Clareira Central

Quando Alek questiona a coragem de Kalf em tom de brincadeira, dando dois tapinhas em seu peito. O peito do Modi se enche de fúria, fazendo com que ele feche a mão e dê um passo a frente, preste a atacar o Beta. Mas Alek vira as costas e segue andando como se nada tivesse acontecido. Kalf sente as unhas marcando a palma de sua mão, de tanta força que fazia, e com muita dificuldade, consegue se segurar de atacar o Presa de Prata.

" Filho de uma puta! Essa noite vai acabar, a matilha vai limpar um pouco as cagadas que fez, e a primeira coisa que farei depois disso, é te dar uma surra. "

Victor adentra a Clareira e procura Perfect Ilusion. Por sorte, a Theurge estava a vista e o Philodox se encaminha até ela.

'- Perfect Ilusion, eu preciso conversar com você. Terias um momento?'

Forma atual: Glabro

Parecia de uma hora para outra todos tinham alguma nova ideia de como seguir com a missão e como não era a primeira vez que isso acontecia V8 analisava a reação e argumentos de cada um inicialmente por Kalf que insistia em usar aquelas palavras que não era da habitualidade do Philodox.

*Um pouco mais de preocupação no conjunto e avaliando os desígnios de Luna, progresso. Formulando estratégias mesmo com pouca informação... Talvez prematuro, mas interessante.*

Iara parecia estar mais interessada em lidar com os filhotes realizando algumas explicações e recomendação dentro do plano preliminar, mas aquele trato quase maternal dava alguma esperança a Cristiano de que nem todos os Galiards que acabaram naquela matilha tinham aspectos negativos.

*Cedo dizer... mas é melhor um pisca pisca na árvore de natal do que nada.*

Como era de esperar Romina não entendia o conceito de um comunicador o que era um alívio para V8 que sabia o números de coisas que tinha a tratar com a pequena lupina quando tivessem oportunidade e vendo que ninguém respondeu a sua pergunta respondia de maneira simples para a Fúria Negra.

‘- Podemos explicar melhor no caminho Romina, mas é um objeto para falarmos um com os outros quando estamos longe.’

Ouvindo os argumentos de Alek sobre o auxílio do espírito do som demonstrava para Cristiano um pensamento estreito o que lhe faria comentar não fosse que tomava a oportunidade para alfinetar o Cria de Fenris que se seguiu o que preocupava e decepcionava o Juiz visivelmente.

*Esse elemento de discórdia não ajuda nessa hora sem falar ficando levantando opções que não devem ser levantadas.*

Devido a lembrança do que já viu aconteceu na Clareira Central quando Kalf se emputecia e olhando de soslaio para a lua cheia Cristiano entendia por bem usar a sua fúria em excesso para mudar pra Glabro.

Entretanto “like a boss” o Cria de Fenris segurava a onda e dessa vez isso surpreendia o Juiz que já tinha visto diversas escorregadas do Lua Cheia até ali, mas mesmo que por um pequeno momento lembra que o Kalf que conheceu quando chegou naquela terra não era mais o mesmo que estava ali.

*Imagino o esforço inumano que está fazendo. A mudança está acontecendo, mas espero que em tempo hábil.*

Nesse meio tempo Imgram respondia ao Juiz com certa decepção em saber que poderia encontrar com a Senhor da Sombra fazendo Cristiano se questionar o que passava por aquela cabeça e gerando uma expressão tranquila.

*O que será que ele planejava... De um Fianna tudo é possível.*

Seguia com a matilha para Entrada Oeste.


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Gasta 1 de Fúria para mudança de forma

Iara vai seguindo a matilha rumo a Entrada Oeste.

A indiferença da Andarilho pouco incomodava Sentinela das Sombras. Não era necessário afeto para se realizar um trabalho e, com o seu contumaz tom blazè ele responde:

'- Eu fui incumbido por Shantar de mediar e por fim nesta guerra com a Weaver e a resolver a situação com o Vetor de Estática. Como sei que os Andarilhos tem empreendido esforços neste sentido, gostaria de indagar sobre os avanços que foram feitos até agora e se você estaria disposta a trabalhar comigo para resolver este impasse.'

'- Após o sacrifício da tartaruga e com tantos espíritos nativos recém despertos eu consigo entender o impasse. Quem seria esse espírito símbolo? - Questiona mantendo o seu habitual ar de naturalidade.

Victor escutava com atenção ao relato da Theurge. Conhecia a figura histórica de Dom Sebastião, mas nada sobre os mitos e folclores sobre o mesmo no Brasil. Aquilo intrigava o Senhor das Sombras que, com interesse, questiona:

'- E quais seriam as implicações espirituais e os reflexos sociais mais prováveis de ocorrer ao trazer um espírito como esse para fazer frente ao Vetor?'

As implicações daquele pretendido espírito íam ficando cada vez mais complicadas e Victor ponderava as palavras da lua crescente.

'- Hum... Entendo. Com as eleições se aproximando e sendo Carmem Lúcia a candidata do governador isso pode ser um grande complicador. A secretária é envolvida com muitos agentes da Wyrm e a sua eleição não seria em nada proveitoso a nós.'

Ele fecha os olhos parecendo refletir enquanto, na verdade, busca o conselho de seu ancestral.

*Confidente do Fogo, preciso de seu auxílio. A Weaver declarou guerra aos Garous do Rio. Um incarna do Vetor de Estática rege suas forças na cidade. Alguns theurges da seita pensam em trazer de volta Dom Sebastião para fazer frente ao Vetor e forçar uma negociação. Entretanto, temo pelas repercussões em reavivar este espírito específico. Sei que os Lobos de Luna foram responsáveis por reestabelecer o reequilíbrio umbral no seu tempo, mas creio que eles ainda não estejam fortes o bastante para fazer isso sozinhos. Você sabe de algum outro espírito a quem podemos recorrer para nos auxiliar neste impasse?*  

off: Victor gastou 1 de FV e teve 1 sucesso no teste de ancestrais.

'- Grande Vulcão do Oeste? Nunca ouvi falar desse espírito, Confidente do Fogo. Sequer sabia de sua existência. O que pode me falar sobre ele? Como poderia redesperta-lo?' - Indaga o Philodox com um tino de esperança em sua mentalização.

'- Procure um Lua Crescente dos Garras Vermelhas, ele pode te ajudar nisso. Despertar o Grande Vulcão não é fácil, mas ele era um dos mais poderosos espíritos do Rio de Janeiro na minha época.' - fala o Ancestral.

As informações passadas pelo ancestral eram valiosas, e Victor era grato por aquilo.

*Obrigado, Confidente do Fogo, acredito que essa informação vá ser bastante útil. Fique bem. Tenho que começar a adotar providências..*

Se despedindo de forma cortês de seu antepassado, Victor retoma sua atenção para clareira e percebe que Perfect Ilusion havia se afastado um pouco para dar-lhe privacidade.

De fato, Victor havia sido um pouco deselegante, mas às vezes a eficiência pedia por deselegância.

Ele caminha até a Theurge dos Andarilhos do Asfalto e com tom apologético se dirige a ela.

'- Perdão, Perfect Ilusion. Foi rude de minha parte, mas meu ancestral tinha algo a me dizer sobre os espíritos desta terra'

Ele sorri de forma singela para a Theurge e prossegue:

'- Ele disse que, em sua época, Dom Sebastião era um grande aliado na Weaver, mas que havia um outro espírito extremamente poderoso nesta cidade: O Grande Vulcão do Oeste. Ele me relatou que despertar o Grande Vulcão não seria tarefa fácil, mas que um Theurge dos Garras Vermelhas talvez pudesse nos ajudar e nos dar mais informações sobre este espírito.'

Ele olha em volta por um momento e volta a se dirigir à Andarilho:

'- O que acha de chamarmos Invocador e termos uma conversa com um Theurge dos Garras?'

O estarrecimento da Filha da Barata não trazia grandes surpresas ao senhor das sombras. Era comum às tribos de espírito fraco se acovardaram ante a decisões difíceis. O Philodox, com expressão branda, responde com calma e absoluta naturalidade.

‘- Nem um nem outro, Perfect Ilusion. Eu estou apenas apresentando uma informação. Uma possibilidade. Enquanto juiz é de meu augúrio analisar todas as alternativas antes de tomar uma decisão, e eu estou aqui apenas apresentando a você.’

Com sua habitual serenidade ele prossegue:

‘- Ambos os espíritos apresentam vantagens e desvantagens. Dom Sebastião, em que pese possa ser um grande aliado na Weaver, representa um colonialismos e uma religiosidade que, no presente momento, podem vir a ser demasiado prejudiciais a todos, dado todo o cenário político e o despertar prolífico de espíritos nativos desta terra que ainda estão enfraquecidos e que podem ser novamente relegados ao adormecer. Além disso, continua sendo um espirito da weaver’

Victor pontuava de forma a deixar claro o seu respeito pela posição da Theurge e toda a sua linguagem denotava uma deferência ao esperado conhecimento da lua crescente que, sem dúvida, era superior ao seu em questões espirituais.

‘- De outro lado, Temos o Grande Vulcão do Oeste, cujo despertar pode vir a causar uma erupção capaz de ceifar inúmeras vidas humanas, mas que é um espirito puro da Wild, o que manteria essas terras como propícias para o despertar de espíritos nativos, além do que viria a enfraquecer a Weaver local colocando as forças da tríade em um maior equilíbrio.’

Sentinela das Sombras de fato relatava os pros e os contras como se tratasse de equivalências perfeitas. Ele sorri para a Theurge de forma simpática e aparentemente despreocupada e diz:

‘- Ambas as escolhas possuem vantagens e desvantagens. Se questionarmos aos andarilhos e aos Filhos de Gaia, talvez o vulcão seja impensável. Se perguntarmos aos Wendigo, Uktena e Garras Vermelhas, talvez Dom Sebastião seja absurdo. Aquilo que é inaceitável ou não está no âmago daqueles que se vêm arraigados em valores pétreos e eu não estou aqui para discutir valores.’

Victor encara Germanotta e continua:

‘- Eu apenas apresentei mais uma opção, que pode ou não ser usada, mas o tempo me ensinou que em negociações é sempre bom ter planos A, B e C, pelo menos. Eu não pretendo aqui ter mais experiência do que você em trato espiritual, mas eu sou um bom negociador e, às vezes, apenas a possibilidade ou ameaça de despertar um espirito como o Grande Vulcão, pode nos dar uma vantagem que não tínhamos até a pouco.’

Ele mais uma vez sorri simpático para a Theurge:

‘- Bem... como eu disse. Essa é apenas uma informação que eu trouxe para levarmos em consideração e deliberarmos sobre o que podemos fazer com ela. Não a encare como um ímpeto genocida. O que me diz de conversarmos com invocador? Três cabeças analisando essa situação podem chegar a uma brilhante conclusão inusitada.’

'- Perfect Ilusion, os Andarilhos estão à frente de buscar uma solução para a questão com o Vetor pela seita e eu fui incumbido por Shantar a mediar este problema para reestabelecer o equilíbrio das forças nessa cidade. Eu não tenho interesse em passar por cima da sua tribo e nem de obriga-la a nada, mas eu gostaria de sentar para conversar com você e com Invocador, pois vocês são os Theurges. Vocês melhor do que eu sabem das implicações que podem haver. Nenhum dos dois espíritos é ideal, mas eu não sou burro ou louco. A decisão final de qual espírito despertar deve caber à lua crescente, mas não muda o fato de termos duas possibilidades com viés para analisar do tipo: seria possível despertar o vulcão, mas mantê-lo inativo através de sacrifícios periódicos? Seria possível se utilizar da menção do vulcão para negociar melhores termos com Dom Sebastião? Seria possível despertar os dois espíritos para se manter um equilíbrio de forças ou fingir despertar um para atrair a atenção do Vetor enquanto em outro ponto, na verdade despertamos outros?' - Comenta e indaga Victor em um tom mais sério, visto que a sensibilidade aflorada da Theurge começava a lhe cansar.

'- Essas são dúvidas para as quais eu não tenho resposta. Pontos sobre os quais nós podemos debater.'

'- Por essa razão e peço que me acompanhe nessa conversa e, se o viés da discussão debandar para algo que agrida frontalmente a sua índole e os seus princípios, você estará livre para deixar de participar.'

Por uma última vez, Victor oferece um sorriso aparentemente sincero e finaliza:

'- Mas isso é apenas um pedido e não uma ordem. Sinta-se livre para decidir.'

*Histérica*

Sentinela das Sombras escuta as últimas considerações e com um sorriso e palavras doces se despede.

'- Tenha uma boa noite, Srta. Germanotta. Obrigado pelo seu tempo.'

Sem se demorar, Sentinela das Sombras deixa a Andarilho lá e segue em direção a Invocador, que parecia preparar infusões de ervas em um canto mais afastado da Clareira.

O Philodox caminha se aproximando do Uktena e fala:

'- Boa noite, Invocador-Rhya. Tenho um assunto que gostaria de tratar contigo. Poderias me conceder um momento?'

'- Obrigado.' - Responde aceitando a bebida que era oferecida a si.

Ele senta-se próximo ao Líder dos Uktena e começa a dissertar sobre os motivos daquela conversa.

'- Bem, Invocador-Rhya, serei direto. Fui incumbido pelo Incarna Shantar a mediar a situação junto ao Vetor de Estática com o intuito de por fim à guerra e reestabelecer o equilíbrio da tríade na cidade.'

Ele dá um pequeno gole no chá e prossegue:

'- Falei com Perfect Ilusion e ela me falou de Dom Sebastião e que vinha tratando com vocês sobre a possibilidade de despertar este espírito para fazer frente ao Vetor, assim como me relatou possíveis repercussões do retorno deste espírito à regência da cidade.'

O tom do Philodox era calmo e compassado e não exprimia qualquer juízo de valor para bem ou para mal.

'- Ciente das possíveis repercussões, busquei a sabedoria dos meus ancestrais e este me falaram de um Espírito chamado de O Grande Vulcão do Oeste, espírito este que nunca havia escutado sobre.'

'- Eu repassei esta informação para a Andarilho, que não a recepcionou bem. Ela alertou para a possibilidade do despertar de um vulcão gerar uma erupção que ceifaria a vida de milhares de pessoas o que, obviamente, não é desejável.'

Sentinela das Sombras degusta mais uma vez do seu chá e finaliza.

'- Dito isso, não deixa de ser um outro espírito com o poder necessário e, por esse motivo eu vim conversar com você. Seria possível despertar o espírito do vulcão sem causar uma erupção, mantendo-se sob controle através de chiminages ou sacrifícios? Teria como nós utilizarmos da possibilidade de despertar tal espírito como poder de barganha junto ao Vetor ou a Dom Sebastião? Enfim... Vim debater possibilidades.'