Ruas do Centro da Cidade

Em um piscar de olhos Pantaneiro que tinha tudo sob controle nas mãos e tudo que precisava era somente mais uma ataque, vê sua consciência ser tomada por uma vontade enorme de fugir. Não havia controle, não havia resistência, não havia o que pudesse fazer. Sua mente, seus músculos, simplesmente se tornaram o que não era de sua vontade. Foram consumidos pela covardia da fuga profanada pela Vampira.

Pantaneiro, ainda em Crinos, perto da honra, cometeu a desonra de simplesmente começar a fugir. Onde pararia, como pararia, se o véu seria rasgado, ou se morreria, não sabia. Não tinha como saber. Não tinha consciência e estava à mercê da sorte.

Do sucesso que precisava ter para mostrar para a matilha de que era capaz, tornou-se um fracasso que com certeza prejudicaria e muito o Ahroun.

Parecia que era seu destino fracassar. 

Pantaneiro aos poucos vai recobrindo a consciência. Parecia que tinha sido rápido, mas aqueles segundos de não-controle foram uma eternidade. Ao recobrir a consciência por total, nota Victor saindo de cima do seu corpo. Visivelmente havia perdido o controle por conta do dom da Vampira e aquilo era algo que abalou a confiança do Ahroun e mancharia sua honra.

" Vagabunda covarde... Desgraçada!!"

Pantaneiro não diz nada. Volta sua forma hominídea ao passo que diante do comentário do Philodox, dá a chave do carro para Galliard. Dava pra ver no semblante do Ahroun, que sempre tinha convicção e muita confiança no que fazia, a decepção de ter perdido um momento glorioso como aquele.

Olhou para Victor com uma firmeza nos olhos enquanto pegava de volta os seus fetiches e reabsorvia-os e disse:

- Obrigado, Victor.

Viu os dois homens mortos e deduziu que o véu estivesse seguro. Como não havia mais nenhuma Vampira, deduziu que Victor também tinha resolvido. Havia perdido seu troféu e agora que teria que aceitar seu fardo. Havia feito seu melhor e aquilo não foi o suficiente.

Restava somente o Galliard chegar com o carro, despachar os corpos e explicar o acontecido e rezar para Gaia lhe dar momentos melhores.

Pantaneiro seguia pela direção que Skull-Head ia indicando quando sua atenção é quebrada com Victor tendo um ataque de pelanca. Ao escutar as palavras do Philodox, o Fianna entendeu bem sua preocupação. Deixou escapar enquanto voltava sua atenção às ruas.

- Que maravilha...

Tava tudo favorável para o Ahroun, só que não. Pelo visto não estava lidando com humanos e não se transformar era um risco real de morte. O Andarilho faz uns adendos sobre não vacilar, tomar cuidado e agir na cautela já que possivelmente não era humanos. Também fala sobre como iriam proceder quando estivesse chegando e Pantaneiro comenta:

- Ok, xômano. Só me avisar um pouco antes e ta tranquilo. E fiquem tranquilos, vai dar tudo certo. É só nois agi com sabedoria e usar nossa força na hora certa.

Dizia isso enquanto seguia na direção que era indicada pelo caveira.

- Se ele estiver em um prédio comercial ou residencial, acho difícil do cara em si ser um vampiro, mas como a empresa dele funciona de fachada pra várias operações do submundo, seria besteira não considerar que existam interesses vampiricos em jogo e que podemos estar lidando com lacaios.

Victor acende um cigarro, da um longo trago e continua após as observações de Pantaneiro e do Caveira:

Sim, todo cuidado é pouco. Vamos ver onde ele está e formulamos uma estratégia de acordo.

Pantaneiro faz uma referência à vampira da primeira noite que tinha encontrado e depois lança a pergunta. Seguia normalmente pelo trânsito.

Responde Pantaneiro sem se importar muito se iam ou nä seguir sua sugestão.

Responde Pantaneiro ao escutar as palavras de Skull-Head. Vê o prédio passar sobre sua vista e nota o tamanho da segurança que havia. Seria uma missão delicada. Após o comando de Victor, Pantaneiro vai duas quadras pra frente do prédio e vira numa esquina com menor movimento conforme havia pedido e para o carro. Diz então ainda sem desligar o veículo:

Mal termina de fechar a boca e uma voz grave é escutada dentro do carro.

"Não é a voz do victor, nem a do Skull-Head..."

Ao olhar rapidamente para trás o susto.

- PUTAQUEOPARIU!!

Se tivesse bosta pronta, tinha cagado tudo na roupa.O Fianna arregala os olhos contendo o frio que percorre sua espinha se perguntando como aquele desgraçado havia entrado no carro sem que ninguém percebesse. Nota Skull-Head também quase se cagar e Victor não demonstrar qualquer reação. O pior de tudo era que parecia saber o que iam fazer desde o início. Falava de uma forma convicta e para completar, ainda havia chamado todos de incompetentes. Agora tinha certeza absoluta que o maldito era um Vampiro.

"É o desgraçado! É Vampiro e já sabe de tudo... fudeu muito!"

É o pensamento do Ahroun após suas palavras. Vendo aquilo pelo lado bom, o maldito já estava no carro. Pelo lado ruim, não apareceria no meio dos três se soubesse que não dava conta. Estava na famosa sinuca de bico e inicialmente o diálogo era o melhor caminho. Era o que Victor começava a fazer com aquela pergunta.