[Alto Leblon] Mansão Eiluned-Campbell

Ian chegava na mansão. Ia até o bar, coloca um pouco de whisky no copo, e bebe de um gole só. Pega então a garrafa e começa a beber direto do gargalo.

Se senta no sofá com as mãos entre a cabeça pensativo sobre o que aconteceria com sua mãe, tinha feito compromissos também. Imaginava como Alef estava pensando em lidar com toda a situação e torcia para ter tomado a decisão correta.

Eram tantos problemas e detalhes que as vezes o deixava até tonto.

Ian pára alguns segundos e quase deixa derrubar sua garrafa perante à imagem de Evony.

Não sabia muito bem o que pensar, uma série de pensamentos mistos entre lascividade e adoração tomam seu peito e sua fúria se contorce ao ponto da inveja de Alef.

* Ela é praticamente sua cunhada, seu bosta.. Se recomponha.. *

O Fianna precisava de mais coragem para falar uma palavra ali do precisaria para enfrentar uma horda de malditos, mas covardia nunca havia sido uma característica sua. A pergunta sobre sua mãe era estranha, Ian não conseguia saber se era algum tipo de ameaça velada ou apenas curiosidade.

" - Ainda não.. Mas acho que ela está em segurança.. Ela já sofreu muito desde que eu fui levado.. "

Ele então tentar reunir qualquer tipo de memória que havia sobrado do seu período no Sonhar, não queria ser descortês e sabia que a etiqueta entre os Nobres era algo diferente.

" - Princesa Evony, podemos conversar alguns minutos? Posso lhe oferecer uma bebida de seu próprio bar?"

* Puta-merda.. o Alef é um cara de sorte mesmo.. *

Ian ficava claramente constrangido, não só por Evony, mas também pela preocupação de Alef chegar e ver ele naquela situação por causa de sua esposa. Porém, sua fúria se movimenta ao ouvir que ninguém estava seguro.. As palavras dela nunca deixavam claro se eram ameaças ou apenas comentários.

O Fianna então coloca uma toalha no ombro, enche o copo de gelo, coloca Gin e entrega à Sidhe. Ele enche seu copo com whisky sem gelo e brinda no copo de Evony ainda no balcão.

Ian então fala:

" - Você parece conhecer bastante sobre nós... Eu descobri recentemente que era o seu pai e gostaria de selar um acordo com a Princesa.

Seu rosto fica vermelho, uma mistura de raiva e vergonha e continua:

" - Eu não fugirei de nenhuma responsabilidade, um Fianna enfrenta de cabeça erguida as consequências de seus atos. Porém, deve saber que nosso povo está em guerra, e a batalha final tá chegando... Gostaria apenas de tempo até essa batalha. Depois disso, se estiver vivo, eu me entrego ao julgamento de livre vontade.. Parece justo?"

Ian vira seu copo de Whiky e o enche novamente.

Ian se sentia um tolo e aquilo mexia muito com seu orgulho de Lua-Cheia e principalmente com sua fúria. Sua vontade era acabar com tudo aquilo, arrancar a cabeça daquela Fada e de todas as outras, resolver o problema da forma mais simples possível.

* Mas ela é tão linda.. Seria uma crueldade contra Gaia *

" - Princesa... eu reconheço que não consigo acompanhar algumas ações de vocês... Estou em sua casa e sempre vou fazer o possível de ser o mais educado possível.

Ian vira mais um copo do Whisky para tomar coragem e continua falando de uma forma sério:

" - Eu sou um Filho do Cervo, um Espírito de Honra, defensor de Gaia e nascido na Lua-Cheia. Minha vontade é me ajoelhar agora e me deixar ser seu súdito para sempre. Mas não posso lhe servir dessa forma cega que pede, eu perderia o respeito entre meus irmãos e principalmente perante a grande-mãe."

Ian então ameniza o tom e finaliza:

" - Mas se puder me tratar com respeito, eu estarei ao seu lado como seu súdito para te ajudar a conseguir seu Trono. Quero colocar apenas duas condições: Eu serei tratado com respeito e não farei nada que venha a prejudicar ou atrapalhar a guerra de meu povo. Lhe parece justo? Se aceitar, eu sou seu."

Ian, com seu habitual carisma e forma transparente de falar, sorri e finaliza:

" - Princesa, é mais fácil acabar com dez mil inimigos do que falar com você!

Como sempre, seu sorriso apenas disfarçava sua raiva, sua Fúria, que pressionava sua têmpora.

Ian obviamente estava completamente envolvido pela Sidhe. Seus instintos Garou, Lobo, Humano e Fianna estavam completamente eriçados.

* Tão doida quanto bonita.. Puta-que-Pariu..*

" - Princesa, se estamos alinhados com isso, pode contar comigo e peço que seja minha luz. "

Ian sai de trás do bar e se senta ao lado de Evony, ele devia ser no mínimo o dobro do tamanho dela, mas não assume de forma alguma uma postura ameaçadora. O Fianna então continua:

" - Eu não posso falar pela Olhos-da-Tempestade, obviamente, mas eu espero, de verdade, que as nossas Matilhas se unam. Seríamos imbatíveis contra os inimigos de ambos!"

O Fianna falava um pouco mais animado e apaixonado com a possibilidade e finaliza:

" - Qual o próximo movimento e qual o papel de um simples Roedor nisso tudo? "

Ian pensa sobre aquilo tudo. Não gostava da palavra "traição". Mas entendia por outro lado, que seria escolha do Roedor trair ou não.

" - Princesa, só tenha cuidado com isso.. Se tem uma coisa que eu aprendi sobre profecias é que uma cabeça arrancada acaba com qualquer previsão. Vi muitas profecias não realizadas porque a morte chegou antes do destino."


O Fianna finaliza falando sério:

" - Mais uma coisa.. Apesar da desconfiaça recair sobre ele, nenhum Garou de Gaia vai ser forçado a ser um traidor contra a sua vontade. Se ele escolher esse caminho da desonra, merece ser usado e depois punido. Mas ele tem que escolher isso, se realmente ele tiver alguma tendência pra traição, acho que não vai ser difícil."  

Ian sente a fúria se agitar em seu peito, a imagem de Evony se retirando muda um pouco do rumo de seus pensamento de raiva.

Enquanto Evony sai, Ian responde:

" - Princesa, eu apenas achei que você ia conseguir convencer ele sem força-lo à nada. Como eu disse, pra você não vai ser difícil.

Mais uma vez, o Fianna sente uma mistura de sentimentos, até um certo ciúme de Victor, mas a culpa e preocupação com a sua mãe prevalece.

" - Princesa Evony, peço que fique mais um pouco. O Senhor das Sombras é amoral, com certeza, mas paga seu preço por isso.. Por isso sou eu que tô aqui e não ele. Você sabe que a minha palavra vai ser cumprida e que vou honrar minhas promessas.

Ele finaliza:

" - Todo mundo tem seus termos, a diferença é que eu deixo logo claro os meus."

'- Pensando morreu um burro, Ian Ossos-de-Carvalho. Deixe as questões intelectuais àqueles não nascidos sob a Lua Cheia. Meus métodos não estão sujeitos à sua aprovação. E nem à aprovação de ninguém.' - diz Evony, no meio das escadas.


A Sidhe demonstrava muitos conhecimentos sobre os pormenores da Seita, o que não deixava de surpreender, sendo esposa de Guardião-Ancestral. Evony sobe mais dois degraus e olhando para Ian comenta, sempre com um sorriso estampado em seu rosto:


'- O preço que o Senhor das Sombras paga é o de punir você, ter um cargo oficial na seita de vocês e ser melhor amigo do meu marido? Me parece um "case" de sucesso. Quero mais ainda negociar com toda amoralidade dele. Aguardo que o traga até mim. Se ele permitir, você pode assistir a negociação para ver se aprende algo. E seja rápido, a segurança da sua mãe depende mais do que das ações de Alef, mas de ações incisivas contra aqueles que querem se divertir a fazendo sofrer...'


E segue subindo as escadas sensualmente, dirigindo-se a seu quarto e deixando Ian sozinho.

Mais uma vez, a raiva atingia Ian, seu rosto ficava vermelho num misto de fúria e vergonha pelas palavras de Evony. Mas se ameniza perante à aparente ingenuidade da Sidhe.

* Desde quando um Senhor das Sombras é melhor amigo de alguém? *

Deixa então que ela vá, refletindo sobre suas próximas ações. Se levanta então e decide ir em direção à mansão da ODT.

OFF: Continua na mansão da ODT