpa ter feito o que eu fiz cara, mas se eu não te apago ali as coisas iriam sair ainda mais do controle do que estavam. Eu sei que você é um cara do bem, um cara muito gente boa e que algumas coisas que você disse ali até podiam fazer sentido, mas tu surto.... E porra.... O assunto ali não era sobre um novo jogo que saiu ou se o preço da gasolina aumentou.... A gente tava falando da impura perfeita e do possível inicio do fim. Todo mundo ia ta com vontade de meter meia dúzia de socos na minha cara e nessa hora eu precisava que você tivesse a mesma sabedoria que teve quando eu fui punido pelo Fenris e não falasse nada. A sabedoria que eu não tive quando ele falou as coisas que falou e eu retruquei e agora to com essa voz escrota aqui....

- Zvanna e Sarah foram as que expressaram a indignação de uma forma mais direta e eu e Grace estávamos esperando isso. A gente não esperava abraços apertados e tapinhas nas costas como se estivéssemos tendo um filho "normal", mesmo se tivessemos tendo um simples impuro eu não esperava uma reação tão diferente. Foi como Degan falou... Muitos Garous melhores do que nós vão perder a vida pra proteger a Grace. Pra impedir que ela tenha um destino cruel eles vão dar as próprias vidas pra que ela continue a dela. Isso tudo passou na cabeça delas e de todos nós cara.... Essas reflexões é que eu preciso que você tenha antes de sorrir em uma situação dessas....

Kiba então coça mais uma vez a garganta que voltava a ficar irritada pela voz e finaliza, esperando que Degan complementasse:

- A gente ainda vai precisar conversar durante a manhã.... Eu gosto muito de você cara, e sei que é recíproco, por isso quero ver você sendo um dos melhores que nós temos.

- Degan.... Se quiser falar alguma coisa. A vontade.

A expressão branda de Victor se esvai a medida que Essência-do-Abismo vai relatando tudo o que acontecera durante aquela noite. Podiam falar o que quisessem do Senhor das Sombras. Podiam acha-lo frio, manipulador, dissimulado, sonso, filho da puta ou qualquer outra coisa. Ele realmente são se importava e provavelmente apenas sorriria para quem quer que se sentisse ofendido, mas ninguém, nunca, poderia dizer que o Philodox não era sério, honrado e completamente dedicado em se tratando do seu dever.

As palavras da Theurge enchem o Filho do Trovão de Fúria. Ele caminha ao lado de seus irmão, mas o animo leve de antes já não havia mais. Ele escuta calado tudo o que é relatado respirando de forma lenta e profunda de forma a conseguir digerir o que era dito e não partir em caça da outra matilha para separar-lhes a cabeça do tronco.

Ao fim do que é informado ele olha para Luke, depois para Samantha e pergunta em um tom baixo e totalmente privado de emoção, como um sociopata a falar com sua vítima:

"-A puta, eu entendo por ser inevitável, mas o que o débil inútil ainda faz vivo?"

O Lupino fica sentado prestando atenção quando a Senhora Sombras chega exalando sensualidade. *Ela até que é bonita... pra uma macaca.* Observa quando ela leva os demais senhores das sombras para um local mais afastado. Nada atiçava mais a curiosidade de um Uktena do que cochichos e sussurros.

Consegue ver a influência que ela tem sobre os outros macacos machos da matilha, estão todos babando por ela. Mas o lupino jamais se rebaixaria a cruzar com alguém em hominídeo, por mais bonita que ela seja.

O Lobo presta atenção em seus irmãos de matilha, mas um olho é no peixe e outro no gato, não deixa de prestar atenção na conversa dos Senhores das Sombras também e devido a sua audição lupina ouve boa parte dela e com certeza ouve todas as partes importantes.

*Quebra de litania na primeira noite dentro do caern, Alfa e Beta cruzam no rio (Pobre espírito do Rio), Alfa Presa de Prata desafia Juiz Fenriz! Por Gaia, o que essa matilha tem de errado? Gestação do Impuro perfeito! Pelos Chifres do Grande Uktena eles vão trazer o apocalipse! Preciso avisar minha tribo sobre isso.* O Lobo tem sorte que não está em hominídeo para que suas expressões faciais o traiam.

Como já havia recebido permissão do Alfa para procurar a sua tribo ele parte em silêncio, pergunta a um filhote onde estão os Uktena e vai até elas.

"- Sussurros Solitários, Lupino Theurge dos Uktena, Cliath. É uma honra conhecer meus irmãos de tribo." Apresenta-se a sua tribo com orgulho.

O Lobo estuda por alguns segundos os demais membros da sua tribo no Rio de Janeiro. *Todos macacos... Pelo menos são Uktena e isso já o deixa melhor do que os outros.*

"- Voz-de-Gaia-rhya, trago segredos! A matilha de cliaths, Asas da Esperança, quebrou a primeira lei da litania dentro do Caern, o Alfa Presa de Prata e a Beta Fianna, no RIO DO CAERN!" Apesar de falar baixo, sua indignação era clara. O Uktena era é um espírito dos Rios, os rios eram sagrados para sua tribo.

"E a fêmea agora está grávida do Impuro perfeito! Um dos sinais do apocalipse." Fala o lobo com a toda a seriedade possível. Sabia que o apocalipse estava próximo, mas não que ele estava já batendo na porta deste Caern.