A Umbra Rasa (Penumbra)

Assim que o espírito vai embora, Kalf volta para sua forma Glabro e coloca a mão no ombro de Guilherme. 

' - Agora tira a gente daqui Mirrado. Vamos direcionar nossos esforços  pro verdadeiro alvo. '

Quando o espírito segue caminho, sem contar pestana o moleque toca no braço de Kalf e o arrasta para o mundo físico já dentro do carro.

Off: Continua nas ruas da Zona Oeste

Balder, de braços cruzados ao lado do Corvo, analisava as reações de cada membro de sua matilha ao chiminage pedido.

'- Um plano B, guri? Você tá dando uma de doido?' - O Fenris tinha a expressão e o tom que entregavam toda sua incredulidade diante da pergunta do Senhor das Sombras.

'- Tem um espírito aqui disposto a ensinar, pedindo a quem queira aprender que cumpra nada mais que a obrigação de ser leal à sua liderança. Se alguém acha isso caro, é porque quer poder ter a opção de ser desleal quando for conveniente. Vai caráter de cada um, daí. Ou da falta dele.'

Hrafn era astuto, certamente o espírito mais astuto que o theurge já conhecera, e aquela situação que fora provocada apenas confirmava as palavras do Corvo que se seguiram. O theurge teria de ter cuidado redobrado com alguns dos que corriam com ele.

Enquanto via o Corvo ir embora, depois do desrespeito de Martin, Balder encarava sua matilha.

'- Os que queriam aprender o dom já aprenderam. E você, Dark-Moon, não está autorizado a se comprometer no aprendizado de dom algum até segunda ordem.'

O desrespeito do galliard pareceu ter despertado no alfa uma faceta que a matilha até então não conhecia. Presságio-de-Heimdall já não parecia gentil e bem humorado como antes. E talvez só voltasse ao seu estado normal quando o Senhor das Sombras tivesse sua paga.

Fazendo uma reverência à Pilha de Lixo e ao Unicórnio Negro, o alfa se aproximou da matilha.

'- Vamos voltar.'

O Beta observava a cena com curiosidade no olhar. A Proposta do espírito foi inesperada, mas as palavras do Senhor das Sombras ofendem o corvo que voa embora. 

Andrej olha feio para o galliard, já havia dito algumas vezes durante a noite palavras para tentar ajudar o Senhor das Sombras a entender sua situação ali, mas não parecia ser suficiente. 

*Não acho que adianta mais falar... Chegou a hora de agir.*

Sem dizer nada o Presa de Prata apenas aproxima e toca no ombro do Alfa pronto para fazer a travessia.

Forjador Carmesim (Crinos -> Hominídeo) - Guardiões da Chama Ancestral

O Fianna acompanhava as conversas sem se envolver demais, quando o espírito aparece o Alfa tratava da barganha para que os membros da matilha pudessem aprender o referido dom. Curiosamente o espírito pede para que todos jurassem lealdade ao Theurge, incrédulo o filho do Cervo olha para seus irmãos.

Óbvio que se tivesse que jurar sua lealdade ao Fenris pessoalmente o Fianna nem tinha tanta vontade assim de aprender o Dom, porém quando ia responder DarkMoon faz o favor de ofender o espírito e o mesmo bate suas asas rumo ao horizonte.

Tranquilo, o Fianna olha para seu irmão de matilha e pergunta após as palavras do Alpha:

-'Caralho, qual o seu problema?'

Então volta a forma hominídea e toca no ombro do beta para fazer a passagem.

FORMA: Crinus para Hominídeo.

Muito calma a Portadora não se importava em ter jurado lealdade ao Alfa da matilha, passado o aprendizado do dom escutava o Galliard falar e já esperava aquele tipo de fala do mesmo.

* - Impuro quando não caga na entrada, caga na saída. No caso desse, ele caga quando toda vez que abre a boca! *

Respirando fundo olhava para o Alfa e beta e logo voltava a sua forma hominídeo e tocava no ombro do Alfa para voltar.

Hinun não gostou da atitude do Galliard dos Senhores das Sombras, aquilo estava claro em sua expressão. Mas a resposta de balder coloca o gosto amargo na boca do Wendigo, que claramente desgostoso, apenas balança a cabeça e comenta quase que para si:

'- Vejo que os Estrangeiro novos mantém os hábitos antigos. Confundem respeito ao posto que ocupam com lealdade pessoal a si. Quem aqui é mau caráter? Aquele que não jura lealdade pessoal a alguém que não conhece, ou aquele que distorce as palavras de um espírito para fazer delas menos do que realmente são?..'

Hinun não se importava com a resposta. Ele mais uma vez respira fundo, descruza os braços e, com cara de quem ainda mastigava um punhado de bosta para engolir, encosta no ombro do Beta para fazer a travessia.

Martin apenas encara o Alfa, sem tecer qualquer comentário. Não pretendia se desculpar pelo que falou. Essa liderança dos Fenris, imposta pela seita, deixavam ele com um pé atrás. E a proposta do espirito, fez ele recuar com os dois pés.

" O cara chega agora, vira Alfa só porque a seita tem um acordo com a tribo dele, e do nada vem com essa de jurar lealdade ? Pau no seu cú ! "

Quando já estava pronto para tocar o Beta e atravessar a película, Mãe-Lucinda resolve interceder pelo bem da matilha, e coloca palavras que mesmo a contragosto, Martin foi obrigado a aceitar. Ele então olha para o Alfa e fala de forma sincera.

' - Peço desculpas por minhas palavras. Como forma de me desculpar com o espirito, aceito a Constrição Espiritual cabível. Agradeço a Mãe-Lucinda pelas palavras. Traduziram muito do que pensei e senti, mas não tinha o direito de ofender o espirito. Me coloco a disposição. '  

Balder já estava parado, pronto para voltar ao mundo físico, enquanto controlava sua respiração de forma mecânica para não perder a compostura. A atitude de Martin o enfurecera duplamente, por ser um desrespeito aos espíritos e por ser um desrespeito ao próprio Hrafn.

No entanto, Mãe-Lucinda tomou a atenção para si, tentando mediar o clima tenso que havia se criado. 

Presságio-de-Heimdall, pela primeira vez, respirou fundo, retomando o controle de suas emoções.

'- Sinto grande sabedoria nas tuas palavras, Mãe-Lucinda, e elas chegam em boa hora pra essa matilha. Obrigado.'

O alfa olhou para o Wendigo. Engolir seu orgulho em seco para pedir desculpas, ainda mais quando havia tantas vírgulas que poderiam ser questionadas, era sempre um exercício difícil.

'- Não foi minha intenção negligenciar você, filho do Wendigo. Por favor, aceite minhas desculpas.'

Então, voltou-se para a matilha.

'- Diante dessa matilha, quero dizer que aceito o conselho da nossa Também em respeito aos próprios espíritos aqui manifestados, quero dizer que não esqueci deles ou os negligenciei. Minha decisão, como lua crescente, foi a de pedir o favor a um velho amigo. E, na retribuição de um favor, cada espírito tem a liberalidade de escolher o que melhor lher satisfizer, e foi isso que o Corvo fez. E seu chiminage vale tanto quanto valeria o dos espíritos aqui presentes, e eu os encaro com igual respeito.'

Balder tinha um tom didático ao explicar sua decisão, não como forma de desculpa, mas à título de explicação para a matilha de como um bom theurge deveria se portar.

'- Lembrem-se que ninguém é obrigado a aceitar um chiminage, desde que o faça de forma respeitosa. Mas, como um lua crescente, eu me recuso a fazer um leilão de favores dos espíritos. Essa prática não existirá enquanto eu for theurge nessa matilha.'

O filho do Fenris falava sério, mas a expressão enraivecida já havia abandonado seu rosto desde a primeira palavra.

'- Por último, quero me desculpar com toda a matilha por colocar seu caráter em questão. Como um filho do Fenris, eu não pensaria duas vezes em jurar minha lealdade a qualquer um de vocês que se provasse digno do juramento. Mas eu mesmo ainda não me provei, então é compreensível a desconfiança em não saber o que esperar. Fui estúpido por deixar o calor do momento nublar meu julgamento.' 

Então, dirigiu-se à Portador da Luz.

'- Ainda assim, agradeço seu voto de confiança de Ira-de-Kalli. Eu não vou falhar com essa matilha, juro pela lua do meu nascimento.'

O Ragabash assiste em silêncio as palavras que seguem. O Fianna questiona mais uma vez o Senhor das Sombras. O Wedigo levanta pontos importantes sobre a postura do novo Alfa também e Andrej fica pensativo com aquela informação. 

Quando tudo parecia prestes a explodir, Mãe  Lucinda mostra o por que de seu nome. Fazendo Andrej se lembrar memórias saudosas de sua infância ao lado de seus pais na Rússia, o Presa de Prata escuta a sabedoria nas palavras da Philodox e vai concordando com a cabeça a cada palavra dita. 

Espera que os outros também entendessem o discuro da mesma forma e Dark-Moon dá o primeiro passo certo se desculpando pelo ocorrido. O Beta então vira as suas atenções para o Alfa esperando suas próximas palavras. Aquele momento revelaria muito da natureza de Balder.

*Será ele sábio ou tomado pela Hubris?*

As palavras são de desculpas mas alguns pontos do discurso fazem com o que o calculista ragabash começasse a entender mais da natureza de seu novo alfa e algumas dúvidas circulam na mente do Ragabash. 

*Ele pede desculpas ao Wendigo, mas não diretamente ao ragabash... Ele pede desculpas a matilha por ter julgado o caráter de um. Terei problemas com esses dois. Vou precisar ficar de olho neles e em especial no impuro...*

O Beta sorri aparentando estar satisfeito com o rumo da conversa e disfarçando completamente qualquer dúvida que ele tinha. Mas haviam incongruências nas desculpas que ele não pode deixar passar como um ragabash. 

"- Mãe Lucinda muito obrigado pelas suas palavras. Acredito que um pouco do amor da própria Gaia foi refletido através de você hoje, estou muito feliz com a sua entrada na matilha."

Dirigindo-se então ao Alfa o Ragabash fala sorrindo e com uma voz tranquila: 

"- Meu caro Balder acho nobre de sua parte pedir desculpas. Mas não foi da matilha toda que você duvidou do caráter, mas apenas do de Dark-Moon. Suas desculpas devem ser direcionadas a ele. Não será bom para a matilha começarmos em nossa primeira noite, com uma Assembleia prestes a acontecer que estejamos em desarmonia."

Com o mesmo sorriso simpático e tranquilo de sempre, ele observa a reação do Alfa.

Depois de tudo dito e feito, a expressão de Balder parecia ter relaxado e voltado ao seu costumeiro ar distraído.

'- Tu deve ter entendido errado, então, Andrej. Eu estava falando com ele, mas me referi à matilha, sim. Na hora, me pareceu absurdo que alguém recusasse um chiminage daqueles. Por isso, as desculpas foram pra todos, e não apenas ao Dark-Moon.' - explicou, no mesmo tom do ragabash.

Não sabia se a pergunta do Presas de Prata era algum tipo de teste, mas o Fenris não queria empregar esforços em pensar sobre isso. De outro modo, sua liderança terminaria num ciclo interminável de paranoia.

'- Ninguém aqui precisa se amar, mas precisamos pelo menos criar um ambiente de respeito e confiança. Vamos, unidos como uma matilha, pra Assembleia.'

Virou-se, então, para o Senhor das Sombras.

'- Dark-Moon, já que tu te dispôs a te desculpar com o Corvo, vê com a Mãe-Lucinda a melhor forma de fazer isso. Quando você estiver pronto, eu posso conjurá-lo. Depois que tu fizer essa Contrição, pode considerar a ordem de antes como cumprida.' - disse para Martin, em tom de conselho, lembrando que a restrição que colocara ainda era válida.

Talvez o galliard não tivesse a dimensão que a desfeita com Hrafn poderia ter reflexos sérios em sua relação com a sua própria tribo. O Corvo era um dos principais aliados dos Senhores das Sombras, e ter um desafeto desse escalão seria o tipo de problema que Fenris evitaria para si.

Forjador Carmesim (Hominídeo) - TODOS

O jovem Fianna já esperava para atravessar a película quando Mãe Lucinda assume a frente do "combate" e acalma os ânimos quando usa as palavras de maneira sábia e racional. O modo com que ela falava em algum momento leva o Galliard a antigas lembranças quando ouvia os sábios conselhos de sua mãe e de certa forma o faz sentir acolhido por aquela voz.

Depois das palavras da Mãe, os garous da matilha vão se desculpando um a um e por fim o Beta tenta deixar todos os pingos nos "is" sobre o pedido de desculpas do Alpha mas ao que parecia, o mesmo parecia não querer admitir e nem fazer um pedido de desculpas especificamente ao mais novo Galliard da matilha, o Fianna coça um pouco a têmpora e após um tempo em silêncio, comenta:

-'Acredito que o que o beta quis dizer é que são coisas diferentes. O Dark-Moon foi o único que levou o "esporro" não o restante da matilha, talvez seja por isso que o nosso Beta lhe disse aquilo e, de certa forma, concordo com ele. Há poucos minutos vimos o nosso totem chamar atenção do antigo Alpha por doar um pouco da essência de sua alma para um espírito que ele nem conhecia, sei que não são situações totalmente iguais mas acho que o conhecimento é válido. Talvez por isso que nosso irmão ficou reticente.'

Faz uma pausa e complementa:

-'Por outro lado, entendo que você quis se desculpar também com ele porém, não vou falar "o certo", mas sim "o ideal" seria falar o nome dele ao invés de matilha.'

Não iria entrar no quesito da constrição de Dark-Moon, até pq ele imaginava que quem deveria decidir o que pedir era o espírito e não Mãe-Lucinda.

Forma atual: Hominídeo

*Eu devo ter entendido errado... Acho que temos alguém incapaz de aceitar as próprias falhas e isso é um problema...*


O Beta escuta as palavras do novo Alfa, sempre sorrindo e forma simpática. Mas sem concordar com o que acontecia ali. Quando o Alfa então passa uma punição para o impuro, Orgulho-do-Falcão ergue uma sobrancelha.  

O Galliard dos Fianna tenta de forma leve concordar as palavras do ragabash e Andrej troca com ele um olhar cúmplice. Concordando com a cabeça a medida que ele fala. 

Mas tinha uma coisa ali que não poderia deixar passar e o ragabash mais uma vez se manifesta, sempre em um tom simpático e tranquilo de uma conversa casual. 

"- Me perdoe Balder, mas de onde eu vim apenas os philodox emitem punições e mesmo estas vem depois de julgamentos. Aqui no Brasil as coisas são diferentes? Pode me ajudar com essa dúvida Mãe Lucinda?"

Aqueles brancos malditos falavam demais. Mesmo o tom materno de Lucinda, que fora bastante para acalmar os ânimos de Hinun inicialmente e fazer com que ele retornasse a uma postura mais indiferente, ia perdendo o seu efeito diante daquela falação desenfreada e desnecessária.

O índio respira fundo mais uma vez e fala para todos:

'- A gente não tem nada melhor pra fazer do que ficar aqui discutindo a qualidade das desculpas do Alfa ou se ele pode ou não punir um insubordinado em tempo de guerra? Estamos assim tão desocupados? Querem um abraço de grupo, ou a gente pode parar com essa frescura?'

O índio tava puto.

Forma atual: Hominídeo

O Ragabash continua com o mesmo sorriso de sempre enquanto ignora o pití do Wendigo e escuta as palavras de Mãe Lucinda. 

Satisfeito, o Presas de Prata fala:


"- Obrigado Mãe Lucinda."

Então virando suas atenções ao Alfa ele pergunta: 


"- Então Alfa e agora?"

Seu tom de voz dava um ar dúbio as suas palavras.

O sorriso fácil de Andrej, que parecia ter sido costurado em seu rosto, começava a provocar uma reação adversa no humor de Balder. Suas palavras tinham cheiro de peçonha, e ele parecia disposto em contaminar a fonte da qual a matilha bebia.

“Ele deve amar demais ouvir o som da própria voz, não é possível.” - pensou o Presságio-de-Heimdall.

Hinun parecia impaciente em manter aquela discussão inútil e, talvez pela primeira vez, o Cria e o Wendigo tinham o mesmo espírito.

No entanto, mais uma vez, a providencial Mãe-Lucinda entrava em cena. Mesmo com pouco tempo, Balder já sentia que o temperamento e a sabedoria da Roedor seria uma peça fundamental para que aquela matilha funcionasse. Enquanto ela falava, o theurge fechou os olhos e respirou tranquilamente.

O Cria começava a sentir que liderar aquela matilha com um beta como aquele Presas seria como dormir com uma cobra debaixo do travesseiro.

‘- Andrej, eu acredito que todo mundo aqui quer fazer seu melhor pra que essa matilha dê certo. Como lua nova, um dos seus papéis dados por Luna é, justamente, o de questionar a ordem das coisas pra oferecer um novo ponto de vista, pra levar a matilha adiante. Só que as únicas coisas que essas tuas questões provocaram até agora foram perda de tempo e desconfiança.'

Talvez, fosse por isso que a liderança dos Presas tenha enfraquecido tanto com o passar dos anos. Eles pareciam mais dispostos em ficar debatendo sobre como liderar do que fazendo isso de fato.

‘- Você não vai conhecer em toda a sua vida uma matilha que funcione onde um líder precise passar todas as suas decisões por deliberação ou aprovação da matilha. Eu não puni Dark-Moon por absolutamente nada, apenas dei uma ordem, com o meu entendimento de theurge e como alfa dessa matilha, para que ele se afastasse de negociar com espíritos enquanto não cumprisse a punição, a Contrição, que ele mesmo se dispôs a cumprir. Como a Mãe-Lucinda, e agradeço à Gaia e aos deuses por ela estar nesta matilha, bem disse, me pareceu ser um acordo de cavalheiros e que nós estávamos bem com isso.’

Balder parecia tranquilo enquanto explanava à matilha.

‘- A real mesmo, é que a gente não vai conseguir dar um passo se vocês decidirem sentar e debater cada uma as minhas ações. Eu só vou poder ser o alfa dessa matilha se puder contar com a confiança do grupo de que o que estou fazendo é para o bem de todos. Caso contrário, cada um vai remar pra um lado e vamos chegar exatamente onde estamos agora, em lugar algum.’

Então, olhou para Martin.

‘- Dark-Moon?’ - disse, pela primeira vez se dirigindo diretamente ao Senhor das Sombras.

A postura do Fenris, colocou ele em uma posição desconfortável.  E parece que parte da matilha, não estavam satisfeitos. Martin não estava nem ai pras desculpas do Alfa,  mas não pretendia interceder. Queria ver até onde o Fenris iria, e como ele sairia daquela situação,  sem perder de vez a confiança da matilha.  
 Com cara de paisagem, o Galliard apenas encara o Alfa, esperando uma posição.  E quando chamam pelo seu nome, ele responde de imediato. 

' - Pode falar Alfa. ' 


" Orgulho ou bom senso, quem vence ? "

Balder havia dado a deixa para que o Senhor das Sombras falasse, mas ele parecia não ter entendido.

'- Nós estamos bem com isso?' - perguntou.

Forma: Hominídeo 

Aquela matilha parecia em um loop infinito de discussões e sempre pelo mesmo assunto. O Cria parecia que amava discursar e não baixar a guarda de forma alguma mesmo os demais apontando as falhas no discurso dele. Quando ele agradecia o voto de confiança de Íris ela fazia uma reverência respeitosa para o mesmo, não ia render muito ou inflar o ego que ninguém.

A Portadora era dotada de um temperamento calmo, tranquilo, mas tudo havia um limite e de certo ela precisaria de uma boa meditação para alinhar seus chakras. 

* - Isso é um teste Luna? Vejamos o quanto a Portadora tem de paciência? *

Respirava fundo pelo nariz, segurava o ar e depois soltava pela boca, fazia isso várias vezes, um exercício bom de respiração para relaxar e manter a calma e foco. 

* - Não posso discordar do Wendigo... *

Depois olhava para o beta e se aproximava dele deixando os demais se resolverem porque ela mesmo não tinha nada a falar e a acrescentar.


- Quando voltarmos posso da uma palavrinha contigo? 

Martin encara o Alfa por um instante. Mas prefere acabar logo com aquilo.  Principalmente depois que Mãe-Lucinda deixou claro que não pretende julgar aquela situação e levaria para uma instância superior.  Que para o azar de Martin é dos Senhores das Sombras, e ele sabendo o que aconteceria se ele fosse parar lá  tão  cedo. 

" Instância superior é  o caralho. Só o que me faltava, eu voltar para um julgamento por ter feito merda. Ainda mais quem é a próxima instância . "




' - Já  me desculpei e farei a constrição.  Da minha parte, podemos seguir em frente. A não ser que queira resolver logo essa questão da constrição,  já  que estamos aqui.  Ai peço ajuda a Mãe-Lucinda.   Fora isso, vida que segue. '

Martin concorda com a cabeça.  Aceitando a orientação de  Mãe-Lucinda.  

' - Não faço idéia do quanto isso pode demorar, mas se for rápido e você  e o Alfa concordarem. Podemos resolver isso agora. Ele pode ser o Theurge de confiança que me acompanhará.  Dessa forma, podemos colocar de vez uma pedra sobre essas desconfianças  e ele demostrar que também não guardou nenhum ressentimento e vai conseguir o melhor acordo com o espírito,  na frente de toda a matilha.  Lógico,  isso é só uma idéia. Sou leigo em relação a isso e não  tenho a menor noção da viabilidade.  '