Clareira Central

Em resposta à Kiba:

”-Ele nunca vai ser de boa, mas eu sei me virar nesse caso. Tenho uma história com ele sobre minorias e isso vai amenizar as perguntas e tals.”

O problema na realidade era completamente outro. Grace parece fazer cara de quem comeu e não gostou ao olhar para Jessica. Odiava isso, mas já estava acostumada com olhares piores por ser simplesmente uma Roedor.

Jess começa a ter uma dor de cabeça de tantas outras ideias que vão surgindo e variáveis mil. Isso estava começando a irritar bastante.

”-Pelo amor de Gaia, por favor, vamos parar de teorizar tanto sobre isso. Um de nós chega na travesti, contrata seus serviços, leva em algum lugar, hotel, motel, mato, qualquer porra que for, e diz que quer conversar. Quando eu era disso tinha cara que chegava e me pagava só para conversar. Se ficarmos aqui falando e falando.....poxa, não sairemos daqui nunca mais. Vai raiar o dia e vou ter que ir entregar as frutas para o Uirapuru e nem dinheiro eu tenho ainda para poder comprar as coisas....”

Baixou um pouco a cabeça, suspirou fundo e por fim disse:

”-Eu posso abordar uma travesti e contratar o serviço dela. Tá bom assim? Uso da persuasão se tiver que usar. Assim eu fico investigando e vocês ficam de longe observando a movimentação....beleza? Se der merda a gente age conforme devemos, sem rasgar o véu.”

*Puta que me pariu viu.*

”-E o mapa? Vou atrás dele ou não? E o meu contato? Ligo? Ninguém me respondeu ainda o que perguntei tem décadas.”

Tentava, esperava que com efetividade, colocar a galera no chão de novo.

Enquanto andávamos o Peregrino comentou algo sobre mim, sobre eu ser bom maquiador e não falar muito, não consigo entender muito bem o motivo dele pontuar isto, inclusive agora enquanto eu procurava Bit-Coins. Apenas um " - Sim - " foi o que ele recebeu depois desta frase e aparentemente do "nada" percebo que ele esta se aproximando cada vez de mim, eu tento me afastar um pouco para evitar contato físico e por fim ele dispara um elogio estético aos meus olhos e uma comparação com os da Theurge, depois elogia a estética de minha camiseta e finaliza com um "Mas talvez ficasse melhor sem ela", levanto minha sobrancelha enquanto dou uma encarada no rapaz, ele é bastante atraente, mas tinha um "estilo" cheio de si mesmo que me dava certa... repulsa.


"- Eu não estou interessado em sexo, Tarek, se a necessidade biológica me tomar com urgência, provavelmente estaremos morando no mesmo local mesmo, no entanto algo me diz que seus olhos somente se voltaram para mim agora que estamos somente eu e você... sendo assim, espero voltar para a Matilha em breve. -" 


Logo após terminar a fala, Tomás avança com mais velocidade depois de localizar Bit-Coins, se aproximando do líder de sua tribo, ele abaixa a cabeça num sinal de cumprimento um tanto arcaico e se manifesta. "- Senhor, você me conheceu hoje mais cedo na Entrada Norte e este que aqui me acompanha é Tiago Daoud, também nominado como Sussurro-da-Noite e apelidado como "Tarek", um Galliard dos Peregrinos Silenciosos e um Cliath de minha matilha, estamos aqui em decisão de nossa Beta para fazermos um pedido. - " 

*O garoto é meio estranho mesmo.*
Pensamento do Peregrino com as ações do Andarilho.
"- Eu estava olhando sim para você antes... Só você que não notou... Acho que até sua amiguinha ali, Jéssica, ficou com ciúmes... Mas se você quer esperar... Eu sei esperar... Mas bem que por agora você podia me dar só um abraço, ou um beijinho..."
Termina a fala vendo outro saindo com pressa para perto de um homem de terno que ele começa a fazer as apresentações.
"- É um prazer, conhecê-lo, Bit-coins, eu presumo..."
Faz um menear solene de cabeça e depois abre um sorriso.
"- Só uma correção, Tarek não é apelido, é nome recebido pelos Peregrinos também..." - não tem nenhum teor reprovador na correção parece até gostar de falar aquilo e contar história - " A tradição de nossa tribo oferece junto ao nome Garou um nome de nossas tradições antigas, da terra que não nos pertence mais desde tempos antigos... Mas deixemos isso de lado... Senhor Bit-Coins estamos entrando numa missão é seria de grande ajuda caso podessemos conseguir equipamentos como binóculos, walk talks, e mapas detalhados da cidade. Ou seja algo que se alguém nesse Caern pudesse ofertar seria alguém com tais conhecimentos, equipamentos e distinção como possui sua tribo, e o senhor."
Fala de forma galante a ele com um sorriso no rosto cheio de charme, esperando conseguir o equipamento sem problemas.

Jéssica quebra o silencio, externando sua impaciência com toda a demora que estavam tendo. A situação também já estava irritando o Presa de Prata e assim que a Roedora termina de falar ele diz:

- Se teu contato nunca vai ser de boa então não liga. E esquece o mapa. Amanhã eu passo em algum jornaleiro ou livraria e compro um.

O Ahroun olha bufa, começando a externar que estava ficando impaciente e diz:

- Temos que esperar os outros voltarem, mas nada de dispersar. Senão quando alguém for sair o outro chega e descaralha tudo novamente.

Kiba então olha para a Philodox Cria de Fenris e diz:

- Sarah, diz, por favor, que você sabe dirigir.

O Ahroun ouve as explicações da Senhor das Sombras e ela era bem parecida com o que ele já imaginava.

Depois disso era a vez da Fenris se manifesta para alegria do Presa de Prata. Assim que ela termina de falar ele explica:

- Não é que quero que você vá, eu quero que dirija o carro do Henker enquanto eu e ele estaremos na Umbra. Podem até seguir essa ideia de bancarem os casais se acharem que há necessidade.

- Assim que nós três terminarmos na Umbra, vamos precisar encontrar vocês. Deixem pelo menos um dos nossos no carro, o resto haja conforme a necessidade.

"-Sem querer ser chato, e até bastante abusado de sua boa vontade... Creio que o mais rápido possível seria o melhor. Gostariamos de o quanto antes sair para investigar o local e conhecer bem tudo e fazer observações... Se fosse possível até nessa noite ainda. Caso tenha algo guardado em algum canto desse Caern e não lhe vá causar muito incomodo, senhor Bit-Coins." 
Responde logo em cima da resposta do Andarilho, denotando mesmo sem querer a pressa que tinham. Alias sabia que se dependesse do outro ali que amontoava as folhas, vulgo Tomás, a coisa ia ser meio devagar na negociação.

Grace oberva, sem se manifestar, a histeria coletiva da Matilha. 
"A thiarcais! Tudo isso é falta de gastar a Fúria?"
Não podia negar que estava irritada também, e ver as irritação dos outros só aumentava a dela. 

Tentando fechar a questão, ela diz. 
- Vamos agir assim então? Sussurros da Noite aborda um travesti a pé, como um cliente, os demais seguem como se fossem casais, eu e Deganawida, Jessica e Tómas, ou vice-versa. Sarah fica vigiando de dentro do carro. Tarek leva o travesti para um quarto e faz as perguntas, ele sabe Persuasão, e pode levar algum dinheiro também. Os dois casais ficam por perto em caso de problemas ou caso Tarek chame pelo walkia talkie. 


OFF: A thiarcais! = tenha misericórdia

Kiba ouve a pergunta de Grace e balança a cabeça, dizendo logo em seguida:

- Isso... Fechado.

O Wendigo apenas observa, com certa frieza, o tom que estava se elevando ali. A Roedora provavelmente conhecia bem melhor a região, mas sua falta de calma lhe roubava um pouco da razão. A Philodox dos Fenris também não parece gostar daquilo. 
É com certo pesar que ele escuta a ideia de usar os espíritos indo por água abaixo, tanto de Asa Solitária como de Olhos-do-Caos. Eis então que, outra ideia, por Gaia, chegava à tona: Iriam se infiltrar em um motel enquanto Sussurros-da-Noite interrogava alguém. Todo o preparo do outro plano estava, praticamente, descartado, mas, talvez, poderia ser utilizado em uma abordagem futura. Se sobrasse alguém vivo. 

Tenho a impressão de que tudo será feito de improviso. Pode ser a receita para um desastre, especialmente com o Galliard dos Silenciosos 'no controle' da situação. Tsc. Se o véu não for erguido nenhuma vez em toda a noite, já será uma vitória. 

Diante da ideia de ter de se infiltrar no lugar com a Galliard dos Fiannas, o Wendigo não parece se importar muito. Todos ali eram Estrangeiros da Wyrm, e no outro plano ele iria com a cria da Weaver. Ele já havia se acostumado com a ideia de passar o resto da noite na companhia de um deles, bem como o Aro Sagrado havia lhe alertado de que não seria fácil caminhar por suas fileiras e conviver com aquelas tribos dos oshluni*, mas em honra à sua mãe e seu povo, ele precisa ser forte. E, no fundo, esperava que ninguém ali caísse. Ao menos, não desprovido de glória...

Todos esses pensamentos percorrem a cabeça do Philodox que ainda se lembra que terá de se encontrar com alguém da Trilha da Batalha depois, um ancião. Mas, a depender do que passasse até aquele momento, isso poderia até ser fácil. 
Ele olha em volta mais uma vez. Faltavam o Galliard dos Peregrinos e o Ragabash dos Andarilhos. Diante da assertiva de Asa Solitária, Degan volta a cruzar os braços e parece estar de acordo.


" - Vamos aguardar que Brilho-dos-Sonhos e Sussurros-da-Noite retornem então. Se eles trouxerem os equipamentos que Cordas-Trêmulas pediu, podemos guardar para utilizarmos noutra ocasião..."

Ele permanece quieto o resto do tempo. Não iria perder a calma com o falatório. Já bastava de machadinhas voando naquela noite. 


*Obs: Oshluni = brancos em linguagem Oneida.

O Ahroun não diz nada diante das palavras de Degan. Apenas acena positivamente com a cabeça e se mantem de braços cruzados, olhando de um lado para o outro para ver se avistava Thiago ou Tomás.

Grace dá um suspiro aliviado quando o plano finalmente é definido, e diz à Degan. 
- Eles vão ser úteis ainda nessa missão. 

Procurando adiantar as coisas, ela comenta. 
- Sangue dos Quatro Ventos vai precisar de roupas mais... discretas... para irmos à missão? - vira-se para o Wendigo - Por acaso você tem?

Estava calmo demais... Devia ter desconfiado. 

Tsc. Oshloi tolos...

Ele revira os olhos diante da pergunta, um misto de constrangimento e incômodo. Degan não conhecia tão bem a sociedade em grandes cidades e nunca havia visitado o Brasil. Mas ele havia ido à escola e conhecia as cidades e muitos dos tolos costumes dos brancos. Não havia como não se sentir incomodado com o estereótipo de "índio selvagem". 

O Wendigo usava aquelas roupas cerimoniais para honrar Gaia e os espíritos da Wyld daquele Caern. Da mesma forma, se ele se encontrasse com Fúria-das-Tempestades ou seus outros irmãos de tribo, eles saberiam logo que Degan não comungava da cultura da Weaver.

Havia, afinal, um bom motivo para os Wendigo se chamarem de puros... Mas seria pedir demais fazer com que as demais tribos entendessem isso. Eles ainda eram os "Estrangeiros da Wyrm". 

" - Sim, eu tenho. Posso buscá-los agora e me vestir, se planejam sair assim que Brilho-dos-Sonhos e Sussurros-da-Noite voltarem."

A parte de si que se recordava do Aro Sagrado lhe falava agora em sua cabeça: "Eles não o entendem, você precisa de paciência... Por isso ela hesitou na pergunta". Essa voz era de Morte-no-Fim.  


Tsc. Velho chato. 


A kayále* de Deganawida estava próxima da Clareira, em uma árvore. Ele poderia se adiantar até os alojamentos, já que passaria a noite no Caern. 


Obs:kayále é uma bolsa ou saco de couro usado pelos Iroquois. 
Oshloi significa "brancos". Às vezes, em tom pejorativo.

Peregrino ri junto do Andarilho seguindo o clima e mantendo o clima social.
"- Ah, eu tinha que perguntar... Nunca se sabe o que se esconde por aí, né? Sempre tem uns segredos e coisas escondidas..." - dá um aceno de cabeça afirmando o que fala de forma divertida dando ar de brincadeira e não de interrogatório - " Mas, poderia nos ajudar conseguindo isso para amanhã, já que disse que levaria alguma horas, se não for muito abuso, podemos buscar com você se precisar. Aí hoje investigados de outras formas sabe, moda antiga só... Ah! E obrigado, senhor Bit-Coins por essa ajuda."
Aproxima-se dele e sussurra baixo em seu ouvido.
"- Valeu também por ser legal, que olha tem uma galera aqui meio mau humorada que é complicado viu. Obrigado aí de novo cara."
Afasta-se do Andarilho esperando sua resposta, e depois, olha para o outro que o acompanhava.
"- Brilho dos Sonhos, vamos lá reagrupar matilha?"

O Presa de Prata ouve o questionamento de Grace e assim que Degan pergunta se era para ir buscar as roupas o Ahroun acena em positivo com a cabeça e diz:

- Sim, vai lá. Estamos no teu aguardo.

"-Obrigadão! Senhor Bit-Coins. Te procuramos sim. Estamos saindo agora."
Acena para ele, e estava prestes a pegar a mão de Tomás para puxar ele de volta ao grupo, mas para antes de fazer isso, se lembrando da cena de vira horas atrás e recolhe sua mão de volta.
* Vamos tentar não piorar a coisa... *
"- Me segue, de volta ao grupo! Vamos!"
"- E depois vou querer um beijinho como agradecimento por ter feito todo o intermédio viu, Brilho?" 
Fala ao garou em tom baixo só pra ele, brincando e rindo.
"- É brincadeira... Relaxa... Beijo roubado e comprado não vale, mas se quiser me dar de bom grado eu aceito..."
Caminha de volta ao grupo

Já estava esperando caras de bunda e encheção de saco diante das suas palavras que não forma nada bonitas, mas que tinham que ser ditas em algum momento. Para sua surpresa, só uma cara de cu da Cria lhe foi direcionada e para isso ela já estava vacinada há tempos. Era a segunda cara de quem comeu e não gostou na noite. Como ainda era oito horas, era uma cara feia por hora, tava no lucro.

Pega o celular do bolso e estende para Henker.

”-Valeu Henker...não vou precisar mais.”

Já que o Alpha achou melhor que não ligasse para seu contato era melhor devolver o celular antes que ela ‘esquecesse” dele dentro do bolso e fosse pagar de rica com seus irmãos de tribo depois.

Deganawida ia se trocar porque aquelas roupas dele com certeza não iam se encaixar na cidade e iriam chamar a atenção de todo mundo que o olhasse. Agora era esperar Tomás e o Pantaneiro Júnior voltarem.

Ao ouvir Asa-Solitária, Degan sai de cena. Ele alcança sua kayále na árvore e segue até os alojamentos. Lá, ele se troca e guarda o restante dos objetos que havia trazido, algumas roupas, uma tira de couro enrolada com os glifos do Ancião Quebra-o-Urso, que deveria ser entregue a Fúria-das-Tempestades, e uma foto com seus pais, ainda bebê. Era a única foto que possuía de seu pai. Atrás dela, o endereço de onde ele morava no Rio. Olhar para a foto deixava um gosto amargo no Wendigo, que não sabia se realmente devia ir atrás dele. 

Isso era coisa de Morte-no-Fim, como sempre...

As roupas do Wendigo ainda são simples se comparadas às dos demais: Uma camisa de mangas compridas em tom marrom, ele possuía um poncho (que ele acha melhor deixar dentro da bolsa) e calças jeans. Seus sapatos eram duas botas de couro, que ele mantinha por baixo da boca da calça, por já ter o costume, além de um cinto do mesmo tom da camisa. Ele dá uma última olhada na foto de seus pais antes de partir.

Lage-niha*... Eu não sei se devo levar a guerra até você. 


Ele volta à clareira logo em seguida, com menos raiva do que quando saiu. 

OFF: Zero considerou que posso ter ido ao alojamento e já ter permissão para passar a noite no Caern. 
OFF 2: Por falta de uma imagem melhor, vou deixar essa mesmo. A camisa dele é bem rústica. 
OFF 3: Lage-niha = "Meu pai" em Oneida.

Thiago se aproximava com Tomás da matilha já notando alguns olhares sobre ele que quase o faria desmanchar o sorriso.
*Elaia... O amontoado folhas aí bem que podia dar a notícia... Mas ahhhhhh*
Ao chegar perto do grupo.
"- Bom, sem equipamento por agora... Mas, Bit-Coins prometeu que irá providenciar para amanhã a tarde e nos pediu para ir pegar com ele... Então acho que essa noite é investigação a moda antiga..."
*E agora é capaz de vir gente falando que a culpa é minha de não conseguir trazer equipamento agora...*
Dá um sorriso a todos tentando manter o clima mais descontraído e leve ali. Então para observando Degan.
"- Belas roupas."
Espera qual será a sequência.