Entrada Norte - Tijuca

Quando o Wendigo percebe que Luke consegue andar, o solta e acena positivamente para ele, demonstrando concordar com a ideia de irem ao Templo. Fazendo menção de segui-lo, ele comenta antes de sair:

" - Obrigado, Helenna..."


Se perguntando como seria a recepção de sua Matilha, Degan parte para o Templo.

Hagen escuta Padmatavi e permanece em silêncio.

"Ser um fardo por causa de um maldito idioma é uma vergonha..."

Bruno chega instantes depois dos outros e logo abre as portas do carro para que todos pudessem entrar. O Andarilho do Asfalto logo assume o banco do motorista e espera que todos entrassem no veículo.

Hagen entra e fica atrás, na cabeça dele, seria melhor que o alfa fosse na frente, espera dar a partida.

Bruno esperava apenas que Bjorn entrasse no carro para que pudessem partir.

Bjorn antes de entrar pega um pouco  de terra do caern esfrega em suas mãos e faz uma oração silenciosa.


“Eis que vejo os corvos de Odin… Eis que vejo minha mãe Gaia, minhas irmãs e meus irmãos estao sob os auspivios do urso... Eis que vejo a linhagem de meu povo, desde o início. Eis que eles me convocam. Eles pedem que eu assuma meu lugar entre eles, nos Salões de Valhalla.
Onde os bravos vivem para sempre! Que Thor e Odin me acolham em seus salões quando o dia da minha grande Morte chegar, mas que hoje permita que eu e minha matilha sob os auspícios do urso saíamos vitoriosos frente ao inimigo. Que a visão  de Odin, a esperteza de Loki e a força de Thor estejam conosco.”

Então Bjorn fica sério  e compenetrado, entra na van e fica sentado no fundo,  junto com mija na Wyrm

"Que pocilga". Esse pensamento já havia atravessado a mente de Uller pelo menos uma dezena de vezes desde que chegara ao Rio de Janeiro. O Caern até que não era ruim. Mas o ar em volta dele parecia impregnado pelo odor de urina. Existia alguma coisa vil naquela terra difícil de explicar em palavras. Mesmo assim o sentimento era uma miríade complexa de descrever, pois se por um lado aquela sensação lhe causava repulsa, por outro lado uma leve empolgação subia pela sua espinha. Porque esses são os esconderijos prediletos dos inimigos dos Garou. Para um Cria e Fenris era como entrar em um grande parque de diversões.

Uller não perguntou qual era a sua missão quando decidiram enviá-lo da Dinamarca ao Brasil. Tampouco questionou os líderes da Seita quando falaram para que se juntasse à sua nova matilha, aquela a quem se chamavam Fortaleza de Gaia. No fundo não importava. Ele sabia qual era a sua missão. Combate a Wyrm onde ela estiver e sempre que se proliferar. A Litania é tudo. Mesmo assim seria bom ter pelo menos algum tipo de esclarecimento sobre qual seria sua próxima tarefa, e seus companheiros talvez lhe ajudassem nesse sentido.

A meio caminho da estrada parou para amarrar mais firmemente seu coturno de combate, escondido sob a barra de uma calça jeans azul surrada. O tempo estava quente, mas ele continuava usando sua jaqueta de couro marrom estilo aviador. Mais um pouco e avistaria o carro que haviam lhe dito que estariam seus novos irmãos.

Uller se aproximou da janela do motorista e bateu duas vezes com as costas dos dedos contra o vidro.

- É dentro dessa banheira que vai a Fortaleza de Gaia?

Hagen olha para fora do carro e vê alguém falando uma língua nórdica mas que mesmo sendo do norte era dedconhecida pelo ahroun.

Pelos trejeitos, parece um nórdico, dinamarca, Finlândia, Suécia... de onde saiu este cão?

Bruno já havia ligado o carro quando um estranho chega até sua janela e bate na mesma para chamar sua atenção. O Theurge não o conhecia, mas a julgar pela aparência deveria ser um Fenris. Talvez alguém estivesse lhes enviando uma mensagem.

O Andarilho prontamente abaixa a janela para ver o que o estranho queria e, para sua surpresa, a primeira fala o deixa sem palavras. Não fazia ideia de quem era, mas já não gostava dele. Felizmente Pantaneiro havia tomado a palavra, dando a Bruno tempo para pensar.

Assim que seu Alfa termina de "defender" as qualidades na máquina de guerra da Fortaleza de Gaia, Bruno ajeita os óculos, encarando o estranho de cima a baixo e diz:

- Nos perdoe se nosso meio de transporte não atende ao seu nível social senhor...

Era evidente o sarcasmo nas palavras de Bruno, mas ainda assim ele espera que ao menos o desconhecido fizesse sua apresentação depois daquilo e dissesse o que diabos queria.

Uller deu um sorriso de canto de boca, um misto de satisfação e curiosidade. Pelo menos os espíritos deles pareciam estar em alta.

- Eu sou Uller. Me instruíram para que me reunisse com a matilha Fortaleza de Gaia aqui. Encurtando a história, eu sou reforço.

E estendeu a mão em cumprimento. Suas palavras eram claramente voltadas ao motorista, mas seus olhos ainda encaravam a carranca feia de Pantaneiro com um sorriso debochado.

- E você é...?

Bruno olha a mão estendida em sua direção e a aperta de forma firme como um bom filho do Urso faria. Ele aproveita o gesto e se apresenta de forma simples:

- Sou Bruno Caselli, os Garous me chamam de Visão do Futuro, Andarilho do Asfalto, Cliath, Theurge nascido sobre as duas patas.

Iria apresentar Pantaneiro, mas certamente Bjorn ficaria ofendido com aquilo e ele não tiraria a chance de Pantaneiro fazer sua própria apresentação. Afinal, o Fianna sabia aparecer.

Amon havia se apresentado a Garras-do-Trovão e esse o havia instruído a procurar por Pantaneiro, o Alpha da Fortaleza de Gaia. Sabia que estavam de saída para uma missão e correu para a entrada Norte, chegando a tempo de encontrar uma van prestes a partir. Não fosse o Grou com aparência de um Fenris em pé ao lado da porta do motorista, talvez já tivessem partido.

Correu para o seu lado e chegou a tempo de ouvir o final de sua apresentação, assim como a do motorista.

Se intrometendo na conversa, aproveitou para fazer sua própria apresentação.


- Amigos, sou Amon Lança-de-Horus, Ahroun Cliath dos Peregrinos Silenciosos. Garras-do-Trovão me enviou para ajudá-los. Correremos juntos em nome de Rá.

O egípcio de pele bronzeada e não mais que 1,80m de altura bateu a poeira das calças jeans e dos tênis allstar vermelhos que usava para não sujar o interior da van quando entrasse. Aguardava que Pantaneiro o convidasse a entrar para poder se juntar aos irmãos de matilha em sua missão.

O Cria de Fenrir não entendia uma sequer palavra que era dita, por mais que o idioma fosse Dinamarquês, era diferente de Norueguês e assim, Hagen sabia que era próximo, mas não entendia bem aquilo. A conversa se prolongava e assim, se aproxima outro garou, obviamente falando português.

"Maldito idioma... é uma vergonha, logo eu não entender uma palavra. vergonha... Malditos cães, quem é esse ser, agora?"

Depois de uma viagem cansativa de barco, desde a Suécia até o Brasil, Kalf aguardava ansiosamente para poder se juntar aos seus novos companheiros, esperava que fossem dignos de sua presença e que pudessem abraçar sua causa, buscar os algozes de sua antiga matilha. Kalf era alto, vigoroso e sempre estava com seu machado escondido em suas vestes, andando em passos largos, depois de se apresentar ao líder Garras-do-Trovão, ele procura aquele que seria Pantaneiro, líder da matilha fortaleza de gaia.

Ali tinha dois conversando com a figura que o indicaram, e alguns garous dentro da van, Kalf se aproxima e se apresenta:

- Saudações! Você deve ser Pantaneiro. Sou Montanha-de-Skadi, Ahroun, Cria de Fenrir, Homínideo. Me indicaram para me apresentar a você e correr a partir de hoje com a Fortaleza de Gaia.

Kalf pensara:

"Esse Pantaneiro deve ser um cara honrado, muitas cicatrizes de batalha, se bater o tanto que é feio, deve causar um estrago..."