Clareira Central

'- Seu julgamento é tão péssimo quanto suas noções de etiqueta apresentadas na noite passada, essa relação com a Wyrm será melhor debatida no julgamento de sua matilha no fim da noite.' - diz a Philodox ganhando um gesto de positivo com a cabeça feito pela líder da Seita. Logo em seguida, a Juíza diz:

Justiça-do-Predador caminhava junto a Sombra-da-Justiça e já esperava que o líder da sua tribo não fosse deixar barato, mas as palavras do Athro não apenas surpreendem (pelo conhecimento de toda situação), como ferem profundamente o ego do Philodox.

Poucas coisas traziam orgulho ao coração de Victor, sua tribo e seu augúrio eram duas dessas poucas coisas e, agora, não apenas sua função de augúrio era atacada pela segunda vez naquela noite, como sua filiação à tribo também havia sido posta em cheque.

As palavras de Adam faziam o semblante "austero" que o Philodox havia conseguido manter durante a sabatina da liderança se dissolver em um misto de raiva e auto-decepção.

Por inúmeras vezes, durante o discurso do seu líder, ele quis se justificar, explicar os seus motivos, jogar a culpa em seus companheiros. Quis dizer que *Eu fiz tudo, protegi a todos, fiz o melhor que pude... até o limite da minha paciência*; e que, *Por Gaia, eu não sou nem o Alfa dessa merda, se eles não conseguirem a culpa eh deles, de quem deixou aqueles merdas virarem Cliaths e da bosta da liderança dessa seita, que parece aceitar qualquer merda de Garou e não minha. Eu fiz o meu trabalho e muito além.*... pensamentos tão... humanos e normais e... inevitáveis para alguém que já se encontrava tão esgotado, mas não.

Por mais que quisesse justificar seus atos, com justificativas que até poderiam ser plausíveis e escusáveis no mundo dos humanos ou mesmo, talvez, em outras tribos; ele era um Philodox Senhor das Sombras. Desculpas eram os instrumentos dos fracos e ele não se permitiria ser fraco.

Se era o peso do mundo que ele deveria carregar, ele o faria sem reclamar e se era a responsabilidade pelos membros de sua matilha que recairia sobre suas ombros, ele a carregaria em glória. Não apontaria dedos, não dividiria culpa e, naquele instante, logo antes de proferir as primeiras palavras a Sombra da justiça, ele jura a si mesmo nunca mais cometer aquele erro.

O Jovem Senhor das Sombras, com semblante cansado, junta as suas força e responde ao seu líder com toda a dignidade que consegue conjurar:

- Essa terra e seus Garous vêm se provando um desafio constante ao meu comedimento e, em minhas falhas, me tornei o meu maior inimigo. Isso não se repetirá... Quero acreditar que meus dois companheiros conseguirão retornar em segurança, mas falhei por não tê-los acompanhado de perto para me assegurar de que nada de grave aconteceria, principalmente dentro do território de Garras-do-Trovão. Quanto à contrição, conversarei com nosso Totem e farei o que me for demandado. Não trarei mais vergonha para nossa tribo.

Victor para de caminhar por um momento e suspira meio que envolto em pensamentos antes de continuar a falar:

-Sombra da Justiça, eu não sei qual vai ser o resultado do julgamento de hoje ou como ele vai afetar a minha imagem ou credibilidade dentro da seita, então existe algo que eu preciso lhe dizer. Existe algum lugar que a gente possa ir e que não vá ser escutado?

Victor se certifica novamente que não havia Garous por perto e diz em tom baixo: