Clareira Central

Justiça do Predador se despede de Jéssica.

Nada, eu repito: NADA! Consegue acabar com uma boa conversa como a briga de egos de dois Ahroun.

O dialogo dos Philodox é mais uma vez interrompido, desta vez por um adolescente. Um Ahroun da Cria que havia sido enviado como reforço para a matilha. O Philodox para a conversa, cumprimenta o Fenris com um aperto de mão firme e é capaz de sentir sua absurda e dolorosa força; mesmo assim, mantem a compostura e, por dentes trincados escondidos no interior de sua boca, oferece um sorriso de canto de lábio.

Entretanto, mal se encerra o cumprimento, inicia-se a briga de ego entre os dois Lua-Cheia.

*POR TODOS OS ESPÍRITOS DA NINHADA DO TROVÃO. GAIA ME TESTA. SÓ PODE!!!!*

Victor troca um olhar rápido com Sagittarius, mas se mantem silente  enquanto os dois Garou trocam farpas e bravatas. Aquilo irritava o Philodox, mas algo em ver Pantaneiro cagar pra dentro lhe dava algum prazer.

Justiça do Predador respira fundo. O ar de tênue tranquilidade que ele preservava já não existia mais. Sua postura serena dá lugar a um ar sério e austero e suas feições que dantes escondiam todo o peso, dor e fúria daquela noite atrás de um leve sorriso, agora revelavam apenas frieza.

- Basta. - Diz de forma fria, mas sem aumentar o tom de voz.

Vira-se para o recém chegado.

- Eu sou Victor, Justiça do Predador, Filho do Grande Elefante, Hominídeo, Fostern, Philodox dos Senhores das Sombras e da Olhos da Tempestade. Eu não sei quem é o seu pai, mas se você vem como reforço para a nossa matilha e para esse Caern és bem vindo e recebemos a ti como a um irmão.

Olha sério para Pantaneiro e continua:

-Se Precisa ter barba pra ser Ahroun eu te informo, caso não tenha percebido ainda, que tua cara é lisa como bunda de babuíno e que todos os lupinos, impuros e Ahrouns de respeito desta seita discordariam de você sobre a necessidade de se ser de qualquer idade para ser um Ahroun de verdade. E outra; se vai bradar bravatas para diminuir qualquer Garou, na tentativa patética de vencer uma briga de egos sem sentido, não recue como um covarde quando este bota tua língua a prova reclamando de "justiça ou injustiça" de um desafio, isso não cabe a você dizer.

Encara os dois e diz:

- Além mais, olhem ao redor. Por Gaia! As crianças acham que essa é a hora para essa briguinha? Uma zona, a nossa zona, da cidade foi praticamente destruída, a liderança desse Caern está em ruínas, as hordas da Wyrm estão a caminho da cidade e vocês, que pretendem ser irmão de matilha, acham que agora é a hora para ver quem canta de galo? Grandes Garous, vocês.

Encara Cólera-de-Balder e Fala:

- Por sinal, o outro Ahroun é o seu novo Alfa, então mais respeito e menos bravata. Quanto ao Fianna, cale a boca dele em campo de batalha. Já temos problemas o suficiente por hoje. No mais, seja bem vindo. 

Victor olha pros Céus - *Sério?! Do Gogol também?! Ta faltando só o filho do Albrecht agora pra eu virar a babá lendária* - e depois, ainda sério, para Cólera-de-Balder.

- Não era minha intenção relacionar os seus feitos aos de seu pai. Eu realmente apenas não o conheço e não sabia de quem era filho. Eu só cheguei ontem aqui, mas me agrada que não queira o conforto da sombra de ninguém.

Victor não comenta que sabia quem era Gogol porque, enfim. Se voce era Garou a mais de 3 dias, voce sabia quem era o Presas-Primeiro e simplesmente continua:

- Quanto a desafiar os ahrouns ou demais membros da matilha e testar suas forças, sinta-se a vontade para fazê-lo, mas de forma honrada e sem sarros. Não sei se você convivia com outras tribos no seu antigo Caern, mas em Caerns mistos protocolos devem ser observados para evitar conflitos tribais ou perdas desnecessarias de renome. Alguns, por exemplo, - Olha de forma exemplificativa para Sagittarius - poderiam nao ver com bons olhos o fato de você chamar um irmão de matilha de covarde e maricas.

Acende um cigarro.

-Outros podem se incomodar em ter sua tribo referida como fraca. - Dá um breve sorriso e continua - - Sabe como é. Todas as tribos têm as suas opiniões sobre as outras, mas em um Caern como este tais opiniões são melhores mantidas em silêncio ou externadas apenas dentre os seus.

Da um trago e finaliza já com uma expressão e tom mais serenos:

- Como eu disse. Protocolos.

Victor revira os olhos para a nova ladainha do Pantaneiro e até cogita intervir, mas a idéia de ver pantaneiro apanhar acabava por se tornar por demais Prazerosa. O Philodox assume a forma Crinos, se posiciona entre os dois e fala:

- Muito bem então. Se é assim que querem, o combate seguirá até que um dos integrantes desista ou caia inconsciente. Não será permitido o uso de dons, fúria, gnose, armas brancas, de fogo ou de qualquer outra forma de combate que não a hominídea.


- Os desafiantes combatem por Honra e Glória devendo o perdedor reconhecer sua inferioridade e submeter-se publicamente diante desta seita e de toda matilha ao Garou vencedor. Como em qualquer desafio, o Garou que entrar em frenesi é automaticamente considerado derrotado. Sendo esses os termos do desafio...

O Philodox da alguns passos para trás, cruza os braços e diz:

- Comecem!

_______________________
OFF GAME:
Pantaneiro levou 06 de Dano contusivo e desmaiou em apenas um ataque.
Ganhou 04 de Fúria.
Obs.: Isso era estratégia para ganhar fúria, galera. 

* Nossa, isso foi rápido *

A expressão de Victor permanece perfeitamente séria e inalterada. Com a queda do Fianna o Philodox se move rapidamente se colocando entre os dois combatentes e coloca a mão nos peitos de Siegfried parando o combate. O Senhor das Sombras se emposta e uiva a plenos pulmões para toda a seita:

- O desafio está encerrado. Siegfried, Cólera-de-Balder,
Homem, Cliath, Ahroun dos Crias de Fenris derrota Yorick, Pantaneiro, Homem, Cliath, Ahroun dos Fianna e membro da Irmandade e Herne em um duelo de Honra e Glória. Que seja sabida e cantada por todos a superioridade do campeão a quem, de hoje em diante, o vencido se submete.

Finalizado o uivo, Victor retorna à forma hominídea e cumprimenta o novo irmão de matilha em tom solene:

- Parabéns pela vitória e bem vindo à Olhos da Tempestade.

A situação ia ficando caótica com o novo membro visivelmente irritando propositalmente o Fianna. Estava na cara que ele queria ganhar sua briga de boas-vindas, como bom Cria que era, mas essa percepção necessitava neurônios demais para que Pantaneiro percebesse isso. O Theurge temia um novo acesso de frenesi do irmão de matilha, o que traria conclusões pesadas para o mesmo, já que seria réu reincidente. Victor intervem a tempo e tenta colocar as rédeas na situação. Ele fala bonito, nem parecia o cara que havia dado as costas para os irmãos da própria matilha, mas pelo menos ele sabia fazer a vibe do político bom/mau. Entretanto a coisa não dá muito certa, ainda mais quando ele chama o filho do Cervo de "bunda lisa de babuíno". Skull-head se segura para não rir, ele sabia que o temperamento do Fianna sentimental era instável e o Cria parecia querer que ele cedesse.

Até que ele consegue. 

*Bando de lua cheia filho da puta! Puta merda!*

O Fianna, quando tem suas bolas questionadas, volta atrás na decisão e decide lutar com Cólera-de-Balder. O filho da puta sequer havia escutado o questionamento do Andarilho. Victor dá os termos da luta e, da mesma forma que ele começa, ela termina: rapidamente. Num único golpe, o Cria derruba o Fianna falastrão, mostrando que realmente era um Ahroun muito competente naquilo que Ahrouns haviam nascido para fazer: lutar. Tirando isso, ele parecia não ter cérebro.

*Típico da Tribo, não é mesmo?*

O Senhor das Sombras anuncia ao Caern todo a vitória do Cria sobre o Fenrir e o Theurge consegue retirar um pouco de pena de seu âmago. A noite havia sido um desastre para os três, mas o Fianna era o que mais havia sido surrado pelo destino. Uma derrota daquelas seria um balde de água fria em sua confiança.

*Mas quem mandou cair na lábia do moleque aí, né!*

O novo integrante da matilha estende a mão para Pantaneiro se reerguer, não deixando de fazer um novo comentário jocoso.

*Ele não vão aprender nem tão cedo...*

Skull-head permanece em silêncio. As coisas pareciam ao menos terem sido acalmadas por enquanto.

Victor mal termina de decretar a vitória do Fenris e o moleque já vem tirando Piada.

*Ôoooo, meu pai...*

O Philodox leva a mão à face e dá um breve riso da própria desgraça.



*Três Ahroun... Um Fianna, um Fenris e um Senhor das Sombras com sérios problemas mentais e emocionais e com ego o suficiente pra lotar um estádio... cada... É, meu filho, nessa briga entre o mar e o rochedo eu sou o filho da puta que decidiu que era uma boa hora pra dar um mergulho.*

O Senhor das Sombras balança levemente a cabeça afastando aquele pensamento e diz de forma pseudo bem humorada em um grande resumão enumerando nos dedos cada ponto:

- Escute o seu Philodox. Desafie quem você quiser, mas de forma honrada e sem tirar sarro. Em Caerns mistos protocolos mais formais devem ser seguidos para evitar conflitos tribais ou perdas desnecessárias de renome. Não chame seus irmãos de matilha de maricas ou covarde na frente de outras pessoas e procure evitar chamar as outras tribos de fracas na frente delas, por mais que você tenha vontade. Enfim. Protocolos.

Victor olha para Pantaneiro que ja voltava a acordar e fala para o companheiro de matilha:

- Você pode assumir a forma Glabro até se recuperar dos seus ferimentos.

Pantaneiro se ergue e responde ao Fenrir de maneira respeitosa. Pelo visto esse era o dialeto que os Ahrouns falavam. Skull-head não entendia, nem tentaria tampouco. Ele olha pra Victor, que faz mais alguns lembretes ao filho de Ira de Thor sobre os protocolos em um Caern multitribal. Os Cria podiam passar os dias bebendo cerveja em seus Valhallas falando mau das outras tribos como marias fofoqueiras, mas ali era diferente.

O Philodox então permite que o Fianna se cure na forma Glabro de seu dano não-agravado. As coisas pareciam finalmente se acalmarem ali. O Theurge olha para Saggitarius tentando perceber o que ele estava achando daquela bagunça toda.

*Êeeee Laiáaa, e depois não entendem e ficam achando ruim quando eu dou as costas e vou embora...*



Victor olha com semblante plácido para o delicioso, digo, jovem Fenris e fala de forma absolutamente calma e franca:

- E se você continuar agindo assim vão apenas lhe acusar de ser um verdadeiro imbecil.

*Vamos ver se eu consigo colocar de uma forma que essa criatura entenda.*

- É simples. Se ninguém está lhe perguntando, mantenha as suas opiniões pra você. Caso contrário, além do risco de comprometer as alianças da sua própria tribo e matilha, cada vez que você falar mal das outras tribos, você perderá 1 ponto de honra e cada vez que você o fizer com a sua matilha ou membros dela, você perderá 6 até que chegará o ponto onde alguém vai lhe amaldiçoar com a Voz do Chacal o que além de lhe fazer ficar falando com a voz de uma taquara rachada, lhe retirará mais 2 pontos de glória e 7 pontos de honra... acho que você já entendeu onde eu quero chegar. Sensibilidades ou viadagens a parte, se você quer ter alguma esperança de subir de posto nessa seita, segura tua língua, aprenda a seguir o protocolo e, como eu já havia dito antes, escuta o seu Philodox.

Finaliza com a mesma calma e franqueza com que começou e acende um cigarro enquanto aguarda a reação do Ahroun.

 Cólera-de-Balder obteve 9 sucessos para intimidar Justiça-do-Predador

Spybot - Todos

Na clareira central se ouvia:

-"Spybot, Ragabash, Cliath dos andarilhos do asfalto e dos lobos corporativos acessando as portas do Caern!"

O uivo de Cordas Trêmulas ecoa no Caern. 


- MATILHA ASAS DA ESPERANÇA, ENTRANDO NO CAERN PELA DIREÇÃO OESTE

*EITA PORRA, MORRI!* - É o rápido pensamento de Victor com a aproximação do Fenris.

O Ahroun se aproxima lentamente, para um observador distante nao pareceria nada além de alguém que se aproxima para uma conversa amigável, coloca a pá de trator que alguns enganadamente chamariam de mão no ombro do Senhor das Sombras e olha no fundo dos seus olhos.

*Ele é um monstro...*

Os músculos anormalmente grandes e retesados do luua cheia, a mão que parecia esmagar os ossos do ombro do Philodox sem qualquer dificuldade, o puro instinto assassino e raça pura avassaladora daquele Fenris sao o suficiente pra Victor engolir seco.

Ele não sabia, na verdade, nem por que estava com medo. As palavras haviam sido mansas e ele falava de socar a cara de juiz que fosse foder com ele injustamente, nada daquilo se aplicava a Victor, mas, ainda assim, a sensação de ameaça e morte eminente inundavam o Filho do Trovão que, por reflexo, da um passo para trás.

Siegfried termina a sua fala e Victor faz apenas um curto aceno de cabeça concordando, engole seco e passa o olhar pelos irmãos irmaos de matilha e Sagittarius, quase que para se certificar de que havia gente ali pra impedir que sua cabeça fosse arrancada e é então que dois uivos rasgam o Caern anunciando a chegada da Asas da Esperança e de Spybot dando a Justiça do Predador uma desculpa plausível para desviar do olhar do seu algoz.

*Graças a Gaia.*

Victor olha na direção do Uivo e fala:

- Spybot voltou.

Victor nem escuta direito as palavras de Pantaneiro, mas é grato ao Fianna por tirar aquele Fenris dali. Ele assiste aliviado enquanto os dois se afastam, mas a voz de Sagittarius trás o Philodox de volta ao centro.

Ele acende um cigarro, dá um longo trago e fala ao irmão de augúrio enquanto concorda brevemente com a cabeça:

- Eles vão me dar trabalho. 

Da mais um trago:

- Mas, pelo menos, Spybot voltou e como nao ouvimos explosões isso deve significar que ele conseguiu impedir o bombardeio da ZO.