[Vargem Grande] Sítio Rio Verde

Ao final de sua apresentação, assim que Kiba toma a palavra Grace segue até onde havia deixado o violoncelo, segurando o instrumento e encostando na parede. Tira um tecido de flanela do bolso e começa a limpar as cordas enquanto espera os debates sobre o plano começarem.

Tarek pede a palavra para passar as informações sobre o vampiro, e o Peregrino se sai muito bem, ganhando um olhar de aprovação de Grace. Estava falando como um verdadeiro Galliard. Fica até impressionada com a quantidade de detalhes que ele havia aprendido sobre a organização social dos vampiros, e que agora ensinava às Matilhas.

Já conhecia agora três dos clãs de vampiros: Seguidores de Set, Lasombra e Tremere. Se pergunta em qual deles pertenceria um certo vampiro que ela tomara conhecimento... guarda as informações. Seriam necessárias naquele ataque e em outros. As palavras do Peregrino sobre darem um descanso merecido aos vampiros, que eram doentes, deixam a Fianna olhando para o lado pensativa, mas balança a cabeça para voltar a se atentar a discussão.

Guy diz que já treinava com Coração Valente, o que já era uma grande vantagem, e ela sorri quando ele diz que madeira paralizava os vampiros. Já havia ouvido uma lenda desse tipo, embora gostaria que isso fosse capaz de matá-los. O Presas de Prata completa as informações que Tarek não havia falado, talvez por pouco tempo de treino ou lapso de memória.

Kiba explica o plano de ataque, os Lupinos, esperadamente, recusam-se a usar os walkie-talkies. Guy levanta uma questão bastate importante e o Ahroun surge com uma ideia, mas Grace pensara em algo mais simples.
- É bom saber que madeira paraliza os vampiros. Eu sou arqueira, tenho flechas de madeira. Sobre sabermos quem é o vampiro, Sussurros da Noite acabou de dizer que ele não tem reflexos. Podemos levar espelhos ou usar os reflexos das lâminas, se alguém usar esse tipo de arma.

Deganawida escutava tudo em silêncio. Quando o Peregrino fala, o Wendigo parece se espantar.

Hmm, ele realmente fez uma boa pesquisa. Vou dar a ele os parabéns no momento oportuno.

De fato, o jovem Philodox não conhecia muito sobre os diferentes tipos de vampiros. Ele sabia que alguns vampiros também viravam lobos e diziam odiar as madeireiras, tanto quanto os Wendigo, mas isso não mudava nada, eles eram mortos assim que encontrados e o resto de seus cadáveres, deixados ao sol apenas por precaução. Se fede à Wyrm, dificilmente não será da Wyrm, ele sempre ouvia, e se surpreende com a declaração do Galliard de que nem sempre um vampiro fedia à Wyrm...

Na pior, das hipóteses, pelo menos um que não fedia à Wyrm é um vampiro a menos para procriar... Sem mencionar que vida eterna é uma abominação aos olhos de Gaia e seu ciclo.

De todo modo, agora conhecia os La-sombra, Tremer e Seguidores de Set. Todos deviam morrer, mas saber que seus poderes eram diferentes já seria uma ajuda e tanto. O Presa de Prata da Renascidos completa dizendo que as sombras daqueles vampiros poderiam fazer alguém entrar em fúria mais facilmente, o que pode causar problemas...  

Kiba então recapitula o plano: um ataque com carga máxima no lugar, sem sobreviventes, apelando para a luz do Presa de Prata e os flashes do Wendigo. Degan assente com a cabeça quando é mencionado: seus flashes poderiam ser poucos, mas matariam em área. 

Valei-me Katanka-Sonnak, que sua luz mate o maior número de desgraçados possível e lhe cubra de glória essa noite!

 Presa de Prata da lua gibosa então pergunta como fariam para identificar o inimigo principal, o que é válido, mas não mudaria o fato de que a ideia era matar todos que encontrassem. Asa Solitária sugere o dom de Zvanna... O que não a deixa feliz. 

Imagino eu que nem vamos ter tempo de usa-lo... Do mesmo jeito que seria com o Faro para forma verdadeira.

Cordas-Trêmulas se pronuncia dizendo que talvez seria uma boa o uso de espelhos. Degan decide, então, tomar a palavra:

" - O uso de espelhos só vai funcionar se tivermos luz o suficiente para tirar os pontos cegos, talvez o reflexo na arma funcione, mas mesmo assim, nós vamos la para matar todos que servem ao lacaio, não sei se teríamos tempo para usar um espelho ou um dom como o Faro para Forma Verdadeira."

Degan faz uma pausa e observa a Fianna depois de respondê-la. Ele retoma então seu raciocínio:

" - Se eles não são resistentes, vamos mata-los o mais rápido possível. O que Garras-do-Falcão Noturno disse sobre a fúria pode ser um problema, ainda mais com tantos Garou juntos. Então gastem sua fúria e cuidado para não entrarem em frenesi: não podemos deixar que nos joguem uns contra os outros. E eu sugiro avisar também se encontrarem alguma armadilha, para que os outros grupos fiquem cientes que podem ter o mesmo problema."

Malditos lacaios, tsc. Só quero que meu irmão tenha logo a vingança que merece e possamos acabar rápido com esses desgraçados...

Degan fala de forma séria e direta, sem aparentar muitas dúvidas.

Olhos de Gaia observa a nova matilha que chegava, era impossível não reparar no Galliard que falava e se apresentava, sua raça pura e beleza eram incomparáveis, e mesmo assim todos eles diziam ser impuros. Afinal, não eram todas impurezas que atrapalhavam o todo, como sempre imaginou.

A matilha faz toda sua apresentação, novamente Cordas-Trêmulas retribui o favor, ela faz isso muito bem, mas faria mil vezes melhor com seu instrumento, pensa o Lupino.

Quando Tarek começa a falar, no entanto, o Lupino mantém sua atenção nele, e recebe a mensagem que passara diretamente para ele sobre o olfato, não era mais do que se esperar, já ouvira falar de vampiros que não matavam, não eram de todo da Wyrm, eles são muito mais a cara da Tecelã.

Kiba falava bem do plano, discutia com clareza, parecia saber como comandar aquela tropa, porém aquela punição em sua voz pesava nele, sabia disso.

Os lobos preferiam uivar... Ele preferia uivar também, vantagens naturais não podem ser mimetizadas com equipamentos no mesmo nível, o uivo é instinto, ele sempre vai vir.

"- Não existem lobos no Brasil, não que uivam como lobos cinzentos. -" Tomás sussurra para si mesmo sem querer chamar a atenção para si, pensava na possibilidade dos uivos darem problema. 

"-É... Oi, bem... Não querendo criticar, mas somente pontuando, não existem lobos no Brasil, não lobos cinzentos... principalmente em áreas urbanas. Se eu não me engano o uivo pode ser ouvido a pelo menos um quilômetro de distância do seu ponto de origem por um ser humano. -"

Para Tomás é particularmente ruim estar falando ali com todos aqueles Garous, se sentia exposto.

"- Só queria falar que talvez os uivos resultem em mais policiais ou até mesmo tolos curiosos a irem até lá. É bom ficarem atentos para matarem testemunhas. -"

Garous geralmente tem um comportamento estúpido e um tanto quanto emotivo, Lupinos ainda mais. 

Não estou falando para não se comunicarem por uivos, para eles é quase impossível tomarem decisões racionais que não envolvam seu instinto de lobo, mas é para ficarem atentos e matarem qualquer civil que possa ir lá por curiosidade.

Enfim... Estratégia de guerra urbana parece ser uma coisa inexistente entre Lupinos, isto não se trata de uma caçada de coelhos ou de malditos, são vampiros, ao que parece vinculados a vida urbana muito melhor que os Garous, aí você decide que toda a sua comunicação importante se dará por uivos? Expondo completamente a sua posição? Que inteligente entrar em base inimiga praticamente gritando uns para os outros... Nova técnica de invasão, talvez a SWAT ou qualquer outro grupo militar ou de polícia devia copiar nossa estratégia. 

*Sim, preciso ser mais lobo, não cheirei minha cota de cus neste mês.*

Grace é a primeira a se manifesta depois da idéia de Kiba, dando uma outra opção de resolver o problema. O Ahroun achava a idéia com aberturas demais, pois caso tivessem outros vampiros do mesmo "Clã" de Ian, eles poderiam acabar se confundindo.

Zvanna da sua explicação sobre o poder, deixando nítido que não havia gostado de ter seus segredos revelados, como Kiba já esperava. Aparentemente o poder não era infalível, mas pelo visto era a melhor opção que tinham e Sarah comenta que cada um teria que descobrir a identidade do inimigo de um jeito diferente.

Degan chama a atenção de todos para a fúria e o frenesi e Kiba já tinha intenção de fazer Henker, Grace e alguns outros se excederem um pouco mais nas primeiras lutas para gastar toda aquela reserva de fúria, mas uma lembrança sempre era bem vinda.

Tomás comenta sobre a questão de usarem uivos e que aquilo poderia chamar a atenção, mas é rapidamente rebatido por Ataca a Wyrm e Guy, ficando nitidamente incomodado por ter sido contrariado, parecendo até estar respondendo os outros mentalmente. O Presa de Prata prefere não comentar aquilo e logo volta ao foco:

- Esta decidido então. Usaremos os uivos assim que tivermos certeza que encontramos o inimigo certo e nossos Galliard irão dar o aviso. Se ninguém tiver nada a acrescentar vamos nos preparar para partir.

O Ahroun já se põe de pé e espera uma resposta dos demais. Estava ansioso por aquela vitória e aquilo era nítido em seu olhar.

Grace olha para Deganawida, acenando pensativa, sem responder. Provavelmente ele estava certo. De qualquer maneira, levaria um espelhinho. Poderia ser útil e não ia pesar.

As discussões continuam e são levantadas algumas medidas simples, mas sábias. Kiba encarrega os Galliards de darem avisos caso o inimigo fosse identificados, e Grace apenas acrescenta. 
- E se encontrarmos armadilhas também, certo? 

Como nenhuma Matilha se opõe a saírem, ela começa a se mexer, saindo de onde estava carregando seu violoncelo. 
- Eu vou buscar minhas armas. Helenna, pode vir comigo um instante, por favor? - sorri para Fúria Negra, esperando ela acompanhá-la.

O telefone de Zvanna (ou da sede da Asas da Esperança - não sei qual dos dois ela me passou) começa a tocar.

*Sério?!*

Victor liga novamente para Zvanna. Caso ela cancele a chamada novamente, o Philodox enviará uma SMS com a mensagem " URGENTE "

Grace leva Helenna até seu quarto e fecha a porta. Sua expressão é um pouco aflita e culpada. 

- Desculpe-me, Helenna. Eu tenho algo muito sério e importante para te contar. Eu devia ter feito isso antes, não queria fazer isso assim, com pressa, nas vésperas de sairmos para a missão. Eu também queria ter reunido você e Asa Solitária para contar de uma só vez aos dois, pois acho que os dois deveriam saber, mas eu atrairia muita atenção de todos chamando ele para esse conversa. De qualquer maneira, você, mais do que qualquer um, precisa saber. Eu não poderia partir para essa missão de hoje sem que você soubesse disso.  

Grace se senta na cama e pega um caderno, fazendo um gesto para Helenna se sentar ao lado dela. Começa a escrever à lápis, deixando ela ver. Não correria nenhum risco de ser ouvida pelos vários Garous que estavam na casa.
[Trecho enviado em privado com autorização do Narrador]

Termina de escrever e espera a Ahroun confirmar que já leu para se levantar e pegar um isqueiro em suas coisas para  queimar o papel. 
- Desculpe-me novamente por contar dessa forma. Espero que entenda meus motivos.  

Assim que termina de falar aquele monte de coisas, tem como reação de Guy Falcon apenas apontar mais coisas e não mostrar nenhum apreço pelo que fizera e ainda dar a indireta que ele esqueceu de falar coisas.
 *Qual o problema desses galliard Presa de Prata? Bando de exibido esnobe mal humorado... Sorte que são bonitos... Se não... É o famoso bonitinho e legal de boca fechada... Bom vamos, vamos aproveitando pra ver neles o que presta... O corpo... Tórax... abdômen...*
 Acaba ali se distraindo um pouco com a memória de Alef e vendo Guy. Mas logo volta a apreender bem a conversa sobre o plano. 
 Instrumentos eletrônicos ou uivos, mas não tem lobo pra uivar, passar por cachorro, usar espelhos, ficar perto do Kiba que faz luz. Como acha Ian... Zvanna incomodada... Kiba erra ao falar que ela consegue ver memórias, porque na real é um pouco pior, ela rouba.
 Naquela situação ele concordava com Degan que o importante era derrubar tudo, e entende o ponto de Tomás, apesar dos lupinos reclamarem como já esperava. E pensava ali fazer algo para dar um pouco de crédito a ele.
 Por fim Kiba bate o martelo dos uivos, e Grace se retira para pegar armas. E aquilo faz o peregrino lembrar do aviso dado por Sarah que Jéssica tinha deixado sobre policiamento.
 "- Armas..."
 Fala pra si mesmo e então eleva a voz.
 "- Pessoal temos que nos preocupar talvez com essa questão do policiamento pesado até chegar no hospital psiquiátrico. Quanto a discrição com as armas nossas e com andar por aí, e grupos que formamos até chegar lá para não parecer suspeito a polícia. Não seria bom complicações no caminho sabe..."
 *Espero que Kiba não leve para o pessoal depois dele ter decidido isso*
 "- E sobre comunicação, legal uivos que é algo nosso, difícil de copiarem ou interferirem, mas entendo a preocupação do Ragabash andarilho quanto a discrição... E claro que será usado com moderação não será um festival de uivos, mas ainda assim um uivo entrega a posição de alguém, talvez possamos compartilhar e usar também de outras técnicas de comunicação junto. Que sejam discretas. Como telepatia se alguém tiver, ou talvez falar com animais também e conseguir informações e mensageiros, se bem que temos que tomar cuidado com animais que  sejam treinados pelos vampiros também. Mas é sempre bom ter mais meios em mãos para utilizar. E o importante é além do tal bispo derrubar o máximo de vampiros e lacaios e também derrubar o lugar como um todo já que ali é um ponto de referência deles, um refúgio. Já vai atrapalhar os planos e desorganizar um pouco eles. Vai ser meio que assim descobrir e derrubar templos e refúgios dos sanguessugas até não terem mais nada."
 Já esperava ali alguma rechaça sobreaviso questionar de novo a comunicação que havia sido decidida, mas esperava que Tomás reconhecesse aquilo. E mais esperava que os Garous ali pensassem no que foi falado sobre o policiamento e como proceder ali.
 * Vai ser "super normal" para polícia ver um carro com. Negão, um índio, um casal de gringo juntos e com armas brancas e arco e flecha na rua... Ou melhor, um bando de cachorro bombado gigante correndo na rua...*
 Ironiza a em seus pensamentos sobre os grupos passando e via como era algo estranho é suspeito para polícia.

Kiba concorda com um aceno de cabeça pra Grace assim que ela fala sobre as armadilhas e já caminha em direção a saída.

Nota que o telefone de Zvanna tocava, mas a Senhora das Sombras recusava a ligação para felicidade do Presa de Prata. Estavam prestes a sair em missão e se começassem a desviar a atenção teriam o mesmo problema da noite passada.

Tarek chama a atenção então voltando no assunto dos uivos. Kiba para na porta e olha na direção do Garou, mas as outras matilhas são mais rápidas em dar as respostas. O Presa de Prata espera Sem Nome terminar de falar e então conclui:

- A preocupação das armas é válida, mas se Sem Nome diz que dará um jeito então está resolvido. Quanto ao uivo, acho que tá desconsiderando o poder intimidador que eles tem.... Parte de uma vitória no campo de batalha é afetar o psicológico do inimigo.... Agora vamos pensar nos carros.

O Ahroun olha para Sem Nome e diz:

- Nós temos dois carros eu acho. Se formos pela Umbra teremos que ir todos juntos para garantir a segurança. Lá não tá um lugar nada fácil e provavelmente quanto mais pra dentro da cidade pior.

Kiba então olha para Ataca a Wyrm e Guy e questiona em seguida:

- O que preferem? Umbra ou carros?

- Eu sei, esse é o meu objetivo pessoal - fecha o punho, apertando-o de leve - passadas as demandas da Matilha tentarei avançar nesse assunto.  

O conselho para procurar um juiz faz Grace abaixar o isqueiro, hesitando em queimar o papel.
- Você tem toda razão, isso é mesmo o mais sábio… -  ela volta a se sentar na cama, refletindo para tomar uma decisão - se tivéssemos mais tempo eu procuraria Coração da Verdade. Ela me tratou bem e me inspira confiança, além de ser Juíza da Seita. Porém, não vamos ter esse tempo, precisa ser alguém da Matilha. Não é uma escolha fácil, mas contarei para Sangue dos Quatro Ventos. Além dele ser um juiz, também é o Beta da Matilha, me seria um resguardo ainda maior que a liderança da Asas da Esperança saiba disso.

Uma outra ideia surge em sua mente.
- Como se tratará de um assunto da liderança, aproveitarei para chamar Asa Solitária, junto com Sangue dos Quatro Ventos. O que você acha?

Kiba concordava com a ideia de Guy em dividir os grupos. Não se sentia muito a vontade de deixar alguns de seus amigos irem pela Umbra, mas sem duvida alguma os lupinos e impuros estavam muito mais habituados a seguir por aqueles caminhos do que eles.

- Ta certo.... Nos vemos lá então. Vamos estar posicionados. Uivem informando que chegaram e começaremos o ataque.

Ele olha então para sua matilha e quanto pensa em chama-los, nota que Guy resmungava algo sobre uma ligação. Era o segundo a receber uma chamada desde que estavam prestes a sair. Não sabia se era algo sério, mas se tanto ele quanto Zvanna haviam recusado a ligação imaginava que não era tão importante.

- Bora gente.... Vamos pra garagem.

Diz o Ahroun já começando a caminhar em direção a garagem onde estavam os carros.