[Alto Leblon] Mansão da Olhos da Tempestade

O Senhor das Sombras parecia gostar muito do som da própria voz analisando a conduta dos recém chegados. Koda já estava inevitavelmente mal humorado, então as palavras nem acrescentavam ou diminuíam aquele sentimento, questionando-se como degenerados utilitaristas teriam conseguido subir tanto naquela seita local.

*Contar com alguém... interessante forma de colocar as coisas.*

O Juiz parecia saber muito sobre o típico irmão de tribo de Koda o que não costumava ouvir de forma tão direta das bocas de outros Garous, mas algumas de suas análises pareciam mais vindas de alguém que queria parecer inteligente do que de alguém que realmente sabia como o Ahroun conduziu a sua existência até ali.

*Agora um palestrante.*

Mas saber o que aconteceu dava algumas indicações de que tipo de Cria de Fenris que iria conviver, forte o suficiente para conter dois luas cheias em frenesi, extremamente capaz para guerra, entretanto o que mais lhe interessava era imaginar o qual frágil seria em outras capacidades, mesmo algumas já começando a aparecer.

Koda gostaria de saber que juízes eram detentores das qualidades que Victor elencou, pois o Wendigo apenas conhecia o ferro quente de suas punições, mas claro sem perder as palavras bonitas que antecediam.

*Vou lembrar dessa bela palestra....*

A pergunta do Juiz vinha e passava sem qualquer resposta por parte do Wendigo que apenas olhava pra ele com cada vez menos interesse naquela festa de boas vindas e pelo silêncio da Fúria Negra parecia que ela também não se sentia muito bem vinda assim como ele.

A seguir, Siegfried começava a rir com um pequeno diálogo o que poderia recriar todo o problema anterior, mas o Lua Cheia estava mais interessado em garimpar o que era útil das palavras do garoto sedento por atenção.

*Deram uma volta pelo Abismo... Dizem que ninguém volta igual de lá....*

Era quase cômico imaginar que aquele estrangeiro da wyrm era capaz de produzir verdades que iam além daquilo que conseguia tocar, mas levantava o que parecia ser mais um detalhe sobre aquela seita.

*Deve ser uma tática recorrente contra essa matilha. Porque será que não estou surpreso...*

Koda não sabia se o Cria de Fenris estava tentando enaltecer a matilha ou se era algum tipo de piada interna deles, mas já tinha ouvido algumas daquelas informações anteriormente, então tomava aquilo como uma tentativa artística de falar dos membros da matilha.

*Filho chora e a mãe não vê... se for do jeito que ele trata a mãe dos outros faz total sentido.*

Koda escuta a pequena citação do Cria de Fenris demonstrando desinteressado e volta a olhar pra Victor esperando o que ele ainda tinha para dizer.

*Com tantas matilhas tinha que cair justo nesse antro.*

Victor observa a reação dos novatos ao que dizia e aos comentários de Siegfried.

*Ora ora ora, se nosso Diplomata não quase aprendeu sobre pertinência também...*

Ambos permaneciam calados, mas as expressões da Fúria Negra, apesar de contrariadas, demonstravam reflexão enquanto as do Wendigo denotavam que o mesmo preferia se arraigar em suas noções de vida e sobre as que tinha sobre si.

*Ah... Ser Cliath recém chegado ao Rio e achar que já tem todo o universo desvendado... Um filme que se repete tantas vezes.*

Valtando ao Tom mais leve de sua voz, Sentinela das Sombras toma novamente a palavra.

'- Muito bem. Não tomarei muito mais do tempo de vocês. Assumo que Alef já tenha passado um panorama geral da cidade e os problemas que enfrentamos. Correto?'

Ele acreditava ser uma pergunta retórica, então apenas prossegue:

'- Apenas alguns últimos conselhos. Caso não já o saibam, busquem aprender o dom falar com espíritos e o Ritual de purificação com alguma brevidade. Eles são necessários para sobreviver nessa cidade. Após descansarem e curarem suas feridas, providenciem pelo menos os Marcos do vento ao redor de nossa base. As assembléias daqui costumam a ser um chamariz de desgraça nessa cidade e seria bom ter pelo menos nossa casa monitorada.'

Ele se vira para Magdalena e fala:

'- Valkyria, veja com Exu ou algum espírito dos sonhos um pacto para alongar a vida da mãe de Ian. Algum capaz de ajudá-la a navegar pelo reino dos pesadelos por mais tempo sem morrer para que nós tenhamos um pouco mais de tempo para resolver essa guerra. Depois que fizer isso, me procurel.'

O Philodox então olha na direção da porta e, ao nada ver, pega o celular.

*Ele tá demorando*

SMS Alef: Ta tudo bem?

Volta a guardar o celular no bolso e finaliza.

'- Quando Alef voltar eu ficarei a par da análise da missão de vocês e da extensão do dano ao véu. Se de fato houve ou se foi apenas posto em risco por uma conduta intempestiva. Caso tenha havido laceração, procederemos com o julgamento antes da Assembléia. Estão dispensados.'

Ele se levanta, vai até a garrafa de uísque, coloca uma nova dose para si e, já descontraído pergunta para Siegfried:

'- Quer Também?' - e Vai levando a garrafa e se senta em uma cadeira de praia próxima à piscina.

'- Eu estava quase ficando preocupado.' - Comenta de forma leve estendendo um copo para o Presas de Prata que sentava ao seu lado.

Ele ri e prossegue:

'- Bom, você sabe como é. Um Fenris, um Wendigo e Uma Fúria Negra... O de sempre.'

Ele dá mais um gole na sua dose e pergunta.

'- E la, como foi tudo? Ah, e também preciso saber como foi a questão do véu de Justina. Houve quebra do véu de fato ou ela "apenas" pois em risco?'

O Juiz dedilha pelas personalidades como um músico experiente que se depara com um instrumento básico e infantil.

*A clausura afetou seus instintos. Sim... aprender a "controlar, ao invés de reprimir" vai ser essencial.*

Victor se apresentava amistoso e didático, apesar de em momento algum esconder a rigidez de suas palavras.

*Somos os filhos da puta que vocês tem, agora. Somos Matilha.*

Magdalena maneia com a cabeça afirmativamente quando Phillodox pergunta sobre estarem cientes de seu papel ali.

Sieg finalmente assume uma postura de mais seriedade, e seu posto junto a sua raça pura ficam mais evidentes. Sua descrição da Matilha também é simples e didática.

*Somos o que somos. Não o que os outros acham de nós.*

"Beleza. Vou atrás de um acordo com Exu para tentar esticar o quanto der." - Responde à Victor.

O Presas de Prata finalmente chega. Ele e a esposa iriam deter as fadas, mas a tal Evony não parecia ser muito combativa. Pelo numero de inimigos, isso já justificava um semblante cansado. Victor em seu tom despreocupado já traz seus questionamentos. Antes de sair para o quarto da humana, espera a resposta de Alef. Ele não parecia ferido, o que fazia a Theurge lembrar de já tê-lo visto confiante, enérgico, puto... Mas aquele cansaço, era a primeira vez.

*Deve ter sido uma merda de negociação sem fim.*

Com um tom calmo, por ser uma curiosidade com algo que talvez afetasse no que pediria ao espírito, também pergunta.

"- Algo que ajude com a mãe do cara, irmão?"

O Ahroun ouvia o avançar das palavras do Senhor das Sombras sem esboçar muita reação, podia detestar aqueles estrangeiros, mas era muito mais forte a sua devoção as tradições do que o interesse em manter longos debates ou animosidades com aqueles que orbitavam nas estruturas sociais da nação.

*Ainda é um Adren fazendo “recomendações” não segui-las seria no mínimo não ir contra o que é ensinado desde o nascimento.*

‘- Será feito. Com sua licença’ – Respondia de maneira simples as recomendações do Juiz, fazendo menção de sair do local.

*As assembléias daqui são chamariz de desgraça? Que terra mais insana é essa?*

A respeito da quebra do véu Koda apenas assentia positivamente com a cabeça a indagação do Philodox sem fazer qualquer tipo de comentário e já preparava-se após ser dispensando quando da chegada do Presa de Prata que os cumprimenta, fazendo com que Koda devolvesse um cumprimento educado, antes de pegar a camisa que deixou no chão e encaminhar-se de volta ao seu quarto.

*Os de posto mais elevado devem ter o que tratar é melhor voltar para aquele... quarto... e me recuperar antes de sair.*

A resposta de Victor levantava uma pequena questão na cabeça do Wendigo que escutava a risada e a seguir vinha com aquela afirmação, mas que deixaria para tentar entender em outro momento.

*Esse estrangeiro da Wyrm acha engraçado coisas que deveria cuidar com mais cautela.*

'- Entendo...'

*Nossa Matilha é abençoada com Ahrouns burros... Santo pai.*

Victor pondera por alguns segundos e diz:

'- Neste caso não vejo necessidade para um julgamento formal. A perda do renome por colocar o véu em risco é o bastante. Mas isso me lembra de algo que eu deveria ter mencionado aos novatos.'

A esta altura Koda já se retirava a seu quarto, mas aproveitando que Justina ainda estava ali, o Philodox, ainda recostado em sua cadeira, vira-se em direção à Fúria Negra e fala:

'- Por sorte e por Alef medidas mais severas não serão necessárias neste momento, Garras Sagradas da Mãe, mas recomendo que não conte muito com a sorte aqui nesta seita. Eu devo, primeiramente, lembrá-la que estamos em guerra com a Weaver e qualquer dilaceração do véu tem ordem da seita para ser punida severamente. Outro ponto importante e que você deve ter em mente é que o juiz desta Matilha é, também, o Mestre de Desafios da seita. Violações da Litania assim como burrice deliberada serão punidas por mim com rigor, e acredite quando eu digo: um julgamento meu é algo que você realmente quer evitar.'

Ele ergue o copo na direção da Fúria fazendo um leve brinde em sua direção e depois volta-se para o Presas de Prata com absoluta naturalidade.

'- Quanto às fadas, Ian mencionou que Evony tinha um plano, mas que ele queria participar da conversa. Honestamente, não sei no que ele acha que vai ajudar...'

* Por Gaia, Siegfried é de fato um gajo de 14 anos de idade com excesso de esteroides*

O Fenris, em sua simploriedade, se divertia com o "comentário" de Fianna fraco feito por Evony e ali relatado por Alef.

Victor dá um outro pequeno gole de sua dose. Mexe o gelo do copo com o indicador e pondera enquanto enumera a quantidade cavalar de problemas que tinha pra resolver.

Ele suspira e diz:

'- Creio que o estado de sua mãe ajude a por as coisas em perspectiva para Ian. Se não, eu colocarei. E se isso também não funcionar, Siegfried coloca ele em coma e nós resolvemos o que tem que ser resolvido enquanto ele se recupera.' - Diz a última frase com aquela cara de "brincadeira... Mas nem tanto".

'- Vemos isso depois da conversa com Evony.' - Ele mais uma vez sorri despretensiosamente.

'- O que planejam fazer antes da Assembléia? Eu estava pensando em fazer uma varredura do nosso território e dos nossos próximos alvos usando um de meus dons e depois falar com Perfect Ilusion e ver como está a situação com o Vetor de Estasis, já que resolver essa guerra com a Weaver também se tornou minha responsabilidade.'

Miakoda se retira, e Magdalena escuta com atenção o Presas de Prata.

*Uma visão burra. Mas se o véu não foi rasgado na lata, quando se ajustarem, talvez dê liga.*

Aparentemente com as fadas envolvidas na parada, o conto se desenrolava de forma controlada. O véu não havia sido rasgado pelos novatos ao mesmo tempo que as palavras e acordos de cavalheiro funcionavam para o Príncipe. A pálida freira não seria julgada formalmente por sua atitude impensada, e isso só reforçava o quanto Magdalena teria de ser sempre a melhor ali.

*Contos de fadas não são reais se você for negra, pobre, mulher e tem além das guerras, o apocalipse batendo sua porta. A merda ainda vai vir, e quando vir, não vai ser de mim...*

Sai de sua reflexão quando a conversa envereda sobre a Ian.

Responde então à Victor:

"Verei como ela está e irei providenciar o que mantenha seu corpo e conseguirei com Exu para guiar sua mente pelo mundo dos pesadelos. Isso deve nos dae tempo. Mas é bom resolver a saida dela do hospital. Se ninguém ficou lá no lugar dela, pode dar galho."

Forma atual: Hispo

O Lua cheia voltava para seu quarto e chegando lá fechava as cortinas, ligando o ar-condicionado no mais frio que pudesse e deixava a porta com a pequena fresta para poder perceber movimentação no corredor, antes de usar a sua fúria para mudar sua forma tornando-se o lobo primitivo, fazendo a sua raça pura ficar ainda mais marcante com uma pelugem em tom de cinza denso, além de uma musculatura robusta acima da média Garou e com a cor de seus olhos tomando uma coloração azul profundo como o do céu que pode ser visto das montanhas mais altas.

*Malditos estrangeiros. Maldita terra quente como o inferno. Malditos caçadores que decidiram vir logo para esse lugar.*

O Wendigo descartava deitar naquela cama, por isso circulava na área a sua frente até que achou uma posição para deitar no chão e mantendo o rosto virado para a porta tentava relaxar com respirações profundas e demoradas para sarar o mais rápido possível os seus ferimentos.

*Acalme-se Koda essa irá não te servirá agora... Eles são o que tem...vá trabalhar.*


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Gasto de 1 de Fúria para mudar de forma.

'- Pois muito bem. Como Sussurros Solitários não falou nada sobre missões antes da Assembléia eu vou deixar eles sob sua guarda e vou ver o que consigo fazer em relação ao Vetor.' - Diz se dirigindo a Alef.

O Senhor das Sombras se levanta de um pulo.

'- Eu vou indo lá pro Caern, me desejem sorte.' - O Senhor das Sombras sorri e, ainda a tempo de ser abordado por qualquer um ali, começa a se preparar para se retirar.

Magdalena levanta as sobrancelhas com a resposta do Presas de Prata.

*É, bichão, é como dizem... Lidando com humanos, o que chibata e dinheiro não resolve, é porque foi pouco.*

Ao sair, Victor assume sua postura de bom moço. O Juiz filho da puta não precisava de sorte... era um Senhor das Sombras e certamente aprendeu a não depender dela. Ainda assim, Magdalena acena com a cabeça de forma cortês e lhe dá um sorriso.

Ao ficar a sós com Alef e Sieg, senta-se mais próximo ao agora mais sério Presas de Prata e aguarda com atenção.

Magdalena entende que a ronda seria uma escolha muito melhor no quesito satisfação pessoal, mas os novatos precisariam de limites... e de uma Godi para não fazerem besteira com os espíritos em nome da Matilha. Responde ao Presas de Prata com um tom de voz de quem sabe que vai lidar com um problema:

"- Beleza, irmãozinho. Vocês cuidam da ronda, verei com eles as pendências. Só me mantém informada, valeu?"

Pensa um instante e completa:

"- Antes de disso, vou ver com Eshu para dar conta de guiar a mãe do Ian pelo reino dos pesadelos, talvez assim diminua a velocidade que ela definha. É o tempo que eles se recuperam do carinho do Sieg."

Koda começava a tomar forma hominídea novamente e a seguir deligava o ar condicionado deixando a cortina fechada. O Wendigo pegava uma nova bermuda e uma camisa simples da sacola que deixou sob a cama, mas dessa vez coloca as botas surradas já que não sabia quanto tempo levaria para resolver o que foi pedido.

*O corpo ainda está dolorido, mas é melhor do que nada.*

Antes de sair do quarto olhava pelo espelho as marcas deixadas pelo Cria de Fenris com grande vergonha até passava a mão nas marcas espirituais residuais de seus fetiches dedicados.

*Um dia... estrangeiro... um dia...*

Saindo do quarto ia para sala da mansão esperar pela Fúria Negra para saírem e resolver os trabalhos.

Forma atual: Hominideo

A Theurge reflete ante as palavras do irmão. Não conhecia Exú e sua ninhada, e sendo assim, como saber se o espírito levaria a mãe de Ian por caminhos seguros ou diretamente para a morte?

*Não posso arriscar a vida de uma Parente. Não é só fazer o que me mandam, vou fazer melhor. Só assim para ser melhor...*

Segue perdida em seus pensamentos e ao subir a escada passa pelo Wendigo que ia em direção à sala.

*... inclusive melhor que eles.*

"- Miakoda, eu que irei supervisionar vocês desta vez, então sairemos logo para resolver as pendências. Você e Justina preparem-se para irmos quando eu acabar o ritual para com a humana."

Tinha seriedade na voz, e por estar pensando em qual a melhor solução para guiar a mente da mulher desacordada, desta vez não havia ironia ou acidez em suas palavras.

Passa pelo seu quarto para pegar a chave e ter acesso à mãe de Ian.

*Ninguém conhece melhor o mundo dos pesadelos como Mara. Mas esse espírito malígno levaria ela diretamente à morte...*

Destranca a porta do quarto e abre. Seus olhos vão se acostumando à escuridão e a luz do corredor serve de guia para que ela possa se aproximar. De repente, como se a luz também acendesse suas ideias um sorriso confiante se abre em seu rosto.

*Um guia... É isso!*

Se aproxima da mãe de Ian e passa a mão sobre seus olhos fechados. Com as lágrimas contidas nos olhos agora umedecendo seus dedos, alonga sua unha e começa a riscar no couro cabeludo 3 runas sobrepostas formando um sigilo único. Com o fio de sangue que escorre do desenho começa o ritual de invocação.

"- Você está perdida, e precisará correr como pode rumo ao caminho..."

Passa um pouco do sangue na sola dos pés da humana.

"- Há perigo próximo, precisa de força para enfrentar o que vier a frente com força de quem é mulher e mãe...

Marca as palmas das mãos.

"- Você está confusa, precisa escutar as vozes certas..."

Marca com sangue os ouvidos e os olhos da mulher.

"-...e enxergar os aliados certos."  

Passa a mão novamente nos cortes riscados de forma precisa na cabeça da Parente, que era onde a batalha acontecia.

"- Você lutará sua batalha."

Com um pouco mais de sangue em seus dedos, desenha uma última runa de proteção na testa dela e coloca a mão sobre o peito da mulher.

"- Peço auxílio, sábia Hamingja."

OFF: Ritual de Invocação de Jaggling de Hamingja. 6 sucessos no ritual de conjuração. 4 sucessos na harmonização.