Clareira Central

Grace apenas pontua.
- Eu também sei Persuasão - mas fora isso não a interrompe, e olha-a nos olhos de volta com atenção, com uma expressão que vai aos poucos se comovendo com a situação que ela descreve.
- Ficou claro. 

Grace tem a impressão que Henker estava atravessando sua orientação e sugerindo que Jessica fizesse a ligação, mas como a Roedor concorda com ela, não transforma aquilo em um problema desnecessário, e sorri para a Ragabash diante da piscadela dela.
- Pode contar com minha ajuda pessoalmente, se precisar.

Tarek, ainda birrento, poderia achar que não, mas Grace estava levando em consideração tudo o que ele dizia, tanto a desvantagem do ambiente, quanto as ideias de aproximação. Estava até formando um sorriso para ele, mas que se desfaz de uma vez só com irritação quando ele disse que não tinha carteira de motorista. 
- Por que você não disso isso antes?! Damnú air! Já teria evitado tanto tempo de debate... 

Porém, com um suspiro, ela se acalma. Parece perceber que Jessica tem algum mal estar com a situação, e tenta ordenar as idéias dela e de Tarek para o plano.
- 99 Centavos tem razão. Não vamos conseguir facilmente a confiança dessas pessoas, ainda mais com poucas informações sobre elas, e Sussurros da Noite também está certo, não conhecemos bem o local. Todas as idéias de aproximação foram controversas, e acredito que, no primeiro momento, podemos prescindir disso, mas eu gostei muito das suas sugestões, Tarek - finalmente lhe dá um breve sorriso - acredito que eu poderia ser convincente como uma repórter estrangeira. Podemos considerar isso mais pra frente. Porém, o que eu sugiro pra hoje é que gente tente apenas buscar informações discretamente, com os contatos dos Ragabash, os espíritos da Umbra, e a observação do local. Precisamos conhecer cada rua, cada esquina daquele lugar, pois nosso inimigo conhece, e se precisarmos perseguí-lo não podemos nos perder. Durante nossa observação do território, precisamos estar atentos a detalhes como, quem se aproxima das travestis na rua, qual o perfil dos clientes, quais os horários mais e menos movimentados. Se possível anotar placas de carros que param ali, pois acredito que nosso inimigo use um. Além disso, podemos pedir aos membros mais velhos da Seita informações sobre como identificar um vampiro, pois se virmos algum cliente que pareça um, podemos perseguí-lo. Estão todos de acordo?


OFF: Damnú air! = "Porra!", em gaélico irlandês

O Presa de Prata coça o queixo diante do relato da Fúria Negra. Sua expressão se mantem inalterada até o momento que é comentado sobre a possível armadilha. O Ahroun pondera sobre o que foi dito por algum tempo e então comenta:

- Estranho... Você quer dizer que parecia que o vampiro queria ser descoberto? Ou ele estava tentando atrair você?

Kiba se ajeita onde estava sentado e então prossegue:

- Você conhece alguem que pode nos dizer quais são os pontos onde os travestis trabalham? Sei que vai dificil encontrar eles depois do que tem acontecido, mas pelo que li o vampiro não repete o lugar de ataque...

Sarah estava certa.

”-Concordo com você Âmago...concordo plenamente. Mas estamos em uma situação bem complicada. É que todos estamos na ânsia de resolver essa treta e querendo agir tão rápido que podemos escorregar em algum detalhe. Além de que precisamos das informações que Kiba vai trazer de rastro Invisível...”

Pantaneiro Júnior resolve dar mais opiniões, das quais Jessica responde:

”-Você pode estar certo ou errado. O vampiro pode estar na cidade há pouco ou ser alguém velho aqui. Mas conhecer a cidade é fácil, digo relativamente. Podemos pegar um mapa e anotar os locais dos assassinatos.

Sobre o tipo de abordagem, Jess não sabia como fazer da melhor forma. Lembrava que uma galera da prefeitura vinha encher a porra do saco falando dst’s, uso de camisinha e etc e que ela achava um pé no saco bem dado. Jessica já sabia muito bem sobre isso. Eles tinham que ir falar com os clientes, que muitos exigiam que não se usasse camisinha e tals.

*Cafetão? No way. Na maior parte das vezes são caras armados, donos de pontos de drogas e muito violentos. Não mesmo.*

”-O comentário do Pantaneiro Júnior sobre outros assassinatos me deu uma ideia. E se essas mortes aconteceram para encobrir outros assassinatos na área? Ou ainda....se meu contato conseguir acessar outros bancos de dados de mortes sem sangue em outras cidades próximas, podemos mapear de onde esse vampiro vem e podemos ter um modus operandi dele ou dela.

Ela estava viajando muito? Eram tantos “se” que era um pouco complicado de decidir realmente o que pensar. Estavam no escuro ali sem as informações de Rastro Invisível. E precisavam das informações dela urgentemente. Já estava dando siricutico na Roedor.

Quando o Pantaneiro Júnior diz que não tem carteira de motorista, Jess ri. O comentário de Grace vem logo em seguida, como repreensão.

”-Maravilha Grace. Serão duas pessoas com Persuasão e isso vai ajuda demais.

Os olhos de Jessica brilham quando Cordas Trêmulas comenta sobre ela fingir ser uma repórter estrangeira. Brasileiro amava estrangeiros e isso ia ser a melhor coisa que poderiam fazer.

”-Issssso....que ideia fantástica Grace. Brasileiro adora estrangeiro, ainda mais repórter que pode ter vindo fazer uma matéria sobre a vida na noite ou mesmo sobre as travestis. Isso vai ser muito mais convincente do que as outras ideias. Eu poderia acompanhá-la como um tipo de guia no Brasil para você. Amei essa ideia. De verdade....

Estava de acordo com as ideias de Grace, então meneou a cabeça positivamente.

”-Sei que estamos esperando o Kiba voltar, mas se você permitir, Cordas Trêmulas, posso ir até os membros da minha tribo e conseguir algum mapa da cidade para começarmos a nos acostumar com a região que nos foi designada.”

Era a segunda vez que ela pedia alguma coisa para a Beta. Estava dando a impressão que ela queria sair dali? Esperava que não, porque estava começando a ficar interessante o planejamento para a noite.

O resto do debate continua, e ia para áreas em que o Wendigo não seria bom em opinar por não conhecer o país. Ele permanece atento e quando o Fenris parece ignorar totalmente a Beta mais uma vez, ele parece respirar fundo.

Qual o problema dos Estrangeiros da Wyrm com manter a atenção? 


Em seguida, ele nota o comentário do Peregrino Silencioso de não saber dirigir. Dessa vez ele coloca a palma em seu rosto, mas, como a Galliard dos Fiannas não pareceu criar tanto caso, ele volta a atenção ao debate. Apesar de ter se atrasado com as suas considerações, o que era engraçado em se tratando de uma tribo de rápidos mensageiros, Sussurros-da-Noite levantou um ponto importante, que é o do quão óbvia era aquela situação. Os lobisomens tinham o véu. Os vampiros, certamente, não podiam também se dar ao luxo de se exibirem daquele jeito. Ou seu inimigo era um completo amador ou poderia haver mais por trás disso. 

Eu odeio vampiros. Eles quase nunca deram as caras na Reserva 41, o que sempre achei bom, mas, ao mesmo tempo, nunca tive a chance de combatê-los tão diretamente... Que o Grande Wendigo não me falhe no combate. 

O Philodox escuta o relato de 99 Centavos e as opiniões da Beta. Ele também nota que a Philodox dos Fenris se mantinha em silêncio todo o tempo. Quando a Ragabash dos Roedores de Ossos comenta a respeito do mapa, ele assente com a cabeça em concordância e decide se manifestar:

" - Nós realmente precisamos de um mapa. Eu gostaria de ver como é essa área para podermos separar os lugares com melhor visão e planejarmos nossas posições. Também acho que é importante ver se há algum detalhe de onde os corpos foram encontrados que revela alguma coisa sobre esse lacaio da Wyrm, ou de como ele se moveu."


Ela apenas parece concordar com a cabeça com as observações de Jessica. Não conhecia muito o país para opinar naquilo. Ele também possuía persuasão, mas sua presença era... exótica demais para passar batida. Degan decide então comentar a respeito das mortes:

" - Sussurros-da-Noite está certo quanto à falta de cuidado desse vampiro. De onde eu venho eles não seriam óbvios a esse ponto. Ou estamos lidando com um completo amador ou isso pode ser parte de algo maior. Por isso acho tão importante conhecermos a região e planejarmos onde vocês vão estar e onde eu e quem mais for ficar de vigia vai esperar."


Terminando a sua fala, o Wendigo parece ruminar enquanto olha para o alto. O olho da Wyrm estava sobre eles. Tentando reunir o que sabia, o jovem índio se lembra de Katanka-Sonnak e de como os vampiros temiam o celestino solar. Isso o faz lembrar do mundo espiritual...


" - Eu não conheço bem os poderes dessas crias da corruptora, mas sei que há uma área em que nós os superamos mesmo nesse ambiente, que é a Umbra. Dependendo das informações que Asa-Solitária trouxer, talvez seja melhor que roguemos pela ajuda de espíritos para observar a região antes. Ele é um Presa de Prata. Talvez pedir a ajuda de alguma ave da ninhada do falcão seja uma boa ideia." 


Degan permanece pensativo, com a mão no queixo sobre um dos braços cruzados.

Estava apto a responder Grace, mas ficou quieto, sabia que viria ali em seguida um discurso sobre seguir a Beta, sobre ela ser mulher e não ser cavalheirosco. Mas de certa forma tinha algo de divertido ali em ver a irlandesa irritada. Algo no timbre de voz e expressão.
Mas acabou se surpreendendo com a coisa de o ouvirem, todos, até o índio, e machadinhas voadoras. E ainda ganhou um sorriso da Fianna que fez questão de corresponder de imediato com outro mais galante. Só ficando confuso quando a roedora olhando pra ele usou um termo que ele não entendeu.
"- Pantaneiro Júnior?"
Balançou a cabeça deixando aquilo de lado e ouvindo o que falavam.
"- Caso precisem saber, se bem acho que já  estão considerando isso, também tenho tal dom da persuasão. Se arranjar um mapa me deixa ver, sou bom pra guardar essas coisas gravadas. Aliás, se tivesse um tempo para poder dar uma olhada na região, com um pouco de atenção, já gravo os caminhos e como podemos fazer. Sem querer me gabar, mas consigo dizer certinho por onde passei do Paraná até aqui. Boa memória!"
Fala batendo por algumas vezes o indicador na temporada. Dá uma piscadinha para a roedora que tinha comentado de arranjar o mapa.

Grace lança um olhar de estranhamento para Jessica ao ouví-la chamar Tarek de "Pantaneiro Junior" mas escuta as demais palavras dos outros com seriedade, buscando articulá-las de forma prática. 

- Se há mais assassinatos na região do nosso alvo, ou mais assassinatos do mesmo padrão em áres diferentes é algo que 99 Centavos e Brilho dos Sonhos precisarão levantar com seus contatos. Pode ser necessário visitar delegacias ou o IML. Os contatos de vocês poderiam dar acesso a isso? 

Sorri para a Roedor quando ela elogia sua ideia.
- Obrigada. Podemos colocá-la em prática assim que reunirmos as informações de todos.  

Vira-se para o Wendigo. 
- Pedir a ajuda de espíritos para vigiar o local é uma boa ideia. A equipe que irá à Umbra pode articular isso. 

Começa a mexer em sua enorme mochila de camping, que apesar de grande, não parecia ter muita coisa dentro. 
- Eu tenho um mapa. Estava usando-o para andar na cidade. Não é muito grande, nem muito detalhado, nem sei se tem nele a região que estamos procurando, mas vale a pena dar uma olhada - desdobra o papel que tira de um dos bolsos da mochila e coloca-o no chão, diante de todos.

O ahroun se limitava a ouvir, e ouvir, e ouvir. Mas por fim dá uma bufada e fala.

- Já adiantando que eu conheço a litania, e que eu sei da importância da manutenção do véu... mas se nada disso der certo, tem algo que é muito eficaz também... o medo!

Ele fala sério...

- Coloca esse pessoal dentro de um quarto, eu e o kiba em glabro pra dificultar o reconhecimento, e deixa só nós impormos nossa fúria... pra colocar um pouco de medo nos corações deles. Eu não terei problema nenhum em esperar vcs irem, e se não der certo levar prum canto e perguntar as coisas. Eu não to querendo escrotizar não, mas a hora tá passando e eu sempre acho válido um plano 'B'... e eu conheço poucas coisas mais efetivas do que o medo.

O ar de impaciência no rosto do ahroun é nítido... a fala dele é ponderada e num tom respeitoso, mas ainda sim, para um guerreiro, muita fala e pouca ação tava começando a cobrar seu preço em paciência.

Kiba ouve a nova explicação de Rastro Invisível e olha para Olhos do Caos, voltando a encarar a Fúria Negra e questionando:

- Minha matilha comentou sobre darmos uma olhada na Umbra... Nesses locais dos ataques, você chegou a dar uma examinada na Umbra? Nos Espíritos...

As perguntas de Kiba já estavam chegando ao fim, mas enquanto aguardava a resposta o Ahroun pensava o que mais poderia perguntar que desse uma vantagem estratégica para a matilha.

"- Grace, acho sim que meu amigo pode ter acesso a esta informação sem termos que pular de delegacia em delegacia ou IML em IML. -" Jonathan sempre foi um garoto diferente assim como Tomás, isto havia unido os dois numa amizade até então bastante agradável.

O garoto sempre teve aquele comportamento "NERD assustador", fascinado por uma câmera fotográfica e fazendo recortes sobre matérias de jornais falando de assassinatos bizarros e colecionando livros sobre assassinos em série, Jonathan, na visão de Tomás seria muito útil para o caso.

Brilho-dos-Sonhos não tinha intenção de se manifestar muito mais sobre a missão, achava que o grupo estava muito aprofundado nas ideias, quase exageradamente e então Âmago se manifesta em algo parecido com que Tomás havia pensado e ele sente-se mais confiante em falar. "-Gente, acho que a Âmago esta correta, não adianta planejarmos cada detalhe do plano se ao chegar no momento qualquer coisa pode dar errado. O assassino pode não ser um vampiro, pode ser um vampiro e ser uma das travestis, pode ser um caçador armando uma emboscada. Eu acho que nossa organização para que eu e Jéssica irmos em busca de nossos contatos esta legal e não vejo problema em ficar de vigia como "lobo", mas estamos tentando fazer um plano fechado demais, pouco flexível, vocês perceberam que qualquer mínima coisa pode arruinar o plano inteiro e nos expor? E tudo isto apenas para convencermos prostitutas que podem simplesmente não saber de nada, estamos a quase uma hora planejando em fazer uma missão com a "quase certeza" sem nenhuma prova de que o assassino é um cliente e que as travestis sabem de algo, mas não temos esta certeza. Simplesmente devíamos fazer duas coisas, investigar com nossos contatos (Tomás e Jéssica) e conhecer o local com um mapa e então só talvez abordar alguma prostituta, sendo ela com o dinheiro ou como repórter e lembrando que não podemos ficar investigando elas varias vezes porque seria ridiculamente evidente. -"

Grace também estava ficando incomodada com a falta de definição de um plano, e embora seu nível de impaciência não fosse tão alto quanto o dos Fenris, percebe que só conseguiria resolver o impasse agindo de uma maneira mais dura, por mais que não gostasse disso. 

- Por isso eu estava sugerindo algo mais simples, a Umbra, os contatos e a vigília do território. Não vamos conseguir elaborar nada mais complexo enquanto não conseguirmos informações básicas sobre o território e a ocorrência. 

Em um tom de voz firme, ela diz. 
- Depois que Asa Solitária voltar, ele, Algoz de Einhejar e Olhos do Caos irão à Umbra, pedir a um espírito para ir ao local e colher informações. Brilho dos Sonhos e 99 Centavos farão isso com seus contatos, usando o celular. Os demais farão a observação do território sem entrar nele diretamente, procurando locais de altitude que nos permitam ter uma observação mais ampla. Estão de acordo? Por favor, eu gostaria de ouvir apenas sim ou não.

"- Sim! -" Tomás fala sem nada a adicionar com um semblante sério.

O Wendigo ainda observava o céu noturno quando escuta de Henker se não seria melhor usar o "medo", colocando humanos em um quarto e usando o delírio para extrair informações deles. Felizmente, a ideia é tida como tão estapafúrdia que ninguém parece comentar nada mais sério a respeito disso. A juíza dos Fenris parece ter um ponto quando diz que poderiam usar o poder financeiro do Ahroun, o que, aliás, fazia muito mais sentido do que sequestrar humanos, arriscar ter uma ficha policial em um país estranho, permitissem que o delírio corresse solto nos mortais, atraísse mais a presença de sequestros e violência contra travestis na região...

Tudo gira na cabeça do Philodox. É então que, por sorte, Brilho-dos-Sonhos parece trazer todos de volta ao solo quando afirma que não há como prever todas as ações e que o plano deveria ser simples, o que é afirmado novamente pela Galliard dos Fianna. Degan ouve também que sua ideia a respeito de explorar o local através de um ponto estratégico será mantida. Ele assente com a cabeça quando escuta a decisão de Cordas-Trêmulas:

" - Eu concordo. Vamos aguardar Asa-Solitária e, então, conseguir um mapa e um ou mais binóculos. Acredito que possam ajudar tanto quanto os walkie-talkies. E, se o Peregrino possui uma memória desse tipo, ele será útil na vigia."

A mesma repulsa de antes passa pelo Philodox quando ele menciona "walkie-talkies". 

Chega a ser engraçado como esse Peregrino, que parece destoar tanto de sua tribo tenha uma habilidade dessas. Bom. Isso o torna útil e lhe dará a chance de fazer valer o nome de sua tribo. 


O Wendigo não está ansioso como os Fenris demonstravam. Seus olhos haviam desviado de Henker e Tarek e ido para o céu noturno. Havia certa calma em lembrar que sua casa estava sob a mesma Constelação da Ursa Maior, e que ainda era possível ver o mesmo céu por onde o Inverno do Grande Wendigo fazia sua caminhada...

Sarah estava seguindo o que Jess estava pensando. Tinham que tirar as muitas variáveis que estavam surgindo para reduzir o campo de investigação ou não sairiam do planejamento nunca mais. A cada fala, mais suspeitos são descobertos, novos planos e isso dava a impressão que não teria fim. Nunca pensou que concordaria duas vezes em uma mesma noite com uma Cria e Fenris, mas ser prático parecia o melhor caminho.

Deganawida comenta que os vampiros de onde ele vinham eram mais cuidadosos e Jessica lembra de outra matilha em São Paulo que estava investigando um vampiro e estavam na caçada a meses, e nunca o encontravam, não deixava pistas e era tão escorregadio como tentar pegar água com uma única mão.

*Então esse ou essa vampira poderia estar deixando rastros como uma armadilha para um alvo...mas quem?*

Pantaneiro Júnior dizia que tinha uma memória boa, o que o faria lembrar de seu apelido dado pela Roedor o resto de sua vida. Quem sabe com isso ele aprendesse  parar de galinhar em cima de todo mundo, antes que ele perca um braço ou perna.

Deu de ombros diante da pergunta de Grace. Não sabia se o Douglas poderia dar informações sobre outros assassinatos na área ou acesso ao IML. Para ser sincera, Jess achava isso muito arriscado. Grace parecia ter um mapa, turista sempre tinha, não que ela realmente fosse uma turista, mas precisaria de um mapa prévio para se chegar ao Caern. Isso era ótimo. A ragabash só abordaria um mendigo aqui, um catador de papelão ali e ainda, talvez, ganhasse um bolinho Ana Maria meio sujo e comido, que ela comeria de bom grado.

Henker aparentava estar descontente com a demora, mas não poderiam fazer nada sem o retorno de Kiba, além de sugerir o medo como meio de se conseguir informações. Tomás também expõe suas ideias, que ela achava muito práticas e coerentes. Mas nada comenta. Grace comenta sobre a Umbra e Jessica a resposta:

”-Mas teremos que tomar cuidado redobrado na Umbra. Olhos do Caos nos disse que o ritual do outro vampiro na cidade tornou a Umbra perigosa e mais difícil de se atravessar....não sei se já levamos isso em consideração. E se deve ser levado também...somente se formos pela Umbra, claro.”

E então Grace resolve decidir previamente um plano provisório que poderia mudar com a chegada de Kiba e Zvanna. Tomás manda um simples sim. Deganawida também concorda com o plano informado por Grace. Mas Jess tinha suas dúvidas. Tinham que investigar as áreas e a ideia da repórter também era boa. A ragabash então percebe que Sarah se manifesta. Jessica observa sem opinar, por enquanto.

- Eu me vangloriei de que?

De tudo oq ele disse, nem uma vírgula para sua opinião, e ao invés disso miram a sua carteira...

*Vai ser assim, o negão fala, ninguém dá a foda mas quando aperta de uma forma ou de outra vão dar um jeito de explorar o que ele tem!? Fêmeas... Não fode! *

Então a roedora lembra sobre o alerta dado sobre a umbra e na hora o fenrir levanta o dedo apontando e acenando em aprovação.

- Exatamente, aquilo lá tá uma loucura pelo que foi dito, querem simplicidade... infira medo. Cada um de nós tem 5 formas distintas, sugiro usar a segunda, vamos em glabro, não precisamos machucar ninguém, apenas impor o terror de Gaia no coração humano deles. Suborno não é certo de funcionar não pq não teremos como verificar a verdade... mas o medo... esse é diferente... deixa eu em glabro, coloca mais dois em hispo olhando e rosnando com a certeza de que o pescoço será dilacerado se ele não abrir a porcaria da boca e cantar como um canário e te garanto que isso dará certo.

Ele fala de forma direta.

- Com todo o respeito, mas sair daqui buscando isso ou aquilo de informação quando nós podemos simplesmente tomar de assalto, eu acredito ser a melhor estratégia... nós estamos indo defende-los de mais riscos, e eu não tenho saco de pedir permissão para alvos para que eles deixem de ser. Vamos respeitar o véu e vamos entregar a missão pronta... simples... se aparecer malditos, estaremos em forma de batalha. Mínimo de exposição, mínimo de risco, máximo de efetividade.

*Estilo Fenrir!*

Grace pretendia chegar em um consenso sobre o plano antes de detalhá-lo. Já conseguira ao menos dois apoios, mas nem todos estavam com a mesma disposição...

Olha séria para Sarah. 
- Não estou descartando a abordagem das testemunhas, mas acho que antes de reunirmos todas as informações possíveis, esse tipo de tática tem muita chance de dar errado. Seria um... tiro no escuro... não sabemos os nomes das vítimas, não sabemos onde elas foram mortas, não sabemos em qual ou quais pontos elas trabalhavam, não sabemos quantos pontos de prostituição há em Campo Grande. Precisamos saber de tudo isso antes de chegar fazendo perguntas, e tudo isso são coisas que podem ser levantadas sem as testemunhas. Você mesma reclamou que nosso plano estava complexo e teatral. Por isso eu planejei começarmos de forma mais simples. Se, durante a nossa primeira vigília, encontrarmos uma oportunidade de fazer uma aproximação, certamente faremos. Já temos a ideia de eu me passar por repórter, e, se Henker aceitar, usar o dinheiro dele. Se, ao chegarmos lá, encontrarmos uma situação hostil e caótica, definimos outra forma de ação. Se, ao chegarmos lá, encontrarmos uma ou mais criaturas da Wyrm, atacaremos. Isso torna o plano flexível. Aceitarei ideias sobre como proceder nos mais variados cenários, mas por enquanto, gostaria que todos concordassem com essa ação inicial. 
Esperava, dessa vez, ter conseguido convencer a Fenris e os outros que a ouviam. 

A Galliard revira os olhos, sem acreditar que, pela segunda vez, o Ahroun estava insistindo naquela ideia. Tudo isso era excesso de Fúria? Falta de empatia? Não considerar que pessoas, já tão fragilizadas, iriam fugir, se retrair, ficar em choque, em pânico antes de dizer qualquer coisa que eles queriam saber? 
A juíza Fenris intervém em boa hora, deixando claro, pois pelo visto era necessário, os perigos daquela ação. Assim, quando a Philodox lhe faz o pedido, a Beta não precisa pensar muito pra responder. 
- Você tem toda razão, Âmago-de-Gunnr. Essa ideia não só é arriscada como viola a nossa lei e todo o bom senso. Aceito sua solicitação. A proposta de Algoz de Einhejar está vetada. Estou aguardando manifestações de sim ou de não quanto ao plano que eu sugeri. 

Desde que Grace abrira o mapa que tinha, o Peregrino se levantara e passara a rodear o mapa dela observando o mapa de vários ângulos tentando guardar o que pudesse dele. Para guardar melhor as informações precisaria ver com mais calma e com ponto marcados e ler melhor os nomes da rua, mas era só ali pra começar a ter uma ideia geral. Sempre preferiu andar e guardar os caminhos por onde passava do que ver mapas. Mas eles ajudam quando necessário. Mesmo o mapa da estrangeira que era para turistas não era o mais detalhado ali. as partes mais periféricas deixavam a desejar, e o garou sabia que o desenho interno dos morros e comunidades nunca estariam ali direito já que era algo que surgia e se modificava de forma mais orgânica.
Não da muita atenção as falas enquanto está ali no seu momento de contemplar o mapa e uma questão em mente que ninguém respondera.
*O que é pantaneiro júnior? Alguma expressão desses Roedores para algo?*
 Volta apenas a ouvir a conversa quando comentam sobre apenas buscar informações mais indiretas, e Henker fala sobre ser mais direto e usar o medo, que faz com que sussurre algo para si pensando sobre.
"- Dinheiro, medo... Acrescentaria a opção Sedução e Sexo, funcionam tão bem quanto as outras, mas, não gastam e não geram problemas... Ás vezes, até tem prazer..."
Logo após olha se alguém o ouviu, já imaginando que viria repreendas só por mencionar aquilo, pessoal ali era bem do moralista.
A conversa segue, até que num momento que o índio da machadinha comenta sobre ele.
"- Conta comigo..."
Fala baixo olhando para Degan e cogita, mas se segura, em dar um piscadinha marota para ele. Depois o olha um pouco confuso quando ele comenta sobre walk talk e comunicadores, não era sua tribo, a galera que não curtia nada disso de tecnologia.
*Ou o cara está fazendo um esforço em aceitar isso, porque a coisa está feia... Ou ele é um dos fora da reta... Mas pela machadinha arremessada, não parece ser os fora da reta...* 
Em seguida segue uma discussão de posicionamentos entre o 'preto gostoso', a gringa e a juiza, que o faz querer estar bem longe dali, sentindo a tenção no ar. e comenta para ninguém, esperando que alguém ouvisse aquilo e pescasse no ar e entendesse a sugestão e quase pedido para calma e não o levasse como ofensa, se bem que era o mais provável ali. 
"- Gente, sério, precisamos sair pra beber algo e relaxar um pouco em grupo... Sério... Relaxar um pouco é importante... interagir juntos... sabe?" 
Termina a frase com um sorriso pequeno para Henker quase tentando passar para ele a mensagem de 'relaxa cara, pega leve'.
Mas o assunto é finalizado com a juiza e a fianna vetando a ideia dele e já pedindo posicionamento de todos frente ao plano de investigação do local e adquirir informações.
"- Sim... Como disse já estou aqui pronto para correr essas ruas e conhecer os caminhos..."
*E se der, quem sabe, conhecer alguém interessante também...*
Finalmente ia ter chance de correr um pouco, se mover e não ficar ali com aquela galera com animo tenso.

O Wendigo vê que o Ahroun dos Fenris continuava insistindo naquela ideia absurda de sequestro e parece bem insatisfeito. Até que Âmago-de-Gunnr o corrige e veta totalmente a ideia. Degan assente com a cabeça quando ela termina de falar:

" - Além de ser uma violação da Litania, vamos ficar expostos ao sanguessuga, que poderá, muito bem, fugir e retomar as atividades noutro lugar."


Eu não entendo, esse Estrangeiro da Wyrm realmente estava se vangloriando de seu carro e de suas posses... Ele realmente reluta em manter seus bens a serviço da Mãe? Até onde a Corruptora se entranhou nesta sociedade? Eu me lembro de nossos Potlach*... Uma pena que eles não sigam por este caminho.


O Wendigo nota que a juíza dos Fenris discordava dos pontos de vigia. Ele então decide esclarecer:


" - A ideia é mapear os pontos estrategicamente viáveis antes de definir a vigia. Se não houver nenhum deles no alto, podemos usar a ideia de Brilho-dos-Sonhos e seguir no chão, mas a uma certa distância para não chamar atenção."

Ele prefere deixar claro que não se opunha às entrevistas:

" - Não vejo problema em interrogar as pessoas no local. Mas, se o lacaio da Wyrm realmente tramou as mortes de propósito, precisamos estar alertas para uma emboscada. Perceber de onde ela pode partir nos daria uma vantagem, por isso a vigia."


Em seguida ele percebe os comentários do "Pantaneiro Júnior" como a Roedora de Ossos havia chamado o Peregrino. Degan decide apenas retornar ao foco:

" - Mantenha os olhos e a cabeça no mapa, Galliard. Não é a hora para discutirmos coisas que extrapolam a missão."


Eu não acredito que a essa altura temos que refrear impulsos devassos nessa matilha...


Talvez a memória dos Potlach tenha impedido que o Wendigo partilhasse a impaciência dos Fenris. Mas ele estava levemente incomodado...

*Obs: Potlach eram cerimônias em que a tribo dava e partilhava todos os presentes que recebia dos europeus. Isso amenizava as noções de posse e frustrava a Wyrm corruptora.

"Três votos, mais o meu. Já é suficiente" observa mentalmente a Galliard.

- Enquanto Kiba não chega, vamos adiantando o que precisaremos para a missão - começa a delegar, olhando para cada um - Brilho dos Sonhos e Sussurros da Noite, arranjem binóculos e walkie talkies. Acredito que Bit-Coins, dos Andarilhos do Asfalto deve ter isso. 99 Centavos e Sangue dos Quatro Ventos, arranjem o mapa mais detalhado possível de Campo Grande. Estou pedindo itens específicos para cada dupla, mas não precisam se limitar a isso. Se a primeira dupla achar um mapa, pode trazer também, e a segunda, se achar os equipamentos, também traga. Ficaremos aguardando aqui.  

O ahroun abaixa a cabeça ante as falas sucessivas.

*Eu não falei em beber o sangue dessa cambada, eu não falei em mata-los e estão falando em quebra de litania. São incapazes de manter um plano de forma simples e objetiva, querem agir com a sincronia de uma matilha que corre à luas sendo recém formada, mas não se tocam disso então não cabe à mim discordar. Eu já sabia que eu iria lutar até morrer, e contanto que morrer lutando seja meu fim, dane-se o resto.*

Sua expressão se torna vaga, nem aprovação nem rejeição, uma simples cada de 'foda-se' que pode ser muito bem interpretada como estar vencido, o que não deixava de ser verdade afinal.

Pega novamente as fotos das vítimas e passa analisar todos os ferimentos com maior atenção àquilo a fim de poder se distanciar das decisões que não lhe diziam, em sua mente, respeito pois para onde apontassem, lá ele iria.