[Centro da Cidade] Aeroporto Santos Dummont

- Sinto muito, senhora, mas não fumo.

Responde Gabriel, curto e desconfiado. Aquela situação toda não o agradava. Seja pelo atraso, seja pela sensação estranha. Ao mesmo tempo que Gabriel responde a senhora, já saí a procura do ponto de táxi no aeroporto, mas alerta.

Gabriel procura reparar na cena em sua volta, se há algum motorista no táxi, se há pessoas, câmeras, outros veículos... Vai que tem uma terceira irmã?, ele pensa. Por fim, dá um suspiro, despretensiosamente tira o bastão de trás das costas, deixa a pequena mala do seu lado e fala para a segunda senhora perto do táxi:

- Deixe eu advinhar, a senhora vai me perguntar se eu tenho um cigarro para dar, correto?

Diante dos dois falando com ele, Gabriel ativa Persuasão. Se vira para o taxista e fala em tom simpático:

- Tudo bom? Cara, aqui pertinho. A gente vai para Santa Tereza. Em um minuto você já está volta aqui no ponto.

E já vai entrando no táxi com suas coisas. Enquanto o faz, Gabriel responde a senhora:

- Oh, eu sinto tê-la assustado. Infelizmente, o dinheiro está contado. Mas ele vai voltar ao ponto, tenho fé que a senhora vai poder chegar em casa. E dá um meio sorriso como forma de conforto.

Gabriel já imaginava que algo estranho estava acontecendo no Rio de Janeiro, mas certamente não esperava algo desse nível, que mal esperou ele sair do aeroporto. Por um momento, Gabriel ri dele mesmo por estar nessa situação.

Gabriel, que já estava com bastão na mão, ativa o seu fetiche e atento ao local em sua volta, agora no breu, vai seguindo para a praça em frente ao aeroporto, onde poderá mudar de forma afastado de qualquer câmera, sem movimento bruscos. Enquanto caminha até a praça, Gabriel procura conversar com o seu interventor, de forma simpática, procurando sua confiança:

- Porque não me diz você, pessoalmente? Ao que tudo indica, eu não sou o primeiro que você encontra. Sou ótimo de conversar, isso eu garanto.

Assim que Gabriel chega a praça, ele muda de forma para glabro. Ainda sem movimentos bruscos, ainda atento, continua a conversa e procura persuadir algum bom senso na voz misteriosa:

- Tem certeza que caçamos aquilo que NÃO precisa ser caçado? Digo, tudo bem, eu tenho meus irmãos e somos todos bastante diferentes, pensamos diferentes. Mas no fim, nós todos temos uma missão em comum: lutar àquilo que destroi sem razão.

- Por exemplo, você quer entender porque muito de nós estamos aqui? Pergunte às três mil almas que morreram ontem, de gra-ça.

- Quando coisas assim acontecem, nessas proporções, como diferenciar o pequeno do grande demônio? No final das contas, temos todos a nossa parcela de culpa.

- Isso me faz tolo? Lutar essa loucura e querer um mundo melhor? Então, eu sou mesmo muito tolo.

Gabriel ouve a resposta da voz misteriosa e, submerso em culpa, é invadido por pensamentos. Sabia que a carnificina faz parte do cotidiano dos seus irmãos e que, nesse ponto, a voz tinha razão, muitas vezes para proteger o véu, inocentes são sacrificados. Essa era a consequência da Wyld? Esse não era o caminho de Gaia, não para ele. Talvez por isso o destino queira tê-lo feito Philodox. Talvez por isso tenha sido chamado para o Rio de Janeiro.

As luzes retornam. Gabriel pensa em responder a voz, mas se controla. Foi dada a ele uma oportunidade e, dada as circunstâncias, era melhor aceitar. Gabriel apenas acena com cabeça em sinal de respeito e agradecimento pela passagem liberada. Em seguida, volta para sua forma humana e parte com suas coisas até um transporte. Ainda alerta, pois precisa chegar no Caern, de preferência, vivo.

 O personagem está liberado para chegar no Caern através da entrada leste.

Cristiano desembarca trazendo a sua mochila de viagem e seu laptop ainda na mão, decidiu responder e-mails e acompanhar novos lançamentos no mercado automotivo enquanto tentava pensar em novos designs para um futuro e formas de entender todas as mudanças que passavam por sua cabeça nos últimos anos. Ainda um pouco cansado da viagem procura alguma cafeteria para comer algo, ver o movimentos das pessoas e então ligar para o contato que motivou a sua viagem.

Mesmo percebendo que a dupla de homens não se tratarem de seres humanos "normais" decide sentar e comer algo sem chamar atenção, provavelmente lendo algum jornal ou revista que compraria na cafeteria.

Após a tentativa de ligação celular decide no máximo enviar uma mensagem de texto para o mesmo número: Acabei de aterrizar. Algum problema com o seu celular? High-Tec V8

Pedirá algo que contenha o máximo de carne possível e um café extra forte.

Quando percebe a total ausência de informações Cristiano ficará pensativo por alguns segundos tentando entender o que está acontecendo.
Após terminar de comer, calmamente olhará o guardanapo, dobrando e colocando em seu bolso em seguida, olhando para Visserys irá fazer um gesto discreto pedindo para juntar-se a eles a mesa.

Mesmo achando uma dupla incomum para encontrar em tão pouco tempo e logo naquele local, não acredita que deva agir de forma mais ou menos cautelosa do que o normal com eles. Entretanto a falta de informações mais claras do que está acontecendo passa por sua cabeça sempre que possível e o fato de estar chamando atenção além do que gostaria juntando-se aqueles dois indivíduos definitivamente o deixará mais cauteloso com ao redor.

Senta à mesa e falando com um tom de voz calmo e cordial começa a conversa.

Olá. Meu nome é Cristiano Gama Hi-Tech V8. Posso perguntar quem são? Desculpem, mas não esperava encontrar outros membros tão rapidamente e logo nesse local. Também são recém-chegados?