As Ruas da Zona Norte

Victor falava ao telefone enquanto o Filho de Gaia expunha seus anseios. Ele queria continuar a pé, mas o Ragabash e o Alfa cortam a ideia. Maus presságios eram comuns, mas não podiam perder um segundo sequer ou todos morreriam inevitavelmente. Precisavam continuar, sendo isso o que a matilha faz.

Diogo permanece calado. Por tempo demais. Mais do que ele já ficou em toda sua vida. Entretanto, ele não tinha o que dizer. Toda a carga de informação que havia recebido nas últimas horas batia dentro de seu crânio e ressoava em seus pensamentos. Era muita coisa. Muita coisa mesmo.

Por causa do sacolego da kombi, Ian se concentrava pra manter em seu estômago a última dose de whisky que bebera. Ia atento às movimentações do lado de fora, pronto para agor no caso de qualquer imprevisto.

Verdade-Ancestral revela sua sensação ruim.

" - Se não tivesse uma sensação ruim agora, eu diria que o problema ta em você ou que estavamos indo pro caminho errado."

'- Estou a caminho.' - diz Alef, desligando em seguida.

Ouvindo todo o relato da Beta , sobre a atual situação , e a importância de serem bem sucedidos , Kalf sente o peso da responsabilidade , lembra que quase colocaram tudo a perder por motivos que no momento , parecem ser banais.


" Lutar contra o desconhecido, no terreno escolhido por eles, uma armadilha pronta, só aguardando a presa, e nesse momento , nós somos as presas. "


Olhando a cidade lá fora, vazia , silenciosa , a calmaria antes da batalha , esse é um dos momentos preferidos de Kalf , onde todos os seus instintos estão aflorados, sua concentração é total , e só um pensamento passa pela sua cabeça.


" Mais uma missão, mais uma batalha, e só existe duas maneiras disso terminar que é cumprindo o meu dever ou morrer tentando. "


' - Senhores, ' ele olha para a Beta ' - Senhora , nós nos conhecemos a muito pouco tempo , e pretendo prolongar nossa convivência por muito mais tempo , então vamos com tudo pra cima desses montes de merda, e mostraremos a eles que eles entraram no caminho da matilha errada ! '

Amon segue guiando a máquina da Weaver por ruas desconhecidas tendo as placas como únicas indicações. Sente pesar pelo exposto por Padmatavi. Tantos Garou perderam suas vidas pela influência da Wyrm sobre o Caern. O Garou mais velho do mundo, que era de sua própria tribo, se sacrificando. Alguém que ele teria adorado conhecer e ouvir a história de vida.

Também sentia pesar pela própria Portadora, que teve de passar por torturas indescritíveis nas mãos de um dos magos da Wyrm. Podia compreender se mesmo alguém de uma tribo tão centrada se deixasse levar pelo desejo de vingança.

Dos Fenris não esperava nada além daquilo que a Tribo fazia de melhor e de si mesmo, esperava que fosse capaz de estar à altura do desafio que estava por vir. Franziu o cenho e focou sua atenção completamente naquilo que fazia, enquanto tentava se preparar para a batalha que se aproximava.


"Ninguém vai dizer que este Peregrino correu na hora de proteger o seu Caern. Vamos cancelar esse apocalipse ou morrer tentando."

A história de Padmatavi era dramática. Às vezes Uller se via contemplando como era possível que os Garou mantivessem o véu intacto durante tanto tempo quando o mundo parecia um grande campo de batalha entre as forças naturais e seus filhos.

E viu também as marcas de cicatrizes visíveis no corpo da juíza. Não havia reparado nelas antes. Não tinha bem certeza de como havia ganhado aquelas marcas, mas isso não era importante. Uller gostava de cicatrizes. Elas eram, na sua opinião, as medalhas dos sobreviventes. Lembrava-se da primeira vez em que bateu os olhos na carranca feia do maneta Pantaneiro e pensou que aquela deveria ser a aparência de qualquer bom veterano de guerra. Isso é claro, até sua decepção na Umbra.

- Finalmente eu entendi de onde veio a sensação estranha toda vez que mudava de forma. Que situação

Ele olhou pela janela do carro, imaginando que tipo de inimigo encontrariam pela frente.

- Flor-de-Lótus, eu não gosto disso. Nós estamos entrando na luta sem saber o que esperar. Não sabemos quem é o inimigo e nem quais seus números.
Se nós quatro cairmos em uma armadilha antes de conseguir fazer o primeiro movimento pode ser que nos matem antes que tenhamos tempo de salvar a seita. Nós podemos utilizar o elemento surpresa, mas temos que presumir que eles sabem que nós estamos chegando. Eu sugiro parar esse veículo antes de chegarmos na tal Floresta da Tijuca e cruzarmos a mata em duplas e assessorar a situação antes do Pantaneiro e dos outros voltarem da Umbra. Temos dois lutadores a menos, o filho da Fúria-da-Ursa-Branca e a Ragabash. Somos mais fortes se lutarmos juntos e mais mortais se fizermos o primeiro movimento. O que você acha, beta?

O Peregrino encosta o carro tomando o cuidado de deixa-lo o mais escondido possível da vista de quem viesse pela estrada. Concordava com manter o elemento surpresa e o melhor jeito de fazê-lo seria continuando a pé até o ponto de encontro.

Descendo da van, ele dá a volta no carro e abre a porta do carona e a porta de trás, deixando caminho livre para todos descerem.

"Então é isso. É aqui que tudo pode acabar..."

Seus olhos se dirigem para a entrada da floresta e depois para os companheiros.

"Mais alguém que a gente vai encontrar além do resto da Matilha, Padmatavi?"

Sentindo a batalha mais próxima do que nunca, extremamente alerta, olhando tudo ao seu redor, notando qualquer sinal estranho Kalf se ajeita para sair do carro assim que possível, pois ficar confinado naquela lata velha não era do seu agrado.


" Se esses Magos são tão fortes como a Beta falou, todo cuidado é pouco."


' - Pelo que você nos contou Beta, e pela vantagem que eles tem sobre nós, é muito provável que eles já saibam que estamos aqui. E pela facilidade que recebemos essa informação , as chances de estarmos aqui, faça parte dos planos deles, são gigantescas. '


Kalf meditava sobre fatos narrados por Padimatavi durante o percurso, fatos que não saiam de sua cabeça.


" Magos que dominam mentes, garous lutando contra seus irmão de matilha e provavelmente até de tribo, não que isso não fosse comum , mas não sob o controle de outro, não com proposito de exterminar seus próprios irmãos."


'- Tomemos muito cuidado, esses inimigos são traiçoeiros , e não temos como saber quem é quem, fogo amigo também mata.'

Amon encostou o carro ao lado da estrada e abriu a porta para os passageiros saírem. Uller desceu, olhando para os lados esperando encontrar alguma coisa. Ele não sabia muita coisa sobre magos, apenas que gostavam de drenar a energia de Caerns. "Mas se esses magos não forem burros, eles sabem que os Garou provavelmente vão tentar impedir isso". Parar o carro muito perto do local poderia não ser uma boa ideia e poderiam perder o elemento surpresa.

- Daqui pra frente eu acho que há uma boa chance de estarem nos vigiando, como Kalf disse. Vamos obedecer o comando de Flor-de-Lótus e seguir até o ponto de encontro. Eu sugiro que Lança de Hórus vá um pouco adiante contudo, se você concordar beta. O Peregrino é o mais furtivo de nós, ter um batedor não parece uma má ideia agora, principalmente se não sabemos nada a respeito do inimigo. Além disso se algum de nós for avistado, seria uma boa coisa que eles não conhecessem nossos números.


Andando entre o Peregrino e Kalf, ele coloca uma mão sobre o ombro de cada.

- Essa é a parte divertida, irmãos. Hora de encher a noite com os gritos de inimigos e traidores. Vamos botar medo no coração deles, vamos? - e virou-se para Padmatavi - Aguardamos sua liderança, beta.

 Cena Segue em Praça Afonso Viseu (Entrada Norte).

'-Faz sentindo.' - responde amigavelmente.

O Andarilho do Asfalto ergue o olhar para encarar Usher pelo retrovisor, mas rapidamente desvia o olhar e diz:

- Vou ficar... Depois de um ritual de purificação.

Não sabia se podia confiar naquele Usher, mas se realmente estivesse no reino das Atrocidades, certamente a Wyrm estaria usando suas memórias para recriar uma versão abstrata de seus irmãos de matilha.

Legado Prateado - Sangue Forte de Luna

O Presas de Prata permanecia em silêncio enquanto Usher e Bruno conversavam, estava concentrado na missão que iriam fazer.

Será que é o caso levar o Bruno?

Se perguntava o Ahroun, talvez o Theurge estivesse precisando descansar, esperaria ele responder o que havia acontecido com ele depois decidiria a melhor forma de agir com relação a situação do jovem.

Forma Atual - Hominídeo

O Fianna observava a conversa entre a matilha com certa incredulidade, o Andarilho continuava em estado de choque e respondendo a tudo de maneira evasiva..

*Purificação? Ele talvez não devesse ter começado com isso?*

Ele já ia se manifestar, iria dizer o absurdo que aquela atitude represnetava, mas, era empático o suficiente para perceber que as palavras do Juiz de posto mais alto contiam compaixão, e, decide segurar a língua, por hora.

*Você vai falar tão logo cheguemos na toca de Usher..*

Bruno não reage inicialmente as palavras de Usher, mas no final apenas concorda com um aceno de cabeça e volta a contemplar seus pés.

o Garou, que estava em Glabro, começa então apertar a mão esquerda com as próprias garras, fazendo-a sangrar um pouco. Bruno contemplava aquele sangue que escorria por sua mão enquanto pensava.

"A dor parece ser real... Então isso deve ser real..."