Clareira Central

O cabaré da mãe Joana se instala no meio do Caern, chamando a atenção de todos. Skullhead podia ver a cabeça do ruivo sendo jogada para o outro lado da clareira, mas uma voz de trovão se ergue na clareira; provavelmente a única voz que faria o filho do Touro se recompor. Era Ira-de-Thor quem trazia a razão para a cabeça do Ahroun, entretanto, com um preso ardiloso. O maior guerreiro dos Crias de Fenrir decretava diante de todos o retorno de Siegfried para a Amazônia.

Um Cria de Fenrir torna o acontecido um espetáculo para todo o Caern, acusando os Fiannas de todas as mazelas da Nação. Aquilo realmente não seria bom. Os ânimos se acaloravam numa conversa entre esse filho de Fenrir e Bardo-Forjador, enquanto Victor pedia explicações. O Ahroun Fianna só consegue chorar, deixando que o Peregrino explique a situação. Segundo ele, aquele ruivo, que na verdade era Coração-da-Tempestade, havia causado todo o caos.

*O que diabos aconteceu com esse Fianna? Ele tá com a cara diferente, ele parecia um bebezão de kilt a umas horas atrás, cacete... será que o cérebro dele fritou e ele deu pra falar merda agora?*

O Ragabash sugere mais um novo afastamento, revelando a localização do Alpha. Skullhead comenta:

'- Concordo com o lua nova... é bom irmos até o lobo pra passarmos a merda que rolou.'

Antonio Xavier observa toda a cena, espanta-se com tudo que aconteceu e se preocupa.
Caminha até o Alpha Pantaneiro, encosta a mão no ombro do companheiro de matilha:

"- Alpha, espero que o clima passe e que não influencie os membros de nosso grupo. A batalha já está perdida se não soubermos conviver entre nós. Todos temos qualidades e defeitos, é preciso criar um ambiente inteligente onde prevaleça as qualidades de cada um de nós. Só assim, venceremos".


"O clima de intolerância racial e tribal não pode nos separar, precisamos saber unir como um quebra-cabeças onde cada peça tem uma função essencial", pensou o Portador da luz.

Era difícil conseguir se concentrar para poder meditar com tantas vozes a sua volta, principalmente porque aquele nunca foi o forte do Roedor de Ossos.

“Encontre seu ponto de equilíbrio... Encontre seu lugar feliz...”

A meditação estava longe de ser conseguida, mas quando a voz de Ira de Thor toma conta do lugar o Roedor de Ossos larga o foda-se e desiste de tentar meditar ali.

- Ahhhhhh meu caralho... Que que esses caras tão fazendo?

Kiba não entendia direito, mas pelo que pode ver tinha alguma coisa acontecendo na Olhos da Tempestade.

Ele se recosta na árvore onde estava para ficar observando a clareira nada mais nada dizer.

Mantendo o mesmo tom inquietantemente calmo e o semblante quasi-vazio Victor olha para Will, para Skullhead e por fim para Hadrian. Balança a cabeça negativamente como quem desaprova as palavras de uma criança tola e diz:

'- Para os que não possuem o dom da oratória, palavras podem parecer mais afiadas e dolorosas do que facas. É preocupante que um Ragabash e um Galliard não consigam compreender isso. Pior ainda, se conseguem e mesmo assim preferem ferir a calar por nao ter a sabedoria de segurar a própria língua. - diz a ultima parte olhando para Will e continua:

'- Existe algum prazer doentil em vocês em afirmar que fodem com a família, com a mãe, irmã ou prima alheia? Existe algum desejo de morte imbecil para que achem saudável tratar dessas ofensas com um Fenris que vocês conhecem ha um dia e, para piorar, no meio da Clareira? Vocês têm merda na cabeça?

Victor olha na direção para onde o Fenris partiu, volta-se novamente para a matilha e segue falando:

'- Caso não tenham percebido é bem possível que esta matilha tenha acabado de perder o seu Beta, que essa seita tenha acabado de perder um dos seus maiores Ahrouns e que a Wyrm desta cidade em caos tenha perdido um grande algoz. A piada valeu a pena Will? Talvez você deva usar de todos o seu dom e comentários inocentes para apertar os botões e fraquezas dos demais aqui presentes para ver o que acontece. - Victor traga o seu cigarro e continua em monotom.

'-Vão para as grutas e fiquem lá. Eu vou encontrar Sussurros e tentar impedir que percamos mais um irmão de matilha essa noite.'

Com isso Victor olha para Ian que estava de costas e parecia o mais chateado com toda aquela situação e diz antes de partir:

'- Ian, leve todos às grutas por favor e conversem. Eu e sussurros nos encontramos com vocês antes da assembléia.' - e com isso o Philodox parte.

OFF: Segue no Templo da Coroa de Fogo

Flagelo ainda aguarda o posicionamento da Alfa e segue pensativo sobre a divisa de territórios que sua matilha iria receber.


*Deodoro e Realengo, o que me faz ficar em divisa apenas por algumas ruas e o Gericinó.*


Volta a realidade com o comentário da Theurge que o faz soltar um breve sorriso quando chama o Portador de macaco, a forma dela de falar era normal para uma Garra Vermelha mas não deixava de ser estranho, porém seu semblante muda rapidamente quando a palavra maldição é dita e em seguida reforçada pelo Philodox. Todos tinham razão, aquilo era uma maldição mas não apenas a Fúria, tudo aquilo.


Agora o Modi estava um pouco inquieto, a conversa tomara um rumo inesperado que o deixou agitado, queria que resolvessem logo o que tinham pra resolver, não queria ficar muito mais tempo por ali.

O chaos havia inrompido no caern enquanto a escolha do alfa se terminava com Requiem vencendo, mas havia ja sido controlado. Se é que ele não ia acontecer de novo.

"-Parabens Requiem você é agora nossa lider. E como você disse precisamos resolver o problema do Totem e do nome da matilha. Aproveitando a deixa do momento onde confusões dentro de uma matilha mostram o quão ridiculas podem ser nossas ações, se não guiadas para o rumo certo, para apresentar o totem Naurú. Ele fala de convivência, respeito e de proteger a família:




A lenda do Naurú vem de uma tribo indígena há muito desaparecida. Essa tribo era muito sábia e sabia viver em completa harmonia com todos os seres vivos. Mas havia um animal do qual eles conviviam diariamente, o Lobo Guará. A proximidade com o lobo Guará era tanta que muitas vezes esses lobos dormiam dentro das ocas dos índios e os índios dormiam nas cavernas que eram morada dos lobos. As duas espécies, tão diferentes, viviam como parentes.
A harmonia era tão grande que em um consenso entre toda a tribo, eles clamaram ao cacique e xamã que pedisse a Tupã que os transformasse em Lobos Guará para viverem finalmente juntos. Então fizeram uma cerimônia para o pedido e uma chuva forte começou a cair na região da tribo até que um raio atinge em cheio o meio da vila indígena, matando todos os seres vivos do local.
Percebendo o estrondo, uma tribo indígena vizinha se aproximou com cautela e viu os corpos estendidos em todo lugar, mas que de repente se transformavam em homens meio lobo e meio humanos. Com o tempo eles se chamaram de Naurú.
Os Naurú podem assumir a forma de um Lobo Guará ou de um misto de lobo e humano, como a forma Crinos. É um totem de Guerra poderoso e quase desconhecido.
Como dogma o Naurú prega que protegemos todos os canideos mal tratados e que uma vez a cada ciclo da lua façamos uma caçada como lupinos em sua homenagem.




Se vamos fazer uma familia é melhor que todos pensem em cuidar uns dos outros."

Havia coisas de mais a se discutir, estrategias para nossa missão, juntar informações sobre ela, saber quem conhecia, saber os pontos fortes e fracos de todos ali, conhecer o terreno, entrar em contato com os espiritos da regiao, entender como andava aquele caern pois o clima estava tenso e podia-se sentir no ar. Mas agora nao era o momento disso eles precisavam decidir rapido Totem e Nome.

Ronaldo assiste de platéia privilegiada uma "treta" entre fiannas em que pasmem, não era ele próprio o protagonista da cena. Assistindo o golpe do fenrir, O fianna caindo e debochando entre tantos outros atos, Ronaldo não expressa nenhuma reação, afinal, semdo egoísta o garou ali já se vera envolvido em tantas problemáticas que ficava até feliz de não ter participado. 

Vé Antonio falar com Pantaneiro, mesmo não escutando a conversa, pelo o que o portador já demonstrara, Ronaldo sabia que eram palavras pregando paz. Grito-da-Guerra era um galliard de batalhas, a guerra em si inflava seu peito e no seu coração ficar ali no caern sem combater a wyrm era perda de tempo. Mas não iria expressar sua opinião, já fora punido demais e preferia manter seus pensamentos bem guardados.

-Spybot, Oraculo-digital...

Ronaldo pede licença aos andarilhos, queria deixar os dois mais a vontade com os seus brinquedos da weaver, afinal ter momentos reservados com quem se tinha afinidade era melhor e de bom senso, assim se afasta para  novamente beber água, se hidratar e aguardar o início do torneio.

Ian escuta as palavras de Victor, um esporro que até fazia sentido, exceto quando ele falava frases tipo: "Vocês tem merda na cabeça?"

* Vocês é o caralho *

Ossos-de-Carvalho ainda não tinha sequer vislumbrado que poderia ter ofendido Sieg falando da prima dele, sabia que tinha limites e não brincaria com família, mas "primo não é família".

Continua ouvindo as orientações de Victor.

* Cadê a porra do Alfa? *

Ao sentir a mão de Visões-de-Arcádia no seu ombro e ouvir o que ele diz, Ian se limita a encostar na mão do Theurge em sinal de reconhecimento ao que foi dito. No fundo sabia que essa tempestade demoraria algumas vidas para acabar.

Começou a ver tudo em outra perspectiva, um Fianna bebendo com 5 crias-de-fenris, e de como Ian foi apresentado à família. Deu mais uma olhada para Sigrid:

*Que merda, e não é que ele tinha uma prima mesmo? E eles eram todos da mesma família. *

Achou graça da situação, vira de volta para sua matilha e começa com um sorriso para eles:

"-UHAUHAHUAHUAHU Sério, já vi muita coisa bizarra nesse e em outros mundos, mas vocês tão conseguindo se superar. HUAUHAHUUHAA Chamar o pai do Sieg de corno.. vocês tão de sacanagem.."

Ian assente com a cabeça para Victor antes dele sair, segura Willian firme por um braço e segue em direção às grutas, enquanto vai murmurando alto com um sorriso:

" - Ele tinha uma prima, ahhaha que merda. Não uma irmã que eu nunca faria piada, ele tinha uma porra de uma prima."

Vira para Willian segurando seu braço:

"-Tinha até um pai lá cara! auhhuahua mas que noite!"

Spybot (Hominídeo) - Oráculo Digital / Quem ficou

Derek só acompanha com os olhos seus irmãos saindo um a um, realmente o comentário de Tyler era pertinente, pra uma matilha que havia acabado de se formar e que estavam falando tanto sobre união, cada um seguir pra um lado era bem estranho.

Vê a porradaria entre o Fianna e o Fenris, porradaria não, o atropelamento que o Fianna sofreu, no mínimo deve ter falado algo que desagradou e como Fenris, tomou a atitude dele. Parecia que Sieg iria abrir mais um crânio porém é parado por Ira de Thor. Derek dá de ombros quando as coisas se acalmam e por fim ficava apenas ele e Tyler ali.

O Ragabash apenas comenta:

-"Cara, pra uma matilha que veio ficar falando sobre união e bla bla bla, nego tá bem individualista mesmo. Mas foda-se, bora beber?? Preciso estar anestesiado pra preparar pra surrar que vou levar..."

Antonio Xavier ouve com cuidado as palavras de Pantaneiro. Várias conexões começam a acontecer em seus pensamentos, muitas ideias, muito do que leu em sua vida acadêmica passa frente ao seus olhos. Compreensivo, ele diz:

"- Tudo bem, você deve estar certo. Não estava aqui na noite anterior, isso me impede de me colocar em seu lugar e na posição de cada um que está aqui."

Ele olha para o céu, pensa sobre a História e sobre os grandes que estiveram na Terra.

"- Em momentos como esse são os líderes que fazem a diferença, são eles que guiam. Se os líderes perdem a esperança, tudo já está perdido. A mudança deve começar com o homem que vemos no espelho, é o que se canta por ai."

Antonio respira fundo, olha para a lua no céu e diz:

"- Uma ofensa só existe se alguém se sente ofendido. Devemos mesmo sermos controlados pela fúria?"

Enquanto dizia essas palavras finais, sem direcioná-las para o Alpha de sua matilha, mas como um pensamento que saía por seus lábios, o Portador da luz já caminhava em direção a um canto com o intuito de treinar.

No chão, William só tem tempo de fechar o olho e esperar pela garrafada e pelos Cronos que vinham em sua direção. Aquele fora provavelmente seu recorde. Nunca conseguira deixar tanta gente pistola com uma única frase... Mas para tudo tinha uma primeira vez e esse era um dom nato que ele faria questão de aprimorar, caso saísse vivo, o que francamente achava que não.

Mas no final os Crinos não iriam mata-lo, Siegfried é parado por seu colósseo pai e a garrafada nunca chega. Alguém o cura, ele toma um esporro de Victor e então o que era, com toda certeza, o pior Ragabash que ele já ouvira na vida,  vem com uma tentativazinha safada de fazer um draminha sem vergonha e já que ele não podia falar, William só rola os olhos pra cima. Aquilo era, pra ser honesto, triste... Mas ele era homem pra assumir suas ações, especialmente as mais idiotas e ele tentaria resolver.

Tateia o rosto, agora no lugar, percebendo que seu nariz ainda era seu. Só então percebe, é só devido ao fato de ser absolutamente empático, que fora capaz de levar um irmão de matilha - um homem de seus 30 e tantos anos - às lágrimas com um comentário idiota de um moleque de 16 anos...ou 20, sabia lá. E isso, apenas isso, faz ele realmente de arrepender de alguma coisa. Qndo volta a ter capacidade de fala, a primeira coisa que faz é responder à Victor:

- Calma Victor...foi mal. Eu não vou ficar dando justificativa não, vou correr atrás das consequências. Vivendo e aprendendo, se eu soubesse que todo mundo era tão sensível...provavelmente eu continuaria sendo um imbecil, mas ao menos eu iria ativar meu fetiche pra doer um pouco menos. Está é todo mundo precisando te andar nesse lugar...

Ele se senta. E não parecia irritado ou com medo, talvez apenas um pouco assustado, mas ele mantem a leveza e o senso de humor. Logo é içado pelo Fianna que voltava gargalhando e isso o aturde de verdade... Ele fica meio sem saber o que dizer, depois coloca a não no ombro dele de forma amigável e parecendo realmente solidário naquela hora:

- Ô cara.. Desculpa ae se eu te ofendi e tal. Eu não imaginei que você fosse levar a sério qualquer coisa que eu falasse, as pessoas geralmente não levam e elas tem um motivo pra isso... Se quiser conversar ou se eu puder ajudar, me fala. E se você for me bater, por favor me deixa trocar de forma primeiro.

Forma Atual: Hominídea

Era impossível não observar o escândalo da Olhos da Tempestade no meio da Clareira Central. Tudo é ouvido pela Galliard e pelo visto Cólera de Balder retornaria para a Amazônia e a Olhos da Tempestade perderia um grande guerreiro, mas que não sabia se controlar ao menor sinal de qualquer coisa. E um ataque de um garou que ela não conhecia, acontece à tribo dos Fiannas. Vaias e muitos palavrões são direcionados aos Fiannas e ela agradece por não ter um membro daquela tribo entre sua matilha, seria desagradável ter que lidar com aquela situação. Angelique volta sua atenção para sua própria matilha.

-Aquela matilha que deu seu show é a Olhos da Tempestade. Fiz parte dela por um pequeno tempo esta noite. O que desferiu o soco é Cólera de Balder, irmão de tribo de Flagelo da Wyrm. Um excelente e impressionante combatente. O que apanhou é um Fianna que pouco conheci.

Apenas falava em resposta ao que o Philodox dizia. Angelique estava melhor informada somente por ter chegado algumas horas antes que seus irmãos de tribo e essa informação naturalmente iria chegar aos ouvidos de todos mais cedo ou mais tarde, pela boca da Impura ou por outra.

Equilíbrio da Força também faz um comentário sábio e ela percebe que o Portador poderia muito bem trilhar o caminho da glória e da sabedoria sem muito esforço. Angelique concorda com ele com um aceno positivo de cabeça. A Alfa aguardava opiniões sobre totem e nome da matilha para que ponderassem melhor sobre esses dois assuntos. Até que Nate comenta sobre o Naurú. Ela conhecia essa lenda e sabia que aquele totem fazia parte dos contos indígenas da América do Sul. Após a história contada pelo Theurge, Angelique toma a palavra:

-Concordo com o Naurú. Estamos em solo brasileiro e esta lenda vem daqui. Conheço a história desse espírito. Naurú é um espírito que evoca tudo aquilo que precisamos para termos glórias, honra e sabedoria. Ele aumenta nossa ligação com nosso lobo interior, preza por nossa percepção e ajuda em nossas lutas diárias. O que ele pede em troca é apenas uma caçada mensal em honra a seu nome e que cuidemos de canídeos em necessidade. Esse totem nos ajudará em diversos aspectos, tanto aqueles que não possuem muita habilidade de luta quanto aqueles que precisam de sabedoria e aprofundar sua ligação com seu lobo interior. Eu voto o Naurú como nosso totem. Caso alguém tenha algo contra esta escolha, por favor se manifeste.

A Galiard espera que algum irmão fale alguma coisa e dá andamento na escolha do nome da matilha:

-A respeito do nome da matilha...eu estava pensando em alguma coisa relacionada a nosso sangue. Algo como Sangue Forte de Luna. Uma homenagem à Luna que nos influencia em nossos augúrios com a Fúria.

Eram duas escolhas das quais tinham que fazer logo. Não tinham tempo a perder.

Flagelo olha para a Galliard e os outros membros.

- Não tenho objeções, o Totem demonstra a força de tanto de nosso lado Lupino quanto Hominídeo e o nome da Matilha demonstra apenas a realidade de seus membros. Acho que com isso sanado já podemos nos consolidar, se ninguém se opor gostaria de saber se temos mais algum assunto importante para tratar antes da assembléia?

A escolha estava feita, e deviamos nos apressar.

"- Obrigado Sangue-Sobre-a-Neve"


"- Posso começar com a cerimonia se todos estiverem prontos. Todos prontos?"

Flagelo-da-Wyrm faz um sinal de concordância com a cabeça para o Senhor das Sombras.