A Umbra Rasa (Penumbra)

Kiba começa a caminhar em direção ao cemitério do Caern enquanto ouvia o questionamento de Luna sem direcionar-lhe o olhar em primeiro momento. Ele deixa um sorriso de canto de boca surgir em seu rosto e comenta com ela:

- Tem tudo isso ai que você falou... Mas a gente ta com merda até a garganta também. Hora ou outra da pra sentar em um bar e tomar uma gelada, mas perder uma manhã inteira na praia vai te dar um bronzeado e um monte de olhares tortos aqui no Caern.

Kiba suspira e conclui:

- E agora teve esse monte de profecias ai que com certeza deixou muita gente nervosa... As coisas só pioram e agora, só Gaia sabe o porque, Pantaneiro me botou como Beta da matilha. Não saquei qual foi a lógica dele... Tendo Padme e até Antônio... EU mesmo não me escolheria.

Deganawida escuta seu irmão e assente com a cabeça diante de suas palavras. Em seguida, apanha a bolsa com a prata e ergue as mãos entregando a oferenda ao espírito, mudando para crinos:

" - Eu, Sangue-dos-Quatro-Ventos, trouxe a prata para cumprir com o chiminage por ter aprendido o dom da Armadura de Luna... Humildemente eu agradeço ao espírito de Sothka pela benção."


Degan faz uma grande reverência ao espírito e aguarda para que pegue sua oferenda.

Tempestade-Glacial tem sido um grande amigo... Eu preciso falar com ele sobre nosso campo qualquer hora...

Eram muitas perguntas que Luna fazia, mas Kiba esperava todas terminarem para começar a falar:

- Não me incomodo mais com isso... Quer dizer... Ele me atrapalha demais em me mover, mas já deixei de me importar com o que pensam disso.

Kiba sacode a cauda de um lado para o outro e por mais que na forma humana ela não tocasse o chão era visivelmente incomodo.

- Eu ganhei isso como punição do Temido Como Vulcões por ter quebrado a primeira lei da Litania pela segunda vez. Disse ele que era algo pra me fazer aprender o que é ser um impuro. Só que ele não me condenou só em aprender a ser um impuro. Ele me condenou a ser o guerreiro mais fraco.

- Eu posso treinar o quanto eu quiser, não importa o quanto eu treine ela sempre vai me atrapalhar na hora de um movimento mais preciso. Então, sinceramente, não acreditar em mim são palavras fortes. Eu só aceitei que sempre serei o guerreiro mais fraco. Não tem o que fazer quanto a isso...

Ele tenta não se manter naqueles pensamentos, mas era difícil não pensar daquela forma. Ele então finaliza comentando:

- Os Fenris, todos eles, são novos na matilha. Talvez tenha sido a razão dele me escolher. Ou pode ser que ele ache que posso ajudar a matilha a se reformular, mas a quatro horas atrás ele me acusou de ser a causa da fragmentação da Asas da Esperança. Enfim... Não sei o que pensar...

Sereno-trovão chega na Umbra e procura com os olhos Kiba e Lara. Um pouco distante, ele pode vê-los caminhando e conversando. A Roedora parecia animada, como sempre, já Kiba caminhava um tanto cabisbaixo.

O Portador anda rapidamente em direção aos dois membros de sua matilha.

"Espero não demorar muito para alcança-los. Parece que eles estão a caminho do cemitério. Será que já estão fazendo o que Pantaneiro havia pedido?"

O Ahroun iria responder ao comentário da Ragabash, mas nota que o Theurge da matilha vinha na direção deles aparentemente apressado. Kiba então se detem para dar atenção ao irmão de matilha:

- Antônio, tudo bem?

Questiona o Garou preocupado com a inesperada aparição do companheiro de matilha.

Sereno-trovão vê que Kiba percebe a sua aproximação e muda a expressão de seu rosto para passar uma tranquilidade para o amigo e fala, calmamente, para ele e Lara:

"Olá, amigos. Desculpe vir até aqui e interromper o que estavam conversando, mas Pantaneiro retornou da reunião e requisitou para que viesse até vocês e pedisse que retornassem a clareira para podermos enterrar Oráculo-digital."

O Portador dá um leve sorriso e espera a resposta de seus companheiros de matilha

Kiba estava a caminho do cemitério com outros intuitos, mas aquilo certamente podia esperar. O Ahroun concorda com um aceno de cabeça e então diz para os dois:

- Certo... Vamos voltar... Nosso companheiro merece descansar em paz.

Dito isso Kiba coloca a mão no ombro de Luna e de Antônio e diz para o Portador da Luz Interior:

- Pode fazer a travessia pra gente?

Antonio Xavier acena positivamente para o Beta da matilha, se concentra em Asa-renegada e Mija-na-wyrm e leva a si mesmo e os outros de volta para a Clareira, onde encontrariam Pantaneiro e os membros de Fortaleza de Gaia para poderem seguir para os ritos funerais de Oráculo-digital.

O jovem Philodox balança a cabeça.

" - Por enquanto não irmão..."


Ele o cumprimenta com a palma em seu ombro como fazem os nativos de sua tribo.

" - Muito obrigado por todo aprendizado. Conhecer um Wendigo é bom... Mas nós do Aro Sagrado infelizmente, somos poucos. Por isso, fico feliz em ter um irmão de campo por aqui. Morte-no-fim, um Dançarino da Lua de minha antiga Seita e um Chefe do Aro Sagrado teria orgulho em conhecer você e sua Matilha."


Deganawida então conclui:

" - É melhor voltarmos."


E aguard seu irmão levá-los de volta ao mundo físico.

O jovem Lupino adentra a Penumbra e se espanta com aquilo que vê. Diferente do que esperava, encontra um local muito mais natural do que o visto no plano físico. A força de Gaia ali é tremenda.

Rapidamente observa ao seu redor, procurando por espíritos que pudessem lhe ser de valia para a tarefa que tinha em mãos.

Atento a qualquer movimentação dos Wyrmlings, começa a procurar por Gafflings canídeos, aqueles com que poussi maior afinidade.

Aaron observa atônito por um instante a grande quantidade de espíritos da morte que ali estavam. Uma enormidade de possibilidades passa por sua cabeça enquanto observa um sem-número de espíritos atravessarem a película.

Balança a cabeça desanuviando as ideias e retoma o foco naquilo que precisava ser feito. Sabia que sua matilha corria um risco do outro lado da película, mas precisava de respostas antes de poder saber o que fazer para ajudá-los. Chegar de repente, talvez no meio de um embate, não era a melhor opção.

Buscando serenidade e tranquilidade em seu ser, caminha em direção aos espíritos de forma cautelosa, tentando uma resposta vinda de qualquer um deles.

" Amigos. Venho em paz. Por que irritação? O que deixa espíritos ariscos?"

Aaron ouve o que o espírito diz e sente mais uma vez os pelos da nuca se eriçarem. Como alguém poderia ter julgado sábio tentar driblar um processo natural?

Entendendo a indignação dos espíritos da morte, tenta barganhar pela vida dos amigos que estão do outro lado.

"Nós espantados também. Não sabemos quem fez, mas matilha ajuda a encontrar e trazer espírito."

O lupino espera que não seja tarde demais para uma saída pacífica.

Voz-dos-Espíritos vê sua recém-conhecida irmã de matilha partir arrastada pelos espíritos da morte. Ele sente sua partida da mesma forma que sentiria a passagem de outros Garous, apesar da semelhança com Lua-de-Prata que via nela.

Ele sabia que o problema do sumiço do corpo, e agora também do espírito, de Oráculo-Digital ainda não fora resolvido, mas precisaria voltar para pagar seu respeito à Siggy em seu funeral. Por enquanto, a questão do Godi sumido teria de esperar.

Sem mais delongas ele rasga novamente a Película e volta para o plano material.


OFF: continua no cemitério

O albino realiza a travessia após abrir a fenda na película e espera seus irmãos para prosseguirem com o ritual.

Grace atravessa a Pelicula e espera os demais irmão de Matilha.