[Alto Leblon] Mansão da Olhos da Tempestade

Magdalena havia perdido seu bom humor, é verdade, mas acompanhava Victor no relato dos novos irmãos.
Caçador da Fúria Gélida falava com um tom sério, porém não agressivo para com o Senhor das Sombras, mas ao questionamento da Cria de Fenris seu tom sai seco e incomodado.

*É o quê? Tá pensando que eu sou tuas pariceira é?*

A Theurge sente o couro do pescoço arrepiar da raiva. Olha para Justina...

"- Engraçado.."

...e depois para Miakoda.

"- Achei que tivessem vindo pra cá para que o Presas de Prata pudesse limpar a bagunça que vocês deixaram pelo caminho, Wendigo."

Uma enxurrada de água brota do salto de Siegfried. Essa onda teria sido divertida e talvez a forma perfeita de esfriar os ânimos, não fosse a frase que orgulhosamente foi dita por seu irmão tribal.

"- Porra, irmão, eu trago ela bem inteirinha, cara! Custa deixar a mulher ainda conseguir sentir do pescoço pra baixo por pelo menos cinco minutos?"

Magdalena olha para o pivete caolho e completa:

"- Vou dar uma olhada nela pra garantir que pelo menos virada com a cara pra fora do travesseiro ela tá. Volto já."

A Theurge segue em direção a parte interna da Mansão, sem se preocupar com o chão molhado e os novos irmãos inúteis que deixa para trás.

Os relatos dos novatos eram bem menos do que satisfatórios na definição de Victor, e a resposta atravessada do índio mostrava que ele ainda tinha muito o que aprender sobre a estranha forma de funcionamento da ODT.

*A começar pela definição de "bem sucedido".*

Sentinela das Sombras já preparava a língua para uma de suas amáveis respostas quando, aparentemente incomodada e com menos eufemismo, a Fenris diz o que passava na cabeça do juiz.

Aquilo o agrada, significava, para ele, que poderia continuar brincando de ser simpático por um pouco mais de tempo.

Ele sorri para Magdalena em um misto de "exatamente/deixe disso" e volta-se para os novatos... Afinal, algumas explicações ainda precisavam ser dadas assim como alguns apontamentos sobre o que era relatado.

'- Muito bem...'

Antes, entretanto, que a frase pudesse ser concluída, Siegfried, mais uma vez, se joga da janela do seu quarto para a piscina em uma "bombinha", fazendo com que uma nova onda d'água encharque a todos.

*Pelo Trovão, eu estou cercado de crianças.*

Parecendo levar aquilo na esportiva, Victor passa as mãos pelo rosto e cabelos retirando o excesso de água. Ele olha para o Fenris e balança a cabeça rindo, enquanto vai tirando a blusa para torcer.

*Minha única roupa dedicada nesse caralho...*

Já com o torço desnudo o elo empático havido com o Fenris faz com que o Philodox olhe em sua direção mais uma vez, e o olhar do Ahroun dessa vez exprimia traquinagem.

*O que é que tu vai aprontar, filho da mãe?*

...

*Ah...*

Sieg decidia que aquela era a hora de jogar o seu jogo favorito de "Irrite a Fúria", algo que Magdalena parece não perceber. Victor pensa em intervir, em desmentir o lua cheia e talvez evitar um conflito, mas ele estava intrigado.

Aquela Fúria já havia preferido mudar de forma e por o véu em risco a simplesmente quebrar a cara de um humano. Assim como havia descontado sua fúria em um copo, ao invés de na cara de Siegfried. Agora, Sentinela das Sombras estava curioso para saber como os instintos da Filha de Pegasus iriam reagir e, por isso, apenas arqueia uma sobrancelha deixando-se parecer incrédulo com o relato do seu irmão enquanto, por dentro, se deleitava com aquele pequeno caos.

A resposta atravessada da Cria de Fenris faz o Wendigo se levantar para responder com cara já dura na sua direção.

*Todo mundo nessa porra de matilha se mete em conversas?! Que porra de estrutura de liderança é essa?! Tribo nojenta que sempre faz o quer!!!!!!!!!!!!!!!*

Koda já começava a respirar mais pesadamente pretendendo sair na direção da Theurge quando o Ahroun dos Fenris dava um banho em todos que estavam próximos da piscina.

*Que tipo de palhaçada é essa?!*

O que era literalmente um banho de água fria no começo de fúria do Wendigo que desistia de ir atrás da Theurge, deixando as chinelas do lado da cadeira e indo ficar próximo de um local que lhe beneficiaria para uma carga.

Koda ficava olhando esperando que emergisse mirando enquanto analisava o cenário.

*Congelar? Hmmm... Na frente de um Juiz Adren... Opção ruim... mas sempre podemos ser... físicos.*

Quando emergiu a resposta do Cria de Fenris para o Senhor da Sombra e a sua reação causavam mais estranheza a Koda que não se contém de fazer um comentário para Siegfried:

*Mas que diabos de matilha de degenerados é essa?*

‘- Mas que diabo de jeito é esse de tratar a enferma que disseram que é mãe de um membro da sua matilha?!’ – Koda parava abruptamente de falar.

 Garras-Sagradas-da-Mãe ganha 1 ponto de fúria. Sua fúria temporária chega a 9. A garou deve testar Frenesi com dificuldade 3 (4 da Lua Cheia - 1 por ser provocado por homem e - 1 Lua do Ahroun = 2, como a dificuldade mínima de um teste é 3, a dificuldade fica em 3). 
 Caçador-da-Fúria-Gélida ganha 1 ponto de Fúria. Sua fúria temporária chega a 9. O garou deve testar Frenesi com dificuldade 3 (4 da Lua Cheia - 1 Lua do Ahroun = 3).

Koda tinha tido o suficiente das palavras do Cria de Fenris que tocava uma ferida ancestral entre as tribos fazendo simplesmente o Ahroun queimar de ódio, talvez facilitado pela lua que brilhava com intensidade.

'- VOCÊS SÃO SAQUEADORES E ASSASSINOS!!!!! VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE FALAR DO MEU POVO OU DE NOSSA TERRA!!!' - Visivelmente transtornado partia em disparada na direção de Siegfried.

Mas no meio da disparada algo estava errado no Wendigo sentindo pela primeirra vez em sua vida a  influência da Wyrm que tomava o seu corpo já espumando uma baba verde e glifos brilhantes Wyrm aparecendo por todo o seu corpo já sem saber o que era, mas com uma vontade incontrolável de causar mal ao Cria de Fenris acompanhada por  uma grande fome.

* o coração... SIM! O CORAÇÃO!!!!!*

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OFF: 6 sucessos no teste de frenesi

Entra pela casa e sobe as escadas no rumo dos quartos. Ao chegar onde a mulher estava "hospedada" Magdalena tenta abrir girar a maçaneta da porta.

*Puta... merda...*

Um primeiro pensamento passa rapidamente por sua mente:

*...agora ainda tenho que derrubar a CARALHA dessa porta pra conseguir ver o estado da mulher!*

Passa a mão espalmada na cara com um suspiro raivoso. Pensando bem, não era nem com o irmão de Tribo que a Theurge estava puta. Era com os novatos.

*Se ela tivesse piorado depois de trazer ela aqui, Sieg teria dito.*

Ainda teria de verificar a mãe de Ian, mas derrubar a porta ia exigir um reparo que chamaria demais a atenção do resto da Matilha quando voltassem à toca, inclusive de Ian.
Sieg pareceu orgulhoso demais do trabalho que fez. Como quer que a mulher estivesse, daria tempo de pegar a chave.

Magdalena vai na direção de um dos quartos com janela para a piscina para perguntar pela chave do quarto e jogarem lá de baixo para ela. Quanto mais se aproxima da janela, começa a escutar com maior clareza um pití do Wendigo a plenos pulmões e um bradar confiante de Cólera de Balder. Apressa o passo para ver o que estava acontecendo.

*Se o Wendigo está puto e Sieg diz deixa, eu tô perdendo a melhor parte!*

Tudo se desenrola numa velocidade absurda. Victor estava preparado para uma altercação com o primeiro comentário de Sieg, mas o Fenris escalona seus insultos com uma rapidez impressionante.

*Filho da puta...*

Como era de se esperar de Ahrouns cheios de fúria em uma lua cheia, o insulto infantil do Fenris tem o mesmo efeito de uma fagulha em um barril de pólvora.

*David realmente me odeia... Ai ai.*

O primeiro urro vem do Wendigo que, com glifos esverdeados tomando o seu corpo, sucumbe ao Frenesi da Wyrm.

Sentinela das Sombras arqueia a sobrancelha e ergue a mão já pronto para encerrar aquela sandice, quando escuta a Filha de Pegasus também sucumbir à fúria e o brado de Siegfried que já avançava sobre o Wendigo derrubando-o com dois poderosos golpes.

*Strike, filho da puta escroto do caralho.*

Agora entediado e um pouco irritado com aquela cena, o filho do Trovão escolhe por apenas deixar que as crianças se entendam. Mantendo-se onde estava e sem esboçar qualquer intenção de interferir ele olha em direção à casa e grita para Magdalena, que agora se aproximava de uma das janelas.

'- MAGDALENA, TRAZ A BETULA.'

Ao chegar na janela, Magdalena vê os dois novatos ainda babando desacordados, um serelepe Siegfried pulando descontraidamente na piscina e um agora molhado Victor, e esse vislumbre junto com o pedido do pivete lhe dá um ótimo resumo da cena.

"- Desço e levo aí."

A Theurge procura a Bétula pedida e leva ao Juiz. Ao chegar, vê a marca na testa de cada um e, ao olhar com seriedade para o Wendigo, nota a baba verde se desfazendo nos cantos da boca.

*Fraco*

"- Aqui." Estende a Betula para o Senhor das Sombras. "- Ei, Sieg. A chave do quarto dela, me arranja aí."

Pede ao irmão de Tribo agora com mais tranquilidade e, em momento algum sugerindo curar os 2 caídos.

Com a situação """sob controle""", Sieg retorna ainda em fúria para a piscina dando um novo banho no já ensopado Senhor das Sombras.

*Você vai entender que o tempo das brincadeiras acabaram, meu jovem irmão.*

PoucooPouco depois Magdalena retorna com a bétula e indaga sobre a chave do quarto sem fazer menção de curar os feridos.

O Senhor das Sombras pega o ramo e diz:

'- Antes de ir, cure-os e sente-se  por um momento. Eu vou querer conversar com os quatro e tenho tarefas para todos.'

Ele então caminha na direção do Wendigo e logo inicia o ritual de purificação repelindo, sem maiores dificuldades, a mácula do silvícola caído enquanto espera a Theurge realizar os devidos reparos.

off: 2 sucessos no ritual de purificação.

O pivete de fala engraçada diz que precisa lhes falar, pois ainda haviam tarefas a serem cumpridas.

*Inclusive as que esses dois deixaram abertas.*

A Theurge pega um fio do longo cabelo do Wendigo e enrola em seu próprio dedo. Enfia a ponta com o fio enrolado na cicatriz da testa do Caçador da Fúria Gelida e, puxando o mesmo embebido do sangue do talho aberto pela pancada, começa um processo que lembra de pontos dados em uma cirurgia. Ao terminar, dá dois tapinhas na cara do Filho do Espírito Canibal.

"- Levanta. O Beta quer conversar com a gente e tu dormiu demais, já."

O Wendigo, ainda bastante ferido, acorda. A Filha de Fenris então se levanta e segue para repetir o processo em Garras Sagradas da Mãe.

"- Levanta, mulher."

Justina começa a despertar e ainda sente tudo doer. Magdalena aponta para Sentinela das Sombras indicando que a conversa não havia terminado e se levanta. Segue calmamente para o lado de Victor e cruza os braços enquanto aguarda os dois.

OFF: Gasto 2 de Gnose (1 para cada novato). 3 Sucessos no teste de cura para Caçador da Fúria Gélida, que cura 3 niveis de dano agravado. 1 Sucesso no teste de cura para Garras Sagradas da Mãe, curando 1 de dano agravado .

Ainda confuso Koda acorda após os dois tapinhas dado pela Theurge com aquele gosto desagradável na boca e recordando aos poucos o que acontecia.

*O que? Nunca passei por isso... O juiz...*

O Wendigo ficava sentado sem comentar nada enquanto passava a mão na própria testa sem demonstrar inclinação para diálogos vendo que causador daquele ferimento continuava na piscina e juiz parecia mais molhado do que antes.

Vendo que os dois lua cheia ainda estavam desnorteados, Victor se senta na grama com tranquilidade, o que fazia parecer que todo aquele ocorrido não passava de um causo absolutamente natural e, oferecendo um sorriso amigável aos dois e à Magdalena, diz:

'- Bom. Bem vindos à Olhos da Tempestade. Não era exatamente as boas vindas que eu pretendia, mas foi próximo o suficiente do que realmente significa correr com a nossa matilha.'

O Tom de voz assim como toda a linguagem corporal do Philodox era estranhamente acolhedora e pareciam distoar do clima de tensão e fúria que permeavam aquele pequeno círculo.

'- Agora me digam. O que aprenderam desde que chegaram até este momento. Falem sem medo de represália. Como garou de posto mais elevado eu os libero das amarras da etiqueta para essa conversa.'

A face incrédula do Wendigo ante o que aconteceu lhe segura as palavras que antes saíam cheias de convicção. E, apesar do agradecimento espremido entre os dentes, o corpo rançoso da Fúria ainda estava fraco. Quase como se enjeitasse a ajuda da Cria de Fenris.

*Gélida até pra isso. Tsc!*

"- Não por isso, Yukina."

Siegfried parecia satisfeitíssimo na piscina, se aproximando da conversa lhe respondendo sobre a chave.

"- Hum." - Responde com uma expressão de quem fora apenas lembrada de algo. "- Beleza. Valeu!"

Porque raios ele colocaria a chave lá ela não fazia ideia, mas por nada que iria dar o gosto aos novatos de parecer desentendida por algo tão simples. O momento de parecer perdido era dos dois, não dela.

Pega uma cadeira e a posiciona próximo à Victor. O pivete de fala com uma leveza de quem acaba de beber um copo d'água num dia quente e às boa vindas, emenda com uma pergunta.

Garras Sagradas da Mãe é a primeira a se manifestar.

*Matilha atípica?*

Garous eram seres em que a fúria arde no peito. Se eles não conseguiam direcionar a deles para um combate útil, Sieg mostrou que sabia.

Antes de dizer qualquer coisa, observa a resposta que seria dada por Caçador da Fúria Gélida. Sentinela das Sombras parecia querer chegar em algum lugar com o papo de rodinha de violão. Pois que chegasse.

Koda permanecia sentado na grama com a aproximação do Senhor da Sombra que decidia sentar também na grama com aquele sorriso que mais ofendia ao índio americano do que ajudava.

*Boas vindas... certo... invasor da wyrm... estou vendo onde irão com isso.*

A explicação e subsequente pergunta mantinha o Wendigo em alerta, pois nunca vira aquele tipo de abordagem de um Juiz antes, deixando-o na defensiva ainda olhando eventualmente para Siegfried que parecia estar satisfeito em seu balde d’agua.

*Tudo a seu tempo.*

A Fúria Negra era a primeira a comentar, entretanto o Wendigo parecia mais interessado em acabar logo com aquela conversa e sair daquele lugar maldito.

‘- Nada além do que já foi dito desde que cheguei nessa terra. ’  Por fim Koda limpava o resto do catarro da garganta com uma  grande cusparada na direção contrária ao grupo enquanto se levantava.

Koda realmente não parecia aberto a diálogos extensos naquele momento.