Clareira Central

* Luke observa os Garous que lhe eram apontados. Toma nota mental sobre eles e, já tendo agradecido a Fianna, se despede: *
 
- Vou falar com eles e deixar de tomar seu tempo. Obrigado pela atenção e até breve, Estrela-da-Manhã.
 
* Acena a cabeça de maneira cortês e então se volta para a mesa de comidas que estava logo ao lado. Passa os olhos pela carne que ali havia e agarra um bife sangrento, não considerava frutas como alimentos para um Garou e gostava de seu alimento o mais cru possível. Abocanha um pedaço e começa a mastigar enquanto se aproxima do Lupino que, conforme lhe fora informado, liderava os Lobos Incansáveis. Ainda havia sangue da carne escorrendo pelo canto da sua boca quando se apresenta: *
 
- Ataca-a-Wyrm? Sou Legado-do-Trovão, nascido sobre duas patas, Ahroun cliath dos Senhores das Sombras e líder da Olhos da Tempestade. Soube que o nosso território faz fronteira com o seu, vim me apresentar.
 
* Abocanha um novo naco de carne crua e mastiga com a naturalidade de quem fazia algo comum enquanto aguarda um possível seguimento da conversa. *

Respira de forma pesada. E olha para cima vendo Sarah. E logo fecha os olhos com força já se preparando para receber  chute ou algo do tipo dela. Mas o golpe não vem e então a ouve falar voltando a abrir os olhos e a ouvindo.
 "- Você tem razão... E de novo..."
 *Isso dela ter razão toda hora já está ficando chato...*
 Suspira ali olhando para o céu e então se senta, limpa um pouco o rosto com a mão de novo.
 "- É difícil me controlar, mas ninguém tem culpa e nem tem que me aguentar... Eu sei que fico rindo, é meio até que um jeito de eu acreditar que coisas estão bem, no fundo eu vivo com raiva e a ponto de explodir o tempo todo... Passos-largos dizia que essa raiva excessiva e arroubo é comum de nossa tribo, e é a mesma raiva que acabou fazendo a gente correr e não entrar em harano quando perdemos tudo, e de alguma forma todo peregrino vem com ela. Preciso ver se controlo direito isso... Eu não quero mesmo virar um estorvo maior do que já sou... Nem que tenha que sair a cada meia hora para dar uma cabeçada numa árvore..."
 Levanta ali, tenta forçar um risonho com a coisa de dar cabeçadas em árvores, tentando dar uma leve descontraída ali, por ele mesmo, e então olha para Sarah.
 "- Desculpa de novo por mais essa... Prometo pela coruja e pelo Uirapuru que vou tentar me controlar mais e ser melhor para matilha... Desculpa também o arroubo que tive com você e Zvanna ali na conversa com a matilha... Certo vou ser mais centrado..."
 Franze um pouco o rosto pensando ali.
 "- O que me lembra... Uma droga não ter livros aqui, facilitaria coisas para mim... Eu sei de nossa tradição oral, sei que temos muitos lupinos analfabetos... Mas quando não se tem contato com antepassados, só depende de histórias e memória, registrar em papel pode ser um boa... Para muita coisa não ser perdida quando alguém morre. Tenho planejado em juntar e  anotar histórias dos garous e registrar. Na real foi por isso que vim aqui, queria registar as histórias do velho Eusébio, e até ver se ele existia mesmo, tem lugar que ele é dado como um mito, não sendo real ou não estando mais vivo sabia."
 Nem sabia direito o motivo de falar tudo aquilo para philodox, as palavras só saiam juntos das memórias sobre sua raiva e sobre o motivo de ter vindo e o querer uma biblioteca. Claro que ao falar da tradição oral passou por sua cabeça que talvez Degan não soubesse ler o português. Mas as memórias do passado chegavam sempre na lacuna que lhe gerava muita raiva sempre, e aquilo o leva a fazer uma pergunta quase inesperada ali.
 "- Sarah, desculpa a pergunta e a curiosidade, mas como era sua relação com seus pais?"

- Esperarei para assistí-las - diz cordialmente, e escuta os elogios que faz ao irmão de Matilha dele, apenas com um aceno.

O relato sobre seu irmão Fianna faz ela demonstrar apreensão, arregalando um pouco os olhos, mas não exatamente surpresa. Já ouvira sobre a falta de controle do Ahroun, que ia além do esperado para sua Tribo e Augúrio. Isso pelo visto era um risco ainda maior do que ela tinha pensado.

-  Posso entender agora porque não dedicou muitas palavras a ele em sua apresentação… por Gaia! Que perigo você correu! Obrigada pelo aviso. Eu tomarei cuidado. Tenha uma boa noite, Guardião Ancestral.

Com essa despedida, Grace se afasta dele. Procura Tarek com o olhar, mas ele e Sarah deviam ter se afastado para conversar. Vê Kiba ainda conversando com alguém, e sem querer interrompê-los, apenas acena com a mão para chamar a atenção do Presas de Prata, precisava falar com ele.

Porém, enquanto ainda tinha um tempo livre, Grace procura por alguma de suas amigas Fúrias Negras para perguntar quem era Mestre de Rituais na Seita.

O contato de Spybot era um Lobo Corporativo também. Era interessante guardar isso na mente. Skull-Head fala:

"- Acho que já tomei teu tempo demais, Bit-Cois; mas agradeço pelo papo. Prometo que você terá uma resposta na nossa reunião, dou a minha palavra!"

Ele estende a mão para um cumprimento final, aproveitando para perguntar:

"- Só mais uma coisa, chefia: por acaso há algum irmão que tenha nascido sob a lua crescente, como eu? Sabe como é, né, gostaria de bater um papo de Theurge pra Theurge."

Diante da despedida e resposta, caso a mesma fosse afirmativa, Skull-Head seguiria até o irmão indicado. Gostaria de saber mais sobre a Umbra daquele local.

Vendo o gesto do líder de sua tribo e o afastamento do Fenris, Victor se aproxima e fala em tom cordial:

"-Noite animada, não?"

Sua postura não é altiva ou austera, tampouco receosa pelo que poderia vir a escutar. Carrega um semblante calmo, apesar de bastante ensanguentado, e espera as palavras do Philodox.

* Luke podia se importar com muitas coisas mas nunca se importava em sujar as mãos quando era necessário. Não recua diante do gesto que muitos considerariam anti-higienico e, embora certamente preferisse evitar os fluidos que acompanhariam aquela apresentação, cumprimenta o lupino com firmeza que um líder deveria ter. Sua mão já estava suja de sangue antes, não faria diferença substancial. Encara-o enquanto pensa: *
 
“Pra quem já levou chamego no cangote de um lobo isso não é nada..”
 
* Sabia instintivamente que aquilo era uma especie de desafio silencioso, os líderes deveriam estabelecer quem era o dominante e, portanto, não desvia os olhos enquanto diz: *
 
- Essa seita me confiou um território que já foi seu e eu pretendo continuar seu trabalho e mante-lo com força. A Wyrm deve aprender a não colocar as garras imundas na zona oeste.
 
* Adequava suas palvras ao ouvinte e, sabendo que Lupinos não eram afeitos à rodeios, fala em tom direto. A fúria gritava naquela conversa, o líder das Lobos Incansáveis era forte mas Luke também o era. Prossegue: *
 
- Você é mais antigo aqui e seu conhecimento da região seria útil na luta contra a profanadora. Tem algo que você pode me dizer sobre o território?
 
* Rasga mais carne crua com os dentes enquando aguarda a reação sem deixar de fitar o Lupino. *

Grace resolve abordar Rastro Invisível, lhe sorrindo amigável. Usa propositalmente uma linguagem neutra de gênero.

- Olá, estou procurando quem ocupa o cargo de Mestre de Rituais da seita. Sabe quem é?

Victor olha para os olhos de Adam e sem enrolação ou emoção em sua voz responde:

"Ego inflado e frágil. Necessidade de prova-se para si mesmo a todo tempo. Parece ter mais postura do que qualquer verdadeiro conteúdo. Demasiadamente preocupado com a própria imagem e a imagem daqueles que o cercam. Diz não ter medo de fazer o trabalho sujo, mas fraquejou ao não quebrar a minha cara quando virei de costas preferindo um teatro fraco para tentar mostrar que tem moral. Tenta se impor pela força e o medo, mas não entende que ainda é um bostinha como quase todos Cliaths o são. O desejo de se provar e sobressair, junto ao ego inflado e frágil o torna facilmente manipulável bem como servil e respeitoso em demasia em horas desnecessárias, como quando tratava com a filha de Koniesko. Tudo nele parece montado e artificial. Na verdade, não fosse pelo seu nome e a pureza do seu sangue, se eu o conhecesse juraria de pé junto que se tratava de mais um Presas de Prata com o rei na barriga. Não sei o que ou por que ele quer tanto se provar, mas, se não ser um jeito nisso, sua hubris será sua queda. E a queda vai ser feia."

Olhando para o líder da tribo sem titubear um segundo sequer, continua:

"-Apesar disso é um guerreiro forte e habilidoso, mesmo se expondo a riscos desnecessários, e o restante da matilha parece cair no teatro dele e respeitá-lo. Ele gosta de dar a última palavra, mas escuta os conselhos dados antes de traçar seus planos. Mostrou-se um estrategista decentes e, aparentemente, pela forma como dividiu os grupos, consegue ler bem as capacidades dos Garou ao seu redor. Ele ainda é cru e não parece entender bem a diferença entre mandar e liderar, mas se mostrou capaz de reconhecer os próprios erros, se ele vai ser capaz de corrigi-los, isso, eu ainda não sei...Mas ele tem muito potencial."

Victor acende um cigarro, traga e fala:

"-O estrago com a encenação de merda já estava feito, mas se eu ia falar com a outra matilha e minimizar os danos do que eu fiz, melhor que eles vissem que alguma providência foi tomada pelo Alfa... Bom, isso é tudo que eu posso falar das minhas impressões nessa primeira noite."

Victor termina o relatório olhando placidamente para o seu líder.

Skull-Head agradece pelo conselho, sabia o que o Ragabash queria dizer. Ele se afasta do líder tribal, seguindo até a dupla, de maneira a ser percebido por ambas. Ele demonstra interesse em se aproximar, mas esperaria o convite delas para fazer isso.

Grace reconhece a Garou que a Ragabash aponta. 
- A theurge que invocou o Boitatá no desafio! 

A Fianna fica aliviada que a Mestre dos Rituais era uma mulher e da Tribo dos Filhos de Gaia, uma tribo que era conhecida por seu comportamento sereno e pacífico. Achou que ela receberia a ela e a Kiba melhor do que alguém da maioria das outras tribos.

Comenta com a Fúria Negra. 
- Obrigada, Rastro-Invisível. Precisarei falar com ela ainda hoje, e amanhã, com a liderança da Tribo dela, como Coração da Verdade me aconselhou - dá um breve sorriso cúmplice para ela - ela é líder da Tribo também?