Cabana da Forjaria

O Ahroun caminhava pelo Caern seguindo a direção apontada pelo filhote. Não havia sido dificil encontrar o local. Assim que se aproxima Kiba chama em alta voz:

- Ô DE CASA!

Depois disso, começa a analisar um pouco mais o local onde estava. A forjaria não parecia nada inovadora, muito pelo contrário, era uma cabana sem todas as paredes erguidas. Aparentemente quem a construiu cuidou para não agredir demais a Wyld a sua volta.

O Ahroun rapidamente encontra o provável dono da forja. Ao notar que o Fianna estava nu e fumando um baseado enquanto trabalhava lembrou instintivamente de Thiago. A naturalidade com que ele se portava naquela condição demorou a ser absorvida por Kiba que, assim que se recuperou da primeira impressão, diz:

- Sou Kiba Valentine, Asa Solitária, Ahroun, Cliath dos Presas de Prata e da casa dos Inimigos da Wyrm. Desculpe atrapalhar seu trabalho. Estava em busca de um arco e algumas flechas para poder praticar. Imaginei que encontraria isso por aqui.

Kiba cumprimenta o Fianna com um aperto de mão firme e com a outra mão acena recusando o cigarro. Inevitavelmente o Ahroun ri do comentário do Ragabash e diz:

- Acho que vai pegar mal se eu te chamar assim. Prefiro Adryan... Po... Eu nunca bebi hidromel na vida. Se importa?

Diz o Presa de Prata enquanto caminha para a pinha de armas ao lado e começa a avaliar os arcos que estavam ali.

Kiba ainda escolhia o arco quando Adryan retorna com uma caneca cheia da tal bebida. O Ahroun segura a caneca e observa o liquido. O cheiro era bom e parecia ser bem forte.

Kiba então da uma rápida golada, fechando os olhos em seguida e fazendo uma rapida careta. Era forte para ele que estava mais acostumado com cerveja, mas sem duvida era uma boa bebida para dias frios.

- Obrigado... É mais forte do que to acostumado, mas é muito boa...

O Ahroun da mais uma golada na bebida adocicada e volta a olhar os arcos. Queria puxar mais papo com o Athro, mas a verdade é que não tinha assunto que passasse em sua mente que parecia interessante em sua mente.

- Vive nessa cidade a muito tempo?

Era a única pergunta pergunta que conseguiu fazer para quebrar o gelo. Finalmente Kiba parecia achar o que tava procurando. Ele ergue um arco do meio dos demais que não era muito grande. Não entendia muito de arcos, mas parecia que aquele serviria para sua estatura.

- Posso ficar com esse?





Sorri o Ahroun enquanto da outra golada na bebida adocicada.

Kiba agradece com um aceno de cabeça e coloca o arco e uma aljava de flechas as costas e volta a beber o hidromel. A cada novo gole que dava, Kiba sentia que a bebida era prazerosa e inspiradora. O Ahroun até se esquece do estresse da noite por um tempo, algo que definitivamente tirava um peso de suas costas.

A explicação de Adryan arranca um aceno de cabeça de Kiba cujo rosto ainda estava escondido atrás da caneca. Depois de secar a boca com as costas da mão livre o Ahroun diz:

- Realmente aqui é quente pra cacete. Venho de Nova Iorque. Vivia lá desde os doze. Então me acostumar com esse "sol pra cada um" também parece que não vai ser fácil.

Kiba pensa em dar mais um gole na bebida, mas se detém por um instante antes para falar:

- Essa cidade aqui... É bem diferente de lá, mas não é o clima que ta me incomodando. Parece que os vampiros conseguiram tornar ela um inferno na Terra. Nem a Umbra escapou desses desgraçados.

Kiba ouve enquanto encontra um local para sentar, aproveitando o hidromel e a conversa. O Ahroun então questiona:

- Não me leva a mal, mas cade os Andarilhos dessa cidade? Eles não deveriam estar trabalhando pra achar esses caras? Pra rastrear as empresas deles, essas coisas...

Kiba não gostava muito da forma como os Andarilhos trabalhavam, mas pelo que Adryan dizia os daquela cidade eram mais "focados" que os de NY. O Ahroun termina sua caneca de hidromel e diz:

- Fico feliz em ouvir isso... Bom cara... Não vou mais atrapalhar seu trabalho. Te vejo na festa mais tarde?

Kiba já começa a levantar do local onde estava sentado e esperava a confirmação de Adryan para sair. Ele estende a caneca mais uma vez e questiona:

- Posso levar mais um pouco?

Kiba agradece mais uma vez erguendo a caneca como se oferecesse um brinde. Então, começa a sua caminhada para a clareira central.

Off:

Segue na clareira central.

Grace avança para perto da Cabana, procurando por alguém que estivesse cuidando do local. Acha de bom tom se apresentar. 


- Saudações ao responsável pela Forjaria. Quem se aproxima é Grace Tavares Conney, Cordas Trêmulas. Cliath Hominídea, Galliard dos Fianna, conhecendo pela primeira vez o local no Rio de Janeiro onde se trabalha a arte do metal. 

- Hidromel?! Não imaginava que essa bela arte fosse praticada no Brasil.  

Grace já havia ouvido falar do Bardo Forjador, que pelo visto era literalmente um forjador, mas jamais poderia esperar que ele se apresentasse a ela daquela forma, e não tem como evitar direcionar seu olhar para a “espada” que ele balançava sem nenhum pudor. Faz um esforço para voltar a olhá-lo nos olhos, dando um risinho gracioso quando ele se define como “avatar do sex appeal” e arregala os olhos satisfeita e surpresa ao ouvir que ele era líder dos Fianna.

- Aceito o hidromel, obrigada! Uma arte como essa merece ser apreciada. É um prazer conhecê-lo, Bardo Forjador; pessoalmente, pois seu nome já havia sido apresentado a mim antes de sua ilustre figura… - lança outro olhar, de cima para baixo, mais rápido e discreto, e comenta sorrindo- eu já percebi que os moradores do Rio de Janeiro andam com o mínimo de roupas possível por causa do calor dessa cidade, mas sem nenhuma, é a primeira vez. O fogo da forja deve aumentar ainda mais esse calor.  

E duvidava que o fogo era só da forja para ele andar pelado...

Grace pega a caneca, mas fica olhando para o Bardo enquanto ele explica porque estava nu, e o motivo deixa a Galliard ligeiramente impressionada, por ver que havia uma filosofia com bastante sentido em sua decisão, e não apenas pura safadeza. 
- Isso me parece um ótimo motivo! - dá um sorriso reconhecido, e ri da maneira vaidosa como ele aponta para si mesmo - um lugar bem menos belo e interessante!

Começa a erguer sua caneca, ainda com os olhos nele. 
- Eu venho do país que faz as melhores cervejas do mundo. Posso ser bem exigente com bebidas - e dá um sorriso espirituoso antes de tomar um gole do hidromel.

Grace brinda com o Bardo e toma o hidromel, que não fica só no primeiro gole. A Fianna vira a caneca, deliciando-se com o sabor encorpado e o efeito extasiante da bebida, dando coragem e confiança, como os guerreiros do passado deviam se sentir após ganharem uma gloriosa batalha. 

- Sárobair*! Gaia amada, que bebida maravilhosa! Nunca tomei nada tão gostoso! 

Abaixa a caneca, com apenas metade da bebida. 


OFF: Sárobair: Excelente trabalho, obra prima

Grace gira os olhos para Bardo Forjador com estupefação e felicidade. 
- Labhraíonn tú Gaeilge*! Como é bom ser compreendida em minha verdadeira língua! Se essa ainda não é sua sárobair, mal posso esperar para experimentá-la. Quando eu saí da Irlanda, minha mãe me aconselhou a levar algumas das nossas cervejas, pois disse que eu não encontraria nada tão bom nas terras brasileiras. Ela mal vai acreditar que estava enganada! Esse hidromel me fez sentir na própria Éire! 

Estica a caneca, aceitando mais, e vai tomando alguns largos goles enquanto ouve o líder Fianna. 
- Jamais perderia uma reunião de nossa Tribo! - ao saber que ele cozinharia javali, Grace se sente grata por esse não ter sido escolhido como Totem de sua Matilha - Pantaneiro, imagino. Eu o encontrei quando cheguei no Caern. Fomos designados para Matilhas diferentes. Corro com a Asas da Esperança, liderada pelo Presas de Prata, Asa Solitária, que me nomeou Beta. 


OFF: *Você fala gaélico!